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Impressoras 3D: elas mudarão o conceito econômico do mundo?
- Créditos/Foto:Crédito: Divulgação/3DUX
- 05/Abril/2016
- Leo Alves
Recentemente o 33Giga mostrou uma experiência em uma impressora 3D que tenta “imprimir” chocolate, no Garage Fab Lab, em São Paulo. Por mais que ainda esteja na fase inicial do projeto, esse teste ilustra bem as possibilidades que tem uma impressora 3D. Elas podem realizar um projeto em plástico, que é o material mais comum, ou até mesmo em metais e madeira, como já está sendo desenvolvido em alguns projetos no mundo.
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Para entender melhor como está o mercado atual das impressoras 3D, o desenvolvimento nos últimos anos e qual será o futuro dessa tecnologia, o 33Giga conversou com diretor de marketing da Autodesk – empresa que desenvolve diversos softwares 3D, como o AutoCAD, Márcio Reis Pinto, que tem acompanhado de perto o crescimento e popularização do mercado das impressoras 3D. Veja abaixo todos os detalhes desta entrevista.
33Giga: Temos presenciado a expansão das impressoras 3D nos últimos anos. Esse crescimento é real, ou só agora está sendo divulgado?
Márcio Reis Pinto: Sim, realmente as impressoras 3D passaram por um desenvolvimento muito grande. Até cinco anos atrás, quem se interessava por uma tinha que montá-la praticamente do zero, criar todas as partes. Hoje já existem empresas com modelos desenvolvidos, mas ainda há muito que crescer esse mercado.
33Giga: E para onde esse mercado tende a crescer?
Márcio: O principal foco atual das impressoras 3D são em próteses ortopédicas. Por utilizarem plástico, elas conseguem reduzir os custos dos implantes, além de terem todo o lado da personalização, já que é possível criar inúmeros desenhos. E é justamente esse lado mais personalizado que acredito que pode crescer, não só nas próteses, mas em acessórios de roupas, peças para carros, móveis únicos. Acho que o mercado de design de interiores e de construção tem explorado pouco as impressoras, assim como o automobilístico. Quando eles perceberem o potencial, isso vai crescer muito.
33Giga: Existe alguma forma de utilizar uma impressora 3D em construção civil?
Márcio: Sim. Inclusive na Holanda uma ponte de pedestres, feita em metal, foi construída utilizando uma impressora. Como disse, esse setor ainda tem explorado pouco o potencial das máquinas, mas assim como já é possível fazer algo com chocolate, também já existe tecnologia para projetos em metal.
33Giga: Na sua opinião, algum dia pessoas comuns terão impressoras 3D em casa?
Márcio: Acredito que talvez não seja esse o caminho. Esse mercado tem partido para um outro lado, o da colaboração. Essa é premissa dos Fab Lab’s, por exemplo, onde eles têm o equipamento e abrem o espaço para qualquer pessoa trazer seu projeto. Além disso, existem diversos sites em que é possível compartilhar algum projeto 3D, para que outras pessoas possam ajudar o criador a desenvolver a ideia, ou criar uma completamente nova, partindo daquela base. Talvez as impressoras 3D não sejam como as de tinta que temos em casa, e apostem mais nesse lado colaborativo, que pode influenciar até mesmo o conceito econômico que temos atualmente.
33Giga: As grandes empresas que existem no mundo não podem achar que estão perdendo mercado?
Márcio: Sim, as grandes corporações vão precisar se adaptar, mas já existem projetos partindo delas. A Mattel (gigante norte-americana no ramo de brinquedos) anunciou recentemente a impressora ThingMaker, que tem previsão de lançamento para o segundo semestre de 2016. Com ela, qualquer pessoa pode criar um brinquedo no aplicativo da máquina, que já está disponível para Android e iOS, e pode imprimi-lo dentro de casa. Por mais que este seja um grande exemplo, acredito que o crescimento do mercado se dará mais em pequenas redes, e não nas grandes corporações. Acho que as gigantes vão entrar no mercado de uma outra maneira, talvez patrocinando e investindo essas pequenas redes, para desenvolver produtos para elas.
33Giga: E daqui cinco anos, como você acredita que estará o mundo com as impressoras 3D?
Márcio: Acredito que a medicina e a engenharia em geral estarão ainda mais envolvidas com as impressoras, mas também acredito que essas pequenas redes de colaboração terão uma expansão muito grande. Acho que o mercado automobilístico, principalmente o de personalização e de restauração, olhará com mais atenção para as possibilidades das impressoras 3D, assim como o de decoração residencial, e até mesmo o setor de moda, explorará também o potencial das impressoras.
Confira algumas imagens da impressora ThingMaker, anunciada pela Mattel