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Janeiro Branco: conheça efeitos do brain rot no trânsito
- Créditos/Foto:DepositPhotos
- 15/Janeiro/2025
- Da Redação, com assessoria
O uso excessivo das redes sociais fez nascer uma expressão para nomear o declínio na capacidade mental ou intelectual associado ao consumo exagerado de conteúdo de mídia de baixa qualidade. ‘Brain rot’ ou ‘cérebro apodrecido’ sugere que a exposição prolongada a conteúdos pouco estimulantes pode resultar em efeitos negativos, como dificuldade de concentração, diminuição da criatividade e redução do pensamento crítico.
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Segundo a psicóloga Giovanna Varoni, diretora da Associação de Clínicas de Trânsito do Estado de Minas Gerais (ACTRANS-MG), o uso exagerado das redes sociais tem impactos negativos não só no aprendizado ou exercício profissional. “O excesso de tempo online e o consumo de conteúdos de baixa qualidade podem comprometer funções cognitivas essenciais, como atenção, memória e tomada de decisão. Esses impactos vão muito além da vida digital e podem ser especialmente perigosos no trânsito.”
O termo brain rot, palavra do ano de 2024 segundo a Universidade de Oxford, reflete uma preocupação crescente na comunidade científica. Embora não seja uma condição clinicamente reconhecida, os sintomas associados são alarmantes e variam entre dificuldade de concentração, redução da produtividade, aumento da agitação e quadros de ansiedade e depressão.
Segundo o Newport Institute, essa condição é caracterizada por uma letargia mental resultante da sobrecarga de informações digitais, levando a um declínio cognitivo e redução da capacidade de atenção. “Isso não é muito difícil de ser observado. Alguns minutos rolando feed nas redes sociais e já conseguimos perceber uma certa letargia. Os sintomas são agravados com o uso descontrolado das redes, muito comum entre jovens”, comenta a psicóloga.
Pesquisas recentes mostram o impacto do uso descontrolado das mídias nas funções executivas. O vício em redes sociais foi associado a uma diminuição nas habilidades de funcionamento executivo, como planejamento e resolução de problemas. Isso é especialmente problemático para a segurança no trânsito, já que pode afetar a capacidade de reagir a situações externas, aumentar a desatenção e reduzir o foco e a concentração. “Na direção, habilidades cognitivas são indispensáveis para identificar perigos, tomar decisões rápidas e garantir a segurança de todos. Um cérebro sobrecarregado pela ‘podridão digital’ pode apresentar lentidão de resposta e distrações, aumentando significativamente os riscos de acidentes”, ressalta Giovanna.
No cenário do trânsito, em que boa parte dos acidentes são provocados por fatores humanos, o declínio da saúde mental tem impactos desastrosos. “Motoristas distraídos tendem a provocar mais acidentes, a exceder os limites de velocidade e até mesmo desrespeitar sinalizações de trânsito. A irritação e o estresse, por outro lado, provocam comportamentos agressivos e imprudentes, aumentando a chances de acidentes mais graves. As pessoas subestimam o efeito da saúde mental na capacidade de dirigir em segurança e esse é um erro que pode custar vidas”, alerta a especialista.
Identifique o risco e aja
Pesquisas também mostraram que o uso descontrolado das redes sociais está ligado a níveis mais elevados de sofrimento psicológico e redução do bem-estar mental. Para combater os efeitos negativos do ‘cérebro apodrecido’, Adalgisa Lopes, psicóloga especialista em trânsito e presidente da ACTRANS-MG, recomenda limitar o tempo de tela e ser seletivo com o que consome online. “Priorize conteúdos educativos, culturais e inspiradores. Além disso, faça pausas regulares das redes sociais e planeje detox digitais periódicos”, conta.
A profissional ressalta a importância de equilibrar o tempo online com atividades que estimulem a cognição, como leitura, exercícios físicos e interações sociais presenciais. “Outra dica para reduzir essa dependência é desativar notificações desnecessárias, assim você reduz distrações constantes”, afirma.
Segundo Adalgisa, é imprescindível, para a saúde física e mental, ter boas noites de sono. “Portanto, evite o uso de dispositivos eletrônicos antes de dormir para garantir um sono reparador. A privação de sono afeta o humor, desregula a produção hormonal e tem implicações gravíssimas no trânsito”, completa.
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