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Metaverso: Anne Frank e outras vítimas do nazismo ganham vida no mundo digital
- Créditos/Foto:Reprodução / Vulto
- 19/Outubro/2022
- Da Redação
Relatos de jovens vítimas da perseguição nazista na Segunda Guerra Mundial com o uso de imagens animadas por tecnologia. O projeto, que tem Anne Frank entre os personagens reais contando trechos de seu famoso diário, foi desenvolvido por quatro alunos de graduação e resultou em um memorial no Metaverso, chamado Vulto.
A equipe do projeto participa do Apple Developer Academy, um dos programas de inovação tecnológica promovidos pelo ECOA PUC-Rio. Para acessar o metarverso Vulto, entre em https://is.gd/PKYZFC.
Deep fake
O grupo utilizou a inteligência artificial por trás das deep fakes para dar movimento em vídeo a pessoas, a partir de fotografias de seus rostos.
O conceito de deep fake se popularizou em 2018 com a viralização de um vídeo em que ninguém mais, ninguém menos do que o próprio Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos, fazia um discurso que nunca de fato proferiu.
A intenção do vídeo era chamar a atenção para o fato de que discursos políticos falsos – mas convincentes – agora fazem parte da rotina da população, e é preciso ter cautela ao tomá-los como verdade.
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Para o Memorial Vulto, foram selecionados três jovens judeus que contaram em diários as suas experiências na Segunda Guerra Mundial.
Assim, é possível ouvir a alemã Anne Frank lembrar como viveu num esconderijo, em Amsterdã, na Holanda, assim como Eva Heyman, que escreveu um diário sobre a ocupação nazista na Hungria. As duas meninas morreram em campos de concentração.
Pré-adolescente, o polonês Julian Kulski entrou para a Resistência e registrou em diário os horrores da guerra.
“A reinterpretação de uma tecnologia que surgiu para enganar as pessoas como uma poderosa ferramenta para contar histórias de uma forma humanizada e envolvente abre inúmeras possibilidades”, afirma Rafael Nasser, co-fundador do ECOA PUC-Rio. Ele acredita que a escolha de exibir essas obras em um espaço no metaverso torna a experiência convidativa para todas as gerações e acessível de qualquer lugar do país ou do mundo.
O projeto foi apresentado, pela primeira vez, durante o evento Futuro Descentralizado do ECOA PUC-Rio, em agosto, que discutiu tendências como o metaverso e ativos digitais com grandes referências do mercado e da academia.
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O Memorial é organizado em diferentes ambientes, um com ilustrações feitas por crianças que viveram durante a Segunda Guerra Mundial, o segundo com vídeos com a leitura dos diários pelos seus autores em vídeo – deep fake – e outros com obras e imagens de personagens do Holocausto.
Para os quatro desenvolvedores do projeto Vulto, dar vida a vítimas do Holocausto é garantir que a memória desse momento histórico jamais seja esquecida pelas próximas gerações.
Stella Maranhão de Brito, que cursa Engenharia da Computação na PUC-Rio, acredita na necessidade de “o quanto antes” inserir as tecnologias emergentes “para que os jovens estejam envolvidos com a modelagem do nosso futuro”.
Para Clara Thaís Maciel e Silva, que estuda Sistemas de Informação na UniRio, a ferramenta, capaz de contar histórias de forma distinta e cativante, ajuda no entendimento e a se sinta o peso dessa narrativa, pouco conhecida por muitos jovens.
Já João Pedro Monteiro Maia, que faz Ciência da Computação na PUC-Rio, a tecnologia é uma aliada para a construção de novas maneiras de olhar o passado, visto por algumas pessoas como um conjunto de fatos distantes.
Erick Araújo de Alencar Oliveira, que estuda Design na PUC-Rio, ressalta a importância de manter histórias vivas dentro de qualquer senso de comunidade e identidade. “Dar vida a memórias é apenas uma parcela do grande potencial que podemos e buscaremos alcançar a partir de agora. Esse trabalho ainda tem muito campo para o qual contribuir”, diz.
O projeto Vulto é um exemplo de novas formas de produção cultural e linguagens artísticas experimentais que o ECOA PUC-Rio pretende cocriar com jovens talentos, a partir da exploração de tecnologias emergentes.
Para 2023 a Universidade vai realizar um programa exclusivamente com esse enfoque, batizado de Programa de Inovação Tecnológica e Cultural (PITeC), recentemente certificado pela Prefeitura do Rio de Janeiro como projeto de incentivo fiscal em benefício de pessoas jurídicas incentivadoras contribuintes de ISS do Município. “Veremos cada vez mais a tecnologia e a cultura caminhando juntos”, afirma Nasser.
Visite o Vulto Memorial: https://www.puc-rio.br/ecoa/
go#vulto