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X encerra operações no Brasil após tensões com Ministro Alexandre de Moraes
- Créditos/Foto:DepositPhotos
- 19/Agosto/2024
- Bianca Bellucci, com assessoria
Elon Musk, proprietário da plataforma X (antigo Twitter), convocou na manhã de sábado (17) uma reunião emergencial para anunciar o encerramento das atividades da empresa no Brasil e a demissão de todos os colaboradores. A decisão ainda não foi completamente explicada aos funcionários, mas ocorreu após recentes discordâncias com decisões judiciais brasileiras. Entre elas, estariam ordens de remoção de perfis e posts, além da exigência de compartilhamento de dados dos usuários.
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O anúncio vem alguns dias após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que aumentou a multa de não cumprimento de R$ 50 mil para R$ 200 mil, referente à decisão de bloquear perfis determinados pelo magistrado. Cerca de 40 funcionários faziam parte da operação no Brasil e serão gravemente afetados.
Os acessos aos sistemas da rede social já foram bloqueados, e ainda não há clareza sobre a possibilidade de um pacote de desligamento, como compensações financeiras ou ações anteriormente distribuídas pela empresa, que ainda estavam em negociação na bolsa.
Também não há confirmação sobre o impacto da decisão no funcionamento do aplicativo X no País. Mesmo sem uma equipe local, a rede social continua acessível para os usuários brasileiros até o momento. No entanto, Sthefano Cruvinel, presidente da EvidJuri e especialista em contratos de tecnologia, diz que é preciso questionar até que ponto vale a pena a luta de Elon Musk no Brasil e avaliar o custo de perder receita para defender sua visão de democracia.
“É importante questionar e observar os próximos passos dessa guerra entre a democracia brasileira e a soberania nacional, nesse duelo de titãs da atualidade. Além disso, fica a dúvida se as intimações judiciais que motivaram essa decisão são, de fato, abusivas, considerando que já houve esclarecimentos sobre a remoção de perfis. Enquanto isso, o impacto sobre a população brasileira e os funcionários da empresa é imenso. Quantos mais serão prejudicados por esse embate entre uma corporação global e a justiça brasileira?”, finaliza Cruvinel.