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8 mentiras mais difundidas sobre jogos eletrônicos
- Créditos/Foto:DepositPhotos
- 12/Setembro/2024
- Bianca Bellucci, com assessoria
No contexto dos jogos eletrônicos, alguns mitos perpetuam equívocos sobre players e a indústria de games. À medida que essa área cresce globalmente, é essencial desmistificar tais tabus e reconhecer o papel significativo dos games não apenas no entretenimento, mas também no desenvolvimento de carreira, nas áreas de Recursos Humanos (RH) e como ferramentas para o aprendizado no trabalho.
Segundo a Newzoo, maior consultoria especializada deste mercado, o faturamento da indústria gamer deve chegar a US$ 211,2 bilhões em 2025. Para a Mordor Intelligence, o mercado de jogos em nuvem atingirá US$ 6,80 bilhões até 2028, prometendo um crescimento significativo e contínuo.
Falsas crenças distorcem a percepção pública sobre os jogos e sobre os benefícios que eles oferecem, especialmente no desenvolvimento de habilidades profissionais. Para esclarecer essas questões, o especialista em Desenvolvimento de Lideranças e Saúde Mental no trabalho, Renato Herrmann, destaca oito das mentiras sobre jogos eletrônicos mais difundidas e revela a verdade por trás de cada uma.
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8 mentiras sobre jogos eletrônicos
1. Videogame é para criança
Existe uma percepção comum de que os jogos eletrônicos são uma atividade infantil. No entanto, segundo a PGB2024, 35% dos jogadores têm entre 25 e 34 anos e 39% dos espectadores possuem idade entre 30 e 39 anos.
“Muitos jogos são desenvolvidos especificamente para adultos, abordando temas complexos e desafiadores que exigem um pensamento estratégico avançado, que pode ser aplicado de forma enriquecedora em demais momentos e atividades do dia a dia, como no trabalho. A indústria oferece uma vasta gama de games para todas as idades e interesses”, comenta Herrmann.
2. Jogos de videogame são apenas hobbies
A indústria de eSports refuta essa ideia e, para comprovar isso, 77% dos entrevistados pela PGB2024 consideram o eSport uma modalidade esportiva. Jogos competitivos como League of Legends, Dota 2, Counter Strike e Free Fire deram origem a um cenário profissional robusto, com jogadores que treinam como atletas de alto rendimento e competem em torneios internacionais por prêmios milionários. Inclusive, faculdades nos Estados Unidos oferecem bolsas para atletas de eSports, que anteriormente eram somente oferecidas para atletas de esportes mais “formais” (como futebol americano e basquete)
3. As mulheres não jogam jogos digitais
As mulheres representam uma parcela significativa da comunidade gamer. Dados da PGB2024 mostram que 51% delas são consumidoras de jogos digitais graças aos smartphones e 57% se consideram uma gamer.
“Jogadoras profissionais estão ganhando destaque e reconhecimento, participando de grandes torneios e competições. A representatividade, contudo, ainda é muito baixa. De qualquer forma, a inclusão feminina no mundo dos jogos não apenas enriquece a diversidade, mas também desafia estereótipos ultrapassados, como aconteceu em outros lugares do mundo do trabalho, como Engenharia de Software”, declara Herrmann.
4. Game destrói a vida social
Há quem pense que os jogadores preferem ficar isolados, evitando interações sociais. No entanto, 83% deles concordam que eSports é uma forma de participar de uma comunidade, conforme a PGB2024.
O que nem todos sabem é que muitos jogos, especialmente os online, são altamente sociais e incentivam a colaboração e comunicação entre jogadores. “Títulos como World of Warcraft e Fortnite ajudam a formar comunidades e promover amizades duradouras, desmentindo a ideia de que os jogadores são solitários. Inclusive, conheço várias histórias de casais que se conheceram em jogos online e acabaram casando”, analisa o especialista.
5. Os jogos não são educativos
Os jogos digitais podem promover habilidades valiosas como resolução de problemas, pensamento estratégico e coordenação motora. De acordo com Herrmann, existem também jogos educativos projetados para ensinar uma variedade de matérias, desde matemática e ciências até história e línguas. Além disso, existem também games desenvolvidos especificamente para programas de desenvolvimento de liderança. Então, tudo depende da forma como são usados.
6. Videogame faz mal para a saúde
Existe uma crença de que jogar videogame é prejudicial às saúdes física e mental. Outras mentiras sobre jogos eletrônicos dizem que games violentos ou agressivos deixam as pessoas violentas e agressivas. Entretanto, diversos estudos científicos confirmam que os títulos ajudam a melhorar as habilidades cognitivas, como resolução de problemas e tomada de decisões rápidas, o que faz parte do dia a dia corporativo. Além disso, podem ser uma forma eficaz de aliviar o estresse e promover a socialização.
“Claro, é importante monitorar o tempo de jogo e garantir que ele não substitua outras atividades saudáveis, como exercícios físicos e interações sociais presenciais”, cita o especialista.
7. Comunidade LGBTQIA+ não se importa com games
Um levantamento da GLAAD aponta que 1 a cada 5 pessoas gamers são LGBTQIA+. Esse número representa 17% de todas as pessoas gamers no mundo. Também apresenta um aumento significativo de 70% desde 2020, quando a Nielsen fez um levantamento similar que mostrou que 10% das pessoas gamers pertenciam à comunidade.
Esse movimento esta atrelado ao fato de que muitas pessoas da comunidade LGBTQIA+ encontram nos jogos um espaço de inclusão e expressão. “Percebo uma crescente representação de personagens e narrativas LGBTQIA+ nos jogos, promovendo maior visibilidade e aceitação. Eventos e comunidades online dedicados a jogadores LGBTQIA+ mostram que o interesse e a participação são significativos”, pontua.
Herrmann reforça que mesmo encontrando um espaço de inclusão, o universo dos games também apresenta muitos desafios e preconceitos, pois ainda é um mercado excludente. “Mesmo com os avanços nos últimos anos, ainda tem muito o que mudar para que se torne 100% inclusivo e seguro.”
8. Não é possível trabalhar com os jogos eletrônicos
A indústria dos eSports está em rápida expansão e oferece diversas oportunidades de carreira, que vão além de ser jogador profissional. Existem empregos em áreas como gestão de equipes, produção de eventos, marketing, desenvolvimento de negócios, transmissão e comentário, design gráfico, e muito mais.
Além disso, existe um mercado gigantesco de pessoas que criam conteúdo de games nas redes sociais e plataformas de streaming. Apesar de ser uma carreira bastante complexa, assim como qualquer outra no mundo do entretenimento, mudou a vida de várias pessoas para melhor.
“É importante desmistificar essas mentiras sobre jogos eletrônicos para apreciar verdadeiramente o impacto positivo e a complexidade do universo dos games. A indústria continua a crescer e evoluir, trazendo inovação, entretenimento e benefícios educacionais e sociais para milhões de pessoas em todo o mundo”, conclui Herrmann.