A perda auditiva é uma condição que pode afetar pessoas de todas as idades, desde recém-nascidos até idosos, e pode ter um impacto significativo na qualidade de vida de quem a enfrenta. “As dificuldades auditivas não apenas interferem na capacidade de ouvir sons e conversar, mas podem levar ao isolamento social e a dificuldades no ambiente de trabalho e escolar”, alerta a otoneurologista Nathália Prudencio, otorrinolaringologista especialista em tontura e zumbido.

Detectar os sinais precocemente é fundamental para buscar tratamento e minimizar os efeitos da perda auditiva. “Quanto mais cedo a condição for identificada, mais eficazes serão as intervenções para melhorar a audição e a comunicação”, afirma a médica. Pensando nisso, ela apontou os principais prenúncios aos quais você deve prestar atenção. Confira!

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1. Dificuldade em entender o que foi dito

Nathália lembra que a dificuldade de compreensão em uma conversa é um dos principais sinais de perda auditiva. “Se você frequentemente entende mal o que foi dito ou pede para as pessoas repetirem o que disseram, especialmente em ambientes barulhentos, pode ser um sinal de perda auditiva. Muitas pessoas com a condição têm dificuldade em seguir conversas quando há ruído de fundo”, explica a médica.

2. Aumento do volume dos aparelhos

O aumento do volume dos aparelhos usados diariamente pode ser um sinal de perda auditiva. “Se você ou alguém próximo a você tem aumentado o volume da TV ou do rádio a níveis mais altos do que o usual para ouvir confortavelmente, isso pode indicar um problema auditivo”, diz Nathália.

3. Zumbido nos ouvidos

Nathália comenta que o zumbido pode ser um prenúncio de perda auditiva. “O zumbido é a percepção de um som sem uma fonte sonora externa e que pode se apresentar de diversas formas: som de insetos, de aparelhos elétricos, água corrente, apitos, entre outros. No geral, cerca de 90% dos quadros estão ligados a algum nível de perda de audição, mesmo que leve. Com menos som entrando, toda a via auditiva sofre alterações em sua atividade neuronal, incluindo regiões do cérebro relacionadas a audição que ficam hiperativas”, detalha.

4. Evitar situações sociais

Segundo a especialista, mudanças no comportamento do indivíduo também podem ser um sinal. A médica enfatiza que essa condição pode gerar um grande impacto na vida de uma pessoa, especialmente no período em que o paciente começa a lidar com algumas limitações, mesmo que brandas. “Pessoas com perda auditiva muitas vezes evitam situações sociais, como reuniões familiares ou encontros com amigos, porque se sentem frustradas ou constrangidas por não conseguirem acompanhar as conversas”, destaca Nathália.

5. Fadiga ou estresse após conversas

A dificuldade de compreender conversas pode tornar a socialização mais desafiadora e pode exigir do paciente com perda auditiva uma extrema atenção ao que é falado para que consiga compreender e interagir, principalmente em locais em que várias pessoas estão conversando ao mesmo tempo ou em ambientes com ruído de fundo. “Se você se sente excessivamente cansado ou estressado após uma conversa, pode ser porque sua atenção está totalmente focada em tentar entender o que as pessoas estão falando ao seu redor. Isso é um indicador de que sua audição pode não estar funcionando corretamente”, alerta Nathália.

6. Falar alto

Pessoas com perda auditiva também tendem a falar mais alto, por terem uma percepção limitada do volume da própria voz. “Para superar a dificuldade de ouvir a si mesmas e aos outros, elas aumentam o volume da fala com o objetivo de compreender melhor o que dizem e garantir que os outros também as entendam. Nem sempre o paciente faz isso de maneira voluntária. O comportamento pode se desenvolver no processo de perda de audição”, informa a médica.

O que fazer se você suspeitar de perda auditiva?

Nathália aconselha que, ao perceber um ou mais desses sinais, é importante procurar um otorrinolaringologista, que poderá solicitar testes auditivos completos para determinar o grau e o tipo de perda auditiva. “O tratamento pode variar de acordo com a causa e a gravidade da condição e pode incluir o uso de aparelhos auditivos, terapia auditiva ou, em alguns casos, cirurgia”, finaliza.