Ciência
Verão à vista: o que você precisa saber para prevenir o câncer de pele
- Créditos/Foto:DepositPhotos
- 23/Dezembro/2024
- Da Redação, com assessoria
O câncer de pele é o mais comum entre os brasileiros, representando 30% dos tumores malignos registrados no País, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A alta incidência está diretamente ligada à exposição solar prolongada e à falta de medidas adequadas para a proteção da pele no dia a dia.
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Com a chegada do verão, o contato direto com o sol tende a crescer, elevando os riscos de desenvolvimento da doença. Por isso, é preciso estar atento a qualquer alteração na pele. “Todos os anos, são cerca de 177 mil novos casos diagnosticados. A intensa exposição solar torna a população cada vez mais vulnerável”, afirma Flávia Rosalba, dermatologista do Hospital Dia Campo Limpo, gerenciado pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo.
A médica explica que o câncer de pele é classificado em não melanoma e melanoma. O primeiro caso engloba diferentes tipos de tumor, sendo os mais frequentes o Carcinoma Basocelular (CBC) e o Carcinoma Espinocelular (CEC). O CBC é o mais comum e menos agressivo. Geralmente, surge em áreas expostas ao sol, tem crescimento lento e sua manifestação costuma ser em forma de pápula vermelha, brilhosa, com uma crosta central, que pode sangrar com facilidade. Porém, ele também pode aparecer como uma mancha vermelha e descamativa na pele.
O Carcinoma Espinocelular é considerado mais agressivo que o CBC. Ele pode invadir tecidos mais profundos da pele e costuma aparecer em áreas de exposição solar e cicatrizes. As lesões apresentam coloração avermelhada na forma de machucados ou feridas espessas e descamativas, que, além de não cicatrizarem, sangram ocasionalmente. Em alguns casos, o CEC também pode se assemelhar a verrugas.
“Já o câncer de pele melanoma, embora seja menos comum, é o mais grave de todos. Ele surge dos melanócitos e pode se disseminar rapidamente para outros órgãos, causando metástase. Ele geralmente se apresenta como uma pinta ou um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos, que costuma mudar de cor, formato ou tamanho, podendo causar sangramento”, explica a dermatologista.
De modo geral, pessoas que têm exposição solar intensa e prolongada, relacionadas à atividade laboral, prática de atividade física ou lazer e que não usam medidas de proteção solar, são as que mais desenvolvem câncer de pele. Além disso, o uso de câmaras de bronzeamento artificial, queimaduras frequentes de sol e histórico familiar da doença também aumentam significativamente as chances de desenvolvimento desse tipo de câncer.
A especialista destaca ainda que certas características físicas podem ter um papel potencializador no seu aparecimento. “Indivíduos com pele clara, olhos claros e cabelos loiros ou ruivos possuem menos melanina (pigmento responsável pela proteção natural contra a radiação UV) e, consequentemente, são mais vulneráveis.”
No entanto, é crucial salientar que pessoas negras, apesar de terem uma maior proteção natural devido à quantidade de melanina, não são imunes aos efeitos da radiação UV. Elas também podem desenvolver câncer de pele, especialmente em áreas menos pigmentadas, como palmas das mãos, plantas dos pés e unhas.
Quando procurar um dermatologista?
A recomendação é que todas as pessoas realizem uma avaliação dermatológica anual. Por outro lado, aqueles com fatores de risco elevados, como exposição solar intensa atual ou pregressa, histórico familiar, pele muito clara e presença de múltiplos sinais na pele, devem realizar avaliações mais frequentes, conforme orientação médica.
O diagnóstico é realizado por um conjunto de medidas que se iniciam com o exame clínico detalhado da pele e o uso da dermatoscopia, que permite avaliar pintas e lesões com mais detalhes, auxiliando na diferenciação de lesões benignas e malignas. Em alguns casos, pode ser necessária uma biópsia, que consiste na retirada de parte ou de toda a lesão suspeita para análise laboratorial.
“O rastreamento precoce faz toda a diferença, pois aumenta as chances de cura, reduz a necessidade de tratamentos mais agressivos e previne complicações, como a propagação do câncer para outros órgãos no caso do melanoma”, enfatiza Flávia.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece esse tipo de serviço gratuitamente. Para acessá-lo, é necessário ir ao posto de saúde mais próximo para obter o encaminhamento para a especialidade e aguardar o agendamento da consulta.
Protetor solar como aliado na prevenção do câncer de pele
O protetor solar é uma das ferramentas mais eficazes na prevenção do câncer de pele, pois reduz a exposição da pele à radiação ultravioleta (UV), prevenindo danos ao DNA celular e o desenvolvimento de mutações que podem levar ao surgimento da doença.
Mas, para ser eficaz, a dermatologista esclarece que é preciso escolher um produto que tenha amplo espectro, que proteja contra os raios UVA e UVB, não cause alergia, seja resistente à água e não manche as roupas.
“O produto deve ser aplicado cerca de 30 minutos antes da exposição ao sol, cobrindo uniformemente todas as áreas da pele expostas. A quantidade recomendada é de uma colher de chá rasa para o rosto e três colheres de sopa para o corpo. É essencial replicar o protetor a cada duas horas ou após nadar ou suar.”
Entre outros cuidados que precisam de atenção, estão o uso de roupas com proteção UV, chapéus de aba larga e óculos de sol que ofereçam proteção contra raios UVA e UVB. Também é importante evitar a exposição direta ao sol nos horários de maior intensidade, entre 10h e 16h, e manter o organismo bem hidratado para preservar a saúde da pele e do corpo como um todo.
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