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3 anos do primeiro leilão: em que pé estão os NFTs hoje?

  • Créditos/Foto:DepositPhotos
  • 20/Junho/2024
  • Bianca Bellucci, com assessoria

A coleção de imagens de um macaco entediado, conhecida como Bored Ape Yatch Club (BAYC), rendeu milhões de dólares. São diversas ilustrações com pouca diferença umas das outras, mas que foram um fenômeno de vendas entre famosos de todo o mundo — Justin Bieber, Neymar Jr. e Madonna foram alguns dos nomes que investiram. Apesar de ser o começo de tudo, os NFTs, com o uso da tecnologia de blockchain, se expandiram, se redefiniram e hoje são usados para muitos outros fins. No mês em que completam três anos que o primeiro NFT da história foi a leilão, a DUX, startup de Web3, explica o que são e qual o caminho estão tomando para se reinventar.

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Os NFTs, ou Tokens Não Fungíveis (no inglês non-fungible tokens), são ativos digitais únicos que possuem a tecnologia de blockchain como base para fornecer um certificado digital que autentica e verifica a propriedade de um item específico. Essa infraestrutura da Web3 proporciona a descentralização da propriedade de itens e informações digitais das mãos das big techs. Democratizando o acesso às informações.

Apesar de uma tecnologia nova, os NFTs precisaram ter sua utilização reinventada depois de uma queda brusca em seu valor no último trimestre de 2023, sendo um polêmico estudo da dappgambl. Os Tokens Não Fungíveis passaram a servir para fins diferentes, como marketing de grandes empresas, de músicos e bandas com nomes expressivos, jogadores de futebol e criadores de conteúdo.

Marcas como Nike e Coca-Cola já atrelaram NFTs às compras de produtos físicos com sucesso, podendo ganhar colecionáveis exclusivos ao adquirir um produto físico. Há pouco mais de um ano, o ex-jogador de futebol e influenciador digital Adriano, conhecido como Imperador, lançou uma plataforma no metaverso que também dava direito a colecionáveis digitais. No Didicoverso.com, idealizado pela DUX, os fãs do jogador têm acesso a diversas experiências imersivas, entre games, jornadas virtuais e, inclusive, NFTs colecionáveis — que, neste caso, são figurinhas especiais muito similares àquelas dos álbuns da Copa do Mundo.

Os músicos Nando Reis e Pitty foram outros nomes que se atrelaram aos NFTs, ambos disponibilizando conteúdos exclusivos aos compradores. Outros criadores de conteúdo e influenciadores utilizaram de sua autonomia digital ao criar tokens colecionáveis — como selos que dão acesso a conteúdos novos antes da disponibilidade geral, por exemplo — para seu público cativo. Em resumo, criam-se novas formas de interação com o público.

“Os dados, por meio do uso de blockchain para viabilizar os NFTs, passam a ser propriedade verdadeiramente de quem os produz. Diferentemente de uma rede social criada por uma big tech, por exemplo, que se amanhã quiser, pode derrubar sua conta e você perder acesso a todo o conteúdo que produziu e postou, com a Web3 e a blockchain, os seus dados são de sua propriedade e quem define se quer os vender e catalisar visualizações por meio disso é você”, explica Luiz Octavio Gonçalves, fundador e CEO da DUX. “Os ativos digitais únicos proporcionam novas formas de monetização, modelos alternativos de interação e engajamento com os fãs de um criador de conteúdo, há maior controle sobre o processo criativo e propriedade intelectual”, complementa.

O executivo pontua que tanto a infraestrutura de blockchain, quando os NFTs são hoje importantes tecnologias do mercado emergente da Web3 e colaboram para a emancipação do domínio das big techs. A tecnologia ainda auxilia no combate à pirataria, por ser 100% rastreável e possuir informações detalhadas de sua propriedade imutavelmente detalhadas no próprio arquivo digital — que pode ser auditada por qualquer membro da sociedade.

“São inúmeras as vantagens da descentralização criada pela Web3. A tecnologia pode revolucionar fundamentalmente a sociedade, removendo intermediários e plataformas centralizadas, colocando o poder e o controle de volta nas mãos dos criadores de conteúdos, artistas e consumidores, tanto no âmbito econômico quanto no criativo. Criando-se um ecossistema mais equitativo e inovador”, finaliza o CEO.