* Por Vivaldo José Breternitz // Em outubro passado, Donald Trump anunciou o lançamento de sua própria rede social, ironicamente chamada Truth (verdade). Como o ex-presidente foi banido das principais redes, seu objetivo é poder voltar a se comunicar com milhões de pessoas sem ser impedido pelas big techs, que controlam as redes que o baniram.
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Apesar de a Truth não ter ido para o ar em novembro, como fora anunciado, o ex-presidente anunciou que o Trump Media and Technology Group (TMTG), empresa que operacionalizará a nova rede, acaba de receber US$ 1 bilhão de um “grupo diversificado de investidores institucionais”, embora não tenha divulgado o nome de nenhum deles.
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Após esse aporte, o TMTG foi avaliado em US$ 4 bilhões.
Um bilhão de dólares é muito dinheiro: em 2021, o Facebook comprou o Instagram para esse valor. Com o montante, os Estados Unidos poderiam vacinar mais de 40 milhões de pessoas contra a covid-19 e o Serviço Secreto poderia proteger o presidente e sua família por um período de sete meses.
No entanto, apesar de todo esse dinheiro estar disponível, nada garante que a Truth fará sucesso. Basta lembrar o caso da Parler, rede social de extrema direita que praticamente desapareceu depois que o Google e a Apple a expulsaram de suas lojas de aplicativos eque a maioria das empresas de nuvem se recusou a fornecer-lhe serviços de hospedagem.
Trump e sua rede Truth devem ter mais problemas: a SEC, órgão do governo americano equivalente à nossa Comissão de Valores Mobiliários, está investigando aspectos societários da TMTG, o que poderá dificultar ainda mais as coisas para a Truth, que se for para o ar certamente não fará jus ao nome.
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*Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor do Programa de Mestrado Profissional em Computação Aplicada da Universidade Presbiteriana Mackenzie