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Copa de 1958 não existiu? Entenda a teoria da conspiração

A Copa do Mundo de 1958 ocorreu de 8 a 29 de junho, na Suécia. Na decisão, o Brasil venceu o time da casa por 5 a 2. O evento marcou o primeiro título da seleção e, de quebra, apresentou Pelé ao mundo, então um adolescente de 17 anos de idade. Alguns teóricos da conspiração, entretanto, afirmam que a Copa de 1958 não existiu.

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Por que a Copa de 1958 não existiu

A teoria da conspiração que afirma que a Copa de 1958 não existiu é baseada em “evidências” apontadas pelo documentário Konspiration 58, que está disponível no Vimeo:

Lançada em 2002 pelo produtor e diretor sueco Johan Löfstedst, a obra alega que o evento esportivo foi um experimento de propaganda da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, cujo objetivo era testar a capacidade da mídia para influenciar pessoas na Guerra Fria. As partidas, forjadas, teriam sido gravadas em Los Angeles, na Califórnia, com a conivência das seleções participantes.

Um dos principais argumentos sustentado pelo documentário – e apoiado pelos conspiracionistas – é que a Suécia não teria estrutura para sediar um evento daquele porte. Além disso, os prédios ao redor dos estádios não seriam condizentes com a arquitetura local da época.

Outro ponto é que as sombras projetadas pelos jogadores em campo indicam que as partidas só poderiam ter ocorrido em um único lugar, naquela época do ano: o oeste da América do Norte, onde localiza-se a Califórnia. A latitude da Suécia, por sua vez, geraria sombras mais curtas.

Vale ainda ressaltar que as chuteiras usadas pela Seleção Brasileira continham detalhes no design que não existiam na época e que o icônico gol de placa de Pelé foi tão belo que só poderia ser armação.

Depoimentos de peso

Konspiration 58 traz depoimentos de três jogadores da Seleção Sueca de 1958. Kurt Hamrin afirmou que a Copa foi realizada no país, enquanto Agne Simonsson foi evasivo a respeito da questão. Já Sigge Parling preferiu não se posicionar.

Lennart Johansson, presidente da UEFA (União das Associações Europeias de Futebol) entre 1990 e 2007, é o único cartola a aparecer no documentário. Segundo o sueco, desde que a teoria ganhou destaque, ele passou a receber cartas suspeitas e ameaças de morte pelo telefone. Com isso, decidiu andar acompanhado por seguranças armados.

Outra figura emblemática na produção é o historiador sueco Bror Jacques de Waern. Autor do livro The Football Conspiracy (A Conspiração do Futebol, em tradução livre), trata-se da primeira pessoa a apresentar a teoria de que a Copa de 1958 não existiu. Para isso, usou documentos, fotos e artigos reunidos ao longo do tempo.

Não é bem assim

No fim de Konspiration 58, após os créditos de encerramento, aparece a mensagem “Não acredite em tudo que vê na tela”. Isso visa evidenciar que a obra é, na verdade, um mocumentário – gênero que faz uma sátira aos documentários, ao se apropriar de elementos do formato para contar uma história de ficção.

A ideia de Johan Löfstedst com a obra era criticar os negacionistas do Holocausto. Foi com essa motivação, inclusive, que convenceu os ex-jogadores e o dirigente a participarem. O historiador, por sua vez, é um ator contratado – e, claro, não escreveu um livro a respeito da teoria.

O produto final deu tão certo que até entrou para o currículo de algumas escolas suecas. O filme passou a ser usado para ensinar aos adolescentes a importância do pensamento crítico e da desconfiança no consumo de informações.

Por outro lado, a produção ganhou vida própria. É possível encontrar nas redes sociais e em sites quem acredite que a Copa de 1958 realmente não existiu. E essas pessoas usam justamente cenas de Konspiration 58 como provas para esse argumento, ignorando o fato de ser um mocumentário e uma aula de combate às fake news.

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Fontes: R7 Esportes, Superinteressante e UOL