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Com robôs e inteligência artificial, startup ajuda a cobrar caloteiros

Dossiê de Indícios. Busca ativa de patrimônio imobiliário. Investigação sobre recursos guardados em paraísos fiscais. Lançando mão de estratégias assim, aplicadas de forma combinada, e se utilizando de robôs e inteligência artificial, a Leme Inteligência Forense, legaltech com sede no Paraná, ajuda empresas de várias partes do país a recuperar valores de inadimplentes.

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O trabalho, além de observar os marcos legais, garante a essas empresas informações, dados e subsídios consistentes para pleitear na Justiça a execução de patrimônios que cubram as dívidas de seus respectivos devedores. Alguns números ilustram a dimensão desse campo de atuação e dos resultados que a investigação patrimonial hiperautomatizada proporciona ao ecossistema econômico.

Por exemplo, de 2020 até o primeiro semestre de 2022 a Leme Inteligência Forense conseguiu identificar, para seus clientes, 186 mil imóveis pertencentes a devedores – ou R$ 204 bilhões nesse tipo de bem. Em outra frente, em um período de três anos (2018 a 2021), montantes que ultrapassam R$ 8 bilhões foram localizados, não só no Brasil como no exterior (incluindo paraísos fiscais como Suíça, Panamá, Luxemburgo, Nova Zelândia, Bahamas, Ilhas Virgens Britânicas e Ilhas Bermudas).

De acordo com o CEO da Leme Inteligência Forense, Valdo Silveira, a maior parte da demanda atendida pela legaltech vem de empresas em busca de passivos de longos períodos. “O aumento da demanda por recuperação reflete muito a dificuldade que se arrasta por anos em obter êxito nessa recuperação”, afirma.

Assim, independente dos indicadores conjunturais de inadimplência e suas oscilações, há procura constante pelos resultados proporcionados pela investigação hiperautomatizada.

“Com a inadimplência atualmente em crescimento, também se espera uma demanda cada vez maior na área de recuperação de crédito. Porém, hoje os credores buscam reaver passivos que por muitas vezes já estão completando década, ou mesmo décadas”, explica.

Na maior parte dos casos, esses créditos a serem recuperados se referem a empréstimos e outros contratos bancários, informa Silveira. Também são comuns casos relativos a dívidas de fornecedores que não possuem garantias de pagamento.

O CEO da Leme dá outra característica relativa aos devedores dessas empresas: “Além de deverem valores maiores, os inadimplentes bem estruturados buscam assessorias jurídicas e contábeis para promover ocultação do patrimônio, antes que o credor consiga iniciar a execução”.

É por essa prática, pela capacidade de não deixar rastros e por ocultar patrimônios que o uso de tecnologias da informação no processo investigatório faz toda a diferença. Com a combinação de robôs e inteligência artificial, a Leme Inteligência Forense elabora o chamado “Dossiê de Indícios” e envia aos clientes numa linguagem e num formato de fácil compreensão. Dando, assim, indicativos e possíveis caminhos para o cliente definir a melhor estratégia para seguir com a averiguação e consequente execução.

A “varredura” é quase instantânea. Respeitando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), ela consegue cruzar fontes, bancos e repositórios de informações. “Os dados são coletados via robôs em diversas bases públicas, são cruzados e organizados conforme a metodologia investigativa da Leme. O tempo varia de acordo com o volume de dados do buscado”, assinala o CEO.

Segundo Silveira, 87 novos clientes ingressaram na carteira de clientes da legaltech até o final do primeiro semestre de 2022. “Entre os principais nichos dessas empresas contratantes estão escritórios de advocacia, bancos e cooperativas de crédito.”