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Brasileiros apontam profissões em risco por causa da inteligência artificial

  • Créditos/Foto:DepositPhotos
  • 10/Julho/2023
  • Da Redação, com assessoria

A ascensão de ferramentas de inteligência artificial (IA) dentro do mercado de trabalho já torna possível imaginar um futuro em que elas assumirão atividades desempenhadas hoje por seres humanos. Uma pesquisa da plataforma Onlinecurrículo com 700 brasileiros mostra que sete em cada dez deles (75%) esperam que ao menos algum tipo de profissão seja substituída por mecanismos de IA.

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A percepção geral, porém, é que essas novas tecnologias não tomarão conta totalmente dos empregos. Para 47% dos ouvidos, a IA assumirá, na verdade, o papel somente de alguns trabalhos que hoje são desempenhados por pessoas. Outros 27% dizem, no entanto, que essa substituição afetará várias profissões.

Amanda Augustine, especialista em carreiras da Onlinecurriculo, acredita que a pesquisa reflete a primeira impressão comum que se tem sobre as potencialidades da inteligência artificial.

“Sempre que uma nova tecnologia emerge no cenário mundial, é natural questionar seus efeitos no mundo do trabalho. Aconteceu a mesma coisa quando a internet chegou ao grande público, algumas décadas atrás”, explica. “É verdade que a IA tem capacidade de assumir algumas atividades, embora essa escala não seja tão definida no cenário atual. Talvez seja melhor pensar em como a tecnologia disponível tem condições de fazer com que as diversas profissões se aperfeiçoem”, continua.

Essa também parece ser a percepção de boa parte da população: 41% dos entrevistados disseram que ferramentas capazes de simplificar tarefas hoje rotineiras seriam bem-vindas em seus postos de trabalho. Outros 30% responderam que gostariam de ter dispositivos à mão para resolver problemas do dia a dia.

Mesmo profissões que dependem de critérios subjetivos para suas atividades, como criatividade, por exemplo, admitiriam colaborações automatizadas. No estudo da Onlinecurrículo, 39% das pessoas afirmaram que precisariam de dispositivos para ajudá-las a criar conteúdos de qualidade – como textos.

“Se a adoção da inteligência artificial resolver necessidades como essas, presentes nas empresas e na vida dos profissionais, então ela terá menos esse papel de substituição e mais de colaboração”, analisa Amanda. “Encontrar esse equilíbrio é o mais importante agora”, completa.

Profissões em risco

Desde o início do ano, quando o ChatGPT, da startup norte-americana OpenAI, entrou na agenda pública, muitas listas de empregos possivelmente ameaçados pela nova tecnologia surgiram nos meios de comunicação.

Em março, o próprio ChatGPT foi provocado a produzir sua relação – e respondeu com 80 profissões que poderiam ser, de fato, substituídas por ele. Entre elas, apareceram trabalhos como o de tradutor, designer gráfico, assistente financeiro, fotógrafo, contador e corretor de imóveis.

Os brasileiros, porém, observam que as profissões em risco são as que lidam com o atendimento ao público. Para a maioria (69%) das pessoas, a inteligência artificial vai assumir o trabalho dos operadores de telemarketing em breve. Outra ocupação vista como ameaçada é a de operador de caixa, citada por 68% dos entrevistados. Aparecem com força na pesquisa ainda carreiras como operários de fábrica (39%) e analistas de dados (38%).

Na contramão, profissões como motoristas de caminhão (14%), professores (12%), advogados (8%), jornalistas (7%) e médicos (6%) estão, no imaginário dos brasileiros, mais protegidas. “Importante ressaltar que a ideia comum de que trabalhos de menor valor agregado são mais suscetíveis à IA não se sustenta, porque, na verdade, muito das potencialidades dela está em realizar tarefas complexas – hoje feitas por cargos de analistas e diretores”, observa Amanda.

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