O Ministério de Direitos Humanos e Cidadania registrou 74,2 mil casos de violência patrimonial, que inclui fraudes virtuais e presenciais, nos últimos meses. Desses, 35,5 mil envolveram vítimas idosas, demonstrando que esse grupo é o principal alvo de golpes financeiros. Os dados, referentes às denúncias recebidas na Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, revelam que os crimes mais comuns incluem compras em sites falsos, golpes de brindes de aniversário e tentativas de phishing.

Diante do crescente número de casos envolvendo idosos, Julio Cesar Fort, diretor da Blaze Information Security,  empresa global especializada em segurança ofensiva com foco em pentest, esclarece como funcionam os golpes virtuais e destaca medidas preventivas que podem reduzir a vulnerabilidade dos idosos que são o principal alvo de golpes financeiros.

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1. Identificar a autenticidade do site antes da compra

Apesar de cada vez mais bem elaborados, os sites fraudulentos podem ser identificados a partir da atenção em alguns detalhes. “Páginas autênticas e que utilizam recursos como login, recebem pagamentos e trabalham com informações sigilosas, obrigatoriamente possuem um protocolo HTTPS, uma camada extra de segurança. É possível verificar a partir da URL, que deve começar com ‘https://’ e ter um ícone de cadeado na barra de endereços. Isso garante que há uma troca segura entre o dispositivo e o servidor do site, correspondendo a página correta”, explica Fort.

O visual do site também deve ser levado em consideração e, sempre que possível, procurar por erros de gramática e inconsistências no layout. Páginas legítimas, geralmente, apresentam uma aba de Contato ou Sobre Nós, com detalhes como números de telefone e endereços de e-mail. Se essas informações estiverem indisponíveis ou parecerem falsas, o consumidor deve se atentar. “Um sinal positivo, por sua vez, é a possibilidade de múltiplas opções de pagamento seguras e conhecidas, como PagSeguro, Paypal ou Stripe”, completa o especialista.

2. Se a oferta é muito atraente, é necessário desconfiar

Promoções exorbitantes, itens raros e brindes de aniversário surpreendentes disponíveis são cenários tentadores, mas merecem atenção. “Os cibercriminosos estão cada vez mais criativos e os phishings cada vez mais elaborados, com ofertas atraentes e brindes direcionados. Essa pode ser uma estratégia para trazer vítimas para sites falsos ou lojas não confiáveis, nos quais os dados pessoais ou financeiros podem ser roubados para que acessem suas contas bancárias, e-mail e outras informações pessoais. Os golpistas se aproveitam do entusiasmo do usuário e criam essas armadilhas para atrair consumidores desavisados”, explica.

3. Ter cuidado redobrado com a caixa de e-mail

Apesar da forte presença de sites fraudulentos, outra ameaça que merece atenção pode estar na caixa de entrada. Para o especialista, checar o domínio do e-mail recebido é o primeiro passo para analisar se é golpe ou não. “Ao receber comunicações de uma empresa, é importante verificar se o domínio do e-mail, o que vem depois do ‘@’, corresponde ao domínio do site oficial. Se forem diferentes ou o domínio do e-mail for genérico, como gmail.com e yahoo.com, pode ser motivo de preocupação”, recomenda.

Além dessa análise prévia, o especialista recomenda que se tenha cautela ao clicar em links recebidos por e-mail ou mensagens de texto, principalmente se não reconhecer o remetente. “É importante verificar as URLs antes de clicar. Variações e erros ortográficos em páginas conhecidas são suspeitos. Além disso, evitar compartilhar informações pessoais ou financeiras em respostas a e-mails e mensagens solicitadas também é importante”, completa.

4. Todo cuidado é bem-vindo

Por fim, antes mesmo de ser vítima de um golpe, existem medidas de segurança que os consumidores podem colocar em prática no dia a dia para se proteger de possíveis ameaças. “Uma das maneiras que alguns consumidores mais cautelosos usam para proteger suas informações pessoais é o uso de cartões de crédito temporários, gerados especificamente para aquela compra, pagamento via Pix ou outro método que o dado, que geralmente é o alvo de roubos, não pode ser reutilizado. Outros vão além e usam caixas postais como endereços de entrega em vez de seus endereços pessoais para a recepção do produto ou encomenda”, comenta Fort.

Soluções de segurança, como antivírus e software de proteção, para bloquear sites maliciosos e proteger dados pessoais também são bem-vindos. “Ao adotar essas medidas, os consumidores podem se proteger de páginas maliciosas, golpes online e armadilhas de phishing, proporcionando uma experiência online mais protegida”, completa.

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