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Netflix, Amazon, Globo e HBO: confira o pior dos serviços de streaming

  • Créditos/Foto:Photo on VisualHunt
  • 30/Setembro/2020
  • Sérgio Vinícius

Os principais serviços de streaming de vídeo no Brasil têm muitos predicados. Preços infinitamente menores do que os praticados pela TV a cabo e conteúdo de qualidade oferecido onde e a hora que o usuário quiser são os principais. Entretanto, eles apresentam alguns problemas que podem irritar os assinantes.

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Durante oito meses, a reportagem do 33Giga avaliou algumas das principais opções de streaming do mercado brasileiro – Netflix, HBO GO, Amazon Prime Video e Globoplay. A ideia era ter um recorte completamente subjetivo (com olhar de usuário, empiricamente falando) dos principais problemas de cada um. Para a avaliação, foram utilizadas Smart TVs (Samsung e LG), Chromecast, Fire TV Stick e os navegadores no desktop.

No melhor estilo classe média sofre, segue o veredicto do que cada serviço tem de pior. (Ah, importante: para essa avaliação não se entrou no mérito do catálogo de cada plataforma. Dado que, se fosse o caso, a Netflix seria disparadamente a pior, já que oferece Batman vs Superman para os assinantes mais incautos).

Netflix – melhor entre os concorrentes
Provavelmente o mais bem acabado serviço de streaming no momento. Funciona liso nos diversos dispositivos em que foi avaliado. Não apresenta travamentos, tem interface fácil de navegar independentemente do meio utilizado, seu sistema de busca é rápido e certeiro.

O único porém fica por conta do seu uso no Chromecast – eventualmente, ele se desconecta do gadget e é impossível controlar o que está passando. Mas o 33Giga já ensinou como contornar o bug.

Amazon Prime Video – o que tem a pior navegação
Tudo o que o o e-commerce da Amazon tem de competente, o Prime Video tem de sambado. Em Smart TVs, o sistema basicamente não consegue decorar seu idioma e é necessário configurar preferências de legenda a cada acesso. Muitas vezes, a única opção que aparece é como SAP. No PlayStation 4 a situação é semelhante. O serviço é incapaz de manter o idioma da interface em português, sendo necessário efetuar a troca a cada acesso, já que ele altera para inglês todas as vezes.

No Fire Stick TV (da própria Amazon, veja você!), a interface é confusa. Os comandos recebem resposta extremamente lenta. E isso independe da velocidade da internet. A sugestão de títulos que ele apresenta, conforme a pesquisa, nem sempre tem nada a ver com o que se busca.

No Chromecast, ele demora a conectar no primeiro acesso do dia. Também demora a pausar ou retornar a reprodução. Por vezes, é necessário abrir e fechar o app para que isso ocorra.

Mas o maior problema é a interface confusa – para chegar a uma episódio X de uma temporada Y, é tentativa e erro. Ou tentativa, tentativa, tentativa – e desistência. São camadas e camadas de informações, acessadas por meio de abinhas que não fazem lá muito sentido.

Outra questão negativa, que tem a ver com essa anterior, é que o Prime Video já desencanou de decorar em que ponto do filme ou da série o usuário parou. Se você estiver na quinta temporada de Seinfeld, por exemplo, abrir o app e quiser continuar, muito provavelmente vai ter que caçar na mão o ponto certo. A depender do app da Amazon, ele vai te jogar na segunda temporada, episódio quatro. (ou qualquer outro que achar bacana.)

Outro problema impressionante do Amazon Prime Video é a qualidade das legendas: péssimas. As palavras aparecem coladas e com muitos erros de grafia ou interpretação. Esse problema, inclusive, ocorre em diferentes idiomas além do português – em inglês e espanhol são dois exemplos.

HBO GO – o serviço de streaming que odeia você
Aqui é o caso de só manter a assinatura por conta de títulos como Sopranos, The Wire, Watchmen e todo o excelente catálogo que o serviço oferece. Inclusive, o número de interações no Reclame Aqui com a HBO GO dá o tom da situação dramática.

Pelo menos, trata-se de um serviço democrático: independentemente do meio usado para acessá-lo, ele trava. E muito.

Ele vai também esquecer onde o usuário parou. Sumirão as legendas. Entre um episódio e outro, o sistema vai voltar ao menu inicial. Há séries ou filmes que, inexplicavelmente, ele se nega a carregar – episódio 1, temporada 1, de Sopranos, não roda em diversos meios.

Em Smart Tvs, vive deslogando sozinho. Também acontece muito de o episódio parar no meio da reprodução. Aí, é necessário voltar para ao menu e dar play de novo.

Para quem não é assinante do pacote HBO na TV, ainda há uns problemas adicionais.

Eles gostam muito que você não assine o serviço. Por exemplo, para usar no computador, você deve entrar no site e baixar um app para Android ou iPhone. Aí, com ele, você consegue fazer a assinatura. No Android, ainda tem que ser via Google Wallet – para que colocar um sistema de pagamento no próprio app?

O bom é que o conjunto da obra deve ser bom para a saúde mental. Fazer a assinatura é algo confuso e requer muita concentração. A experiência de assistir a algo pede atenção sem se distrair com travamentos, panes ou falhas. Deve-se sempre lembrar em que ponto você parou – seja no episódio, seja na minutagem. De um dia para o outro ou durante a mesma exibição, em uma bela tarde de domingo.

Toda essa ginástica mental deve, de alguma forma, prevenir ou atrasar o processo de senilidade ou demência. A HBO GO pensa em seu bem estar no longo prazo. Não é para imediatistas – conforme os travamentos constantes comprovam.

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Globoplay – de patinho feio a um quase Netflix
Há cerca de três meses, a avaliação do Globoplay seria algo como “tudo é difícil. É uma desgraceira para conectar e para carregar episódio ou qualquer outra coisa”. Entretanto, a plataforma recebeu uma atualização e tudo mudou – tanto para acesso via Smart TV como via smartphone. Atualmente, em termos de usabilidade, só fica atrás da Netflix.

A busca ainda não está tão boa quanto a da concorrente – na Netflix, duas letras mostram sugestões do que se deseja; no Globoplay, há ainda um certo engasgo na pesquisa. Algumas legendas, quando a obra não é original do serviço, ficam sem sincronia e a opção é assistir o que se deseja dublado.

Outro ponto que precisa melhorar é a lista personalizada de continuar assistindo ou ver novamente (semelhante ao que existe na Netflix). No Globoplay, vira e mexe, ela some. Aí deve-se ir à busca encontrar o programa que se deseja ver.

Exceção a isso, quase todo o restante vai muito bem. Não que seja difícil, mas em termos de funcionalidade e experiência do usuário, deixa Amazon Prime Video e HBO GO comendo poeira.

Streaming

Netflix
Site: https://www.netflix.com
Preço: a partir de R$ 21,90

Amazon Prime Video
Site: www.primevideo.com
Preço: plano único de R$ 9,90

HBO Go
Site: https://www.hbogo.com.br
Preço: plano mensal de R$ 34,90

Globoplay
Site: https://globoplay.globo.com
Preço: a partir de R$ 22,90

*colaboraram Bianca Bellucci, Leo Alves, Luchelle Furtado, Marcella Blass, Maria Beatriz Vaccari, Paulo Basso, Jr. (todos da reportagem do 33Giga), além dos amigos Renata Turbiani e Tércio Silveira