O Milagre do Ladrão é uma canção tão complexa quanto o evento do bolo do aniversário de  São Paulo. Como diria Juliano, “mais uma música cabulosa com participação de criança”.

A letra reúne temas urgentes. Entre eles, reintegração de marginalizados à sociedade, fé, religião e pajelança, evasão escolar catequista, a não erradicação da pobreza no Brasil, crianças beijoqueiras e um Jô Soares na janela.

Faltou farinha de trigo. E, claro, as tiazinha distribuindo cotovelada e recolhendo o bolo – ao mesmo tempo, da melhor maneira possível.

(No caso do “da melhor maneira possível”, entenda-se por “usando o antebraço como uma espécie de pá de pedreiro e arrastando o bolo para dentro de uma sacola do Carrefour, de um pote de margarina, de um tupperware surrado”. Tudo como deve ser.)

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Em O Milagre do Ladrão, um menino cadeirante confunde um ladrão com Jesus e, com isso, acreditando em um milagre, passa a andar e pular. Na confusão, até dá uns beijos no falso Jesus – que acaba mudando de profissão (algo muito justo, já que ele não conseguia nem roubar uma criança de 6 anos).

Depois disso, não se sabe o paradeiro de ambos.

Em tempos de IA, se alguma delas tivesse capacidade de criar algo tão sublime, provavelmente, o ladrão teria virado investidor de criptomoeda ou abriria uma loja de colchões (ambas atividades altamente recomendadas a quem precisa lavar dinheiro).

Quanto ao menino, teria se tornado coach mirim – segmento cada vez mais popular no Brasil depois que proibiram trabalho infantil, bullying em escolas foi criminalizado e o show de talentos do programa do Raul Gil saiu do ar.

Os destinos de ambos se cruzariam no aniversário de São Paulo. E, o pior, a música ficaria horrorosa.

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Tudo isso para deixar claro que IAs conhecidas de hoje nunca comporiam algo tão sublime como O Milagre do Ladrão (assim como jamais fariam algo tão genial como Tchubirabiron). Em resumo: são quase inúteis. Quando aparecerem com o projeto do teletransporte embaixo do braço, finalmente teremos algo digno de nota.

Até agora, temos pouco. Produção ou resumo de texto, umas imagens de muito bom gosto que lembram tudo que a Lucy Born tem feito e umas traduções OK não justificam tamanho hype. Mesma coisa se aplica a bitcoin, e aos finados (ou quase) Metaverso e NFT (que só serviu para roubar dinheiro do Neymar, mas tudo bem, porque ele sabe ganhar isso como ninguém e com a vantagem de não ter que fazer nada).

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Aliás, um bocadinho de Lucy Born sempre vale a pena.

 

 

 

Ela sabe o que faz.

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E voltemos à vaca fria.

Peça para qualquer IA escrever um texto e você terá algo digno de Rolando Lero em sua máquina. Opte por um desenho: aparecerá Jesus em uma Moto (chupa, IA) ou em alguma situação cabulosa (e, não raramente, com seis ou sete dedos em cada mão – se ele tiver mãos). As imagens dele e de Nossa Senhora em torradas e infiltrações são mais autênticas.

Quanto aos vídeos, a maior parte é de gosto duvidoso. Esse do Pelé implorando para o Neymar ir para o Santos (“entende?”) é um exemplo. Era melhor ter contratado um imitador vivo, o Edinho ou mesmo qualquer pessoa na rua que simplesmente ACHE que imite o Pelé. Seria mais negócio (e mais parecido).

E, mesmo assim, o assunto da semana no mundo (e até no 33Giga, já que falamos e fazemos qualquer negócio) foi o diabo da IA e a tal DeepSeek. Ela, a grosso modo, faz um monte de inutilidade típica de IA, mas de forma mais barata que as norte-americanas e, só por isso, já tem seu valor.

Agora, a OpenIA está reclamando que a DeepSeek chupinhou o ChatGPT para desenvolver sua plataforma. Quando é para roubar jornalista ou artista (ou usar voz de defunto), está tudo bonito. Mas quando é com eles, aí não pode.

Como disse a Marcella, em uma conversa aqui da redação, “se é para ter, que seja para todos (e a IA chinesa é de código aberto). Mas, para mim, podem sumir todas”. Já para Bianca, “sou é a favor de derrubarem os EUA”. Quase sobrou para a pobre Emilia Pérez.

Na briga entre as IA, a minha torcida é pela briga mesmo. Por fim, na mesma conversa, Marcella ainda arrematou, enigmaticamente, com o que segue.

 

 

De acordo com fontes fidedignas, a DeepSeek é mais barata porque roda respostas e instruções de IA em qualquer pau velho, como em um MSX, em um Pense Bem, em um AcquaPlay ou na cabeça de alguém que acredita em meritocracia. Já ChatGPT, Gemini, CoPilot e similares norte-americanos requerem o T-1000 e toda a água da Amazônia para funcionar.

(E ainda assim, sai o que sai. Jesus fica triste com tanta imagem em IA).

 

 

Bom, sem mais delongas, voltemos à questão do DeepSeek. Com isso, vamos ao que (de pior? de melhor? o que é arte?) tivemos no 33Giga a respeito do assunto e da tecnologia em geral nos últimos dias.

Tudo o que você não precisa saber sobre o DeepSeek, mas vai saber mesmo assim

Faz um tempinho, testamos um notebook com suporte a IA (resumidamente, tem um botão que dá acesso ao CoPilot) e, do nada, apareceu um urso dormindo em um Corcel II

Essa notinha sobre a Opera é nada demais, mas vale pela foto do hispter carregando um sacolão estilo os que as tia leva para fazer compra no Paraguai

É meio curioso que a melhor série que ninguém havia visto (até agora) esteja no topo de popularidade da Pluto TV

Testamos uma pílula anti-ressaca e ainda não sabemos se funciona. Na verdade, funciona e não funciona. Tipo o gato lá na caixa do cara que ninguém sabe escrever o nome

E mais uma palavra (assim como a cantora Charlie XCX, que depois ganhou vida) inventada pela Bianca: Fediverso

E, se você perdeu as colunas anteriores, em formato de resumo, seguem abaixo.

Resumão da Semana: Alucinações Sexuais de um Macaco

Resumão da Semana: Instagram, BlueSky e 10 anos de 33Giga