A evolução tecnológica tem desempenhado papel fundamental em diversas áreas da sociedade e o setor esportivo não fica para trás. Nos últimos anos, a implementação de sistemas de segurança e conforto para os espectadores ganhou destaque, e a biometria facial emerge como solução inovadora.

A aprovação da Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023 – LGE), sancionada em 15 de junho de 2023 e que estabelece a obrigatoriedade da adoção de biometria por reconhecimento facial em estádios com capacidade de até 20 mil pessoas em até dois anos, impulsiona consideravelmente o mercado.

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A crescente importância da biometria facial em estádios esportivos

O mercado de biometria facial no segmento esportivo tem experimentado um crescimento significativo, principalmente por conta de uma busca contínua por medidas de segurança mais avançadas e uma experiência do espectador aprimorada.

A biometria facial oferece uma maneira eficaz de autenticação, permitindo um acesso rápido, de até 3 segundos, e seguro aos estádios, além de contribuir para a identificação de torcedores em situações de segurança.

Para ter uma ideia, em janeiro de 2024, completou um ano da implantação do sistema de reconhecimento no Allianz Parque, da Sociedade Esportiva Palmeiras, feita pela Bepass, empresa especializada nesse tipo de acesso em grandes arenas.

O resultado foi positivo: a ausência de cambistas, além da rapidez e segurança na entrada do jogo. O que, ao mesmo tempo, tornou o local o primeiro estádio do mundo com 100% de acesso por biometria facial, tendo em seu cadastro mais de 650 mil torcedores. Sem falar na questão da segurança.

Um programa da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), em parceria com o Palmeiras, resultou na prisão de 48 pessoas em partidas disputadas no Allianz Parque. A parceria funciona assim: o Verdão compartilha os dados de quem compra ingresso com a Secretaria, com isso, o órgão analisa as informações e devolve para o clube uma lista com os nomes de todas as pessoas que contam com algum tipo de pendência com a Justiça ou até mesmo desaparecidas. Ou seja, os eventos que muitas vezes eram vistos como locais de tensão, podem começar a mudar esse cenário.

“Além do Palmeiras, Flamengo e Botafogo são algumas das equipes que já estão iniciando testes com nossa tecnologia”, pontua Ricardo Cadar, fundador da Bepass.

Os números que impulsionam o mercado

De acordo com dados recentes, a adoção de tecnologias de biometria facial em eventos esportivos tem crescido a uma taxa anual considerável. O reconhecimento facial não apenas agiliza a entrada dos torcedores, mas também fornece dados valiosos para os clubes e as organizações esportivas sobre o perfil de seus fãs, ajudando na personalização de serviços e estratégias de marketing.

Já de olho na economia em geral, uma pesquisa mais recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV) indica que se o Brasil não usasse biometria na identificação digital causaria uma queda de R$ 4,7 milhões no PIB e uma queda de R$ 550 mil nos rendimentos dos trabalhadores.

A ausência da biometria facial poderia resultar em uma perda de PIB de R$ 1,6 bilhão por ano. Sem falar em algo ainda mais impactante: a tecnologia teve um efeito indireto de R$ 115 bilhões em fraudes evitadas em 2022.

Então…

O Ministério Justiça e Segurança Pública assinou, em setembro de 2023, o projeto Estádio Seguro, uma parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), para monitoramento e cruzamento de dados dos torcedores que frequentam estádios e arenas do País, afim de aumentar a segurança nesses locais. Clubes como Palmeiras e Flamengo participam desse acordo, no entanto, vale destacar que a participação de clubes ou dos governos que administram esses locais não será obrigatória.

Com a rápida adoção dessas soluções, não apenas reforça a importância da segurança e comodidade dos torcedores, mostra que o cenário esportivo está caminhando para uma era na qual a tecnologia e o entretenimento se entrelaçam de maneira inovadora e benéfica para todos os envolvidos.

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