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FedNow: Pix dos Estados Unidos passa a vale a partir de hoje
- Créditos/Foto:DepositPhotos
- 30/Junho/2023
- Da Redação, com assessoria
Desde seu lançamento, em 2020, o Pix tornou-se o meio de pagamento mais utilizado no Brasil por conta da ausência de taxas em transações, instantaneidade e facilidade que apresenta. Agora, a C&M Software, provedora de serviços de tecnologia da informação, regulamentada pelo Banco Central do Brasil desde 2002 e uma das empresas autorizadas a transacionar o Pix no País, irá operacionalizar junto ao Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) o sistema real-time payment em todo o território norte-americano.
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Batizado de FedNow, o Pix norte-americano será a única tecnologia disponível integrada e garantida pelo Federal Reserve. Atualmente, outras plataformas de transferência de dinheiro já operam nos EUA, porém, não possuem segurança e credibilidade atestadas pela maior instituição financeira do país.
Segundo Daniela Machado, diretora global de marketing e produtos da C&M Software, a empresa está em linha para o desenvolvimento da ferramenta financeira nos EUA. “O Pix é um sucesso no Brasil. Isso claramente desperta o interesse de outros países no sistema. A C&M Software se qualificou junto ao FED como um Software Publisher e também um Service Provider. Isso significa que além de estarmos certificados a homologar a nossa solução de software para o mercado de pagamentos instantâneos, também somos certificados para efetuar o processamento independente das transações dos nossos clientes. Esse foi um processo desafiador que levou quatro anos”, comenta.
Diferenças entre Pix e FedNow
A ferramenta norte-americana trará certa similaridade ao meio de pagamento brasileiro, porque ambos adotam protocolo transacional ISO 20022. No entanto, duas singularidades diferem os sistemas. No FedNow, existem liquidações diferidas e uma implementação diferenciada do link de pagamentos, chamada de RTP (Request to Payment).
Outro detalhe de atenção ao serviço de pagamento norte-americano é a rentabilidade automática da transação. Essa funcionalidade estará disponível para ser contabilizada dentro de cada instituição financeira optante do FedNow. Ou seja, além do recebimento imediato, o rendimento da quantia também pode ocorrer em questões de segundos.
O processo de implementação do serviço
O mercado de pagamentos nos EUA é diferente do brasileiro. Os norte-americanos ainda nutrem uma relação intensa com os métodos “tradicionais”, como cheques, recibos e credores, além de ter levado para o mercado de cartão de crédito a maioria dos serviços de liquidação.
“A integração com o mercado norte-americano é bem diferente do preparo do Brasil para colocar em prática o Pix. O processo de instauração do meio de pagamento nacional aconteceu ao longo de 20 anos, dentro da RSFN (Rede do Sistema Financeiro Nacional), em que todos os bancos conectados estão assegurados pelo BACEN, performando com altíssima tecnologia integrada e criptografada. Já os EUA possuem uma estrutura organizacional diversa, mas que requer unidade no processo para aqueles que se tornarem participantes do projeto”, afirma Daniela.
Com a implementação do FedNow no setor de pagamentos, um fato novo ocorrerá no mercado financeiro norte-americano, com mais segurança, transparência e eficiência, reduzindo custos e riscos. Assim, pequenas e médias instituições financeiras dos Estados Unidos terão a oportunidade de participar ativamente do mercado, uma vez que a interoperabilidade bancária era bem deficitária.
Não existe obrigatoriedade na adesão das instituições financeiras ao serviço de pagamento, mas como o market share de apps de transações fora da tutela do Federal Reserve está cada vez mais alto, a aceitação tende a ser crescente. Os custos operacionais também serão optativos de acordo com as IFs, diferentemente como ocorre gratuitamente no Brasil.
“Do ponto de vista de regulatório, o mercado norte-americano propõe nas ações dos seus reguladores a livre iniciativa e o livre comércio. Isso significa que a participação não será mandatória a todas as mais de 15 mil instituições presentes no país, mas, certamente a adesão será massiva, por se tratar de uma excelente oportunidade de mercado e negócios. Cada banco ou credit union participante, poderá estabelecer as suas próprias regras, tais como horário, custos, volume transacional ou limite por transação”, afirma Daniela.
Além dos EUA, a inovação tecnológica proveniente do Pix e os montantes transacionais já despertaram o interesse em países latinos e no Canadá. Segundo, Roberto Campos Neto, presidente do BACEN, desde o ano passado, conversas avançadas estão em desenvolvimento junto ao Chile, à Argentina, à Colômbia e ao Canadá, juntamente aos seus membros do BIS (Bank for International Settlements), para contar com sistemas parecidos em suas respectivas nações. Além disso, o Canadá também surge como um dos países interessados em conhecer mais sobre o sistema.
“O sucesso do Pix no Brasil está reverberando mundo afora. Nossas conversas estão avançadas junto ao Canadá. Com a implementação do FedNow, nos EUA, o país vizinho rapidamente irá se adequar a facilidade transacional. Já as conversas com países latino-americanos estão em rápida ascensão. Os dados brasileiros em relação à modalidade de pagamento são muito fortes e massificam a necessidade de instantaneidade para os países”, finaliza a diretora.
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