Notícias
Impressão 3D é aliada na correção de deformação craniana rara
- Créditos/Foto: wemake_cc via Visualhunt / CC BY-NC-SA
- 02/Outubro/2017
- Da Redação, com assessoria
Em 2015, a angolana Yara Alexandre Almeida teve sua filha Jacira diagnosticada, ainda durante a gestação, com uma doença rara: A Encefalocele, uma má formação craniana que faz com que parte do cérebro fique exposta e suscetível a traumas. A criança precisava passar por uma cirurgia de alta complexidade e o governo angolano financiou a vinda da família ao Brasil para a realização do procedimento.
Leia mais:
Plataforma online permite que qualquer pessoa crie objetos em impressoras 3D
Comprei uma impressora 3D para minha casa. E agora?
Em território nacional, a mãe procurou os especialistas do Hospital Santa Marcelina para começar o tratamento. O caso de Jacira foi passado para a neurologista Giselle Coelho e para o cirurgião plástico Maurício Mitsuro Yoshida, com o apoio de uma equipe multidisciplinar.
A menina, de apenas um ano de idade, precisaria passar por um procedimento de extrema complexidade, com risco de hemorragia e sequelas. Jacira tinha seu problema localizado na região frontal da cabeça e exigia a remodelação craniana para fechar a falha óssea em seu rosto.
Por esta razão, a neurologista, que é diretora científica do SIEDI (Scientific Innovation and Education Development Institute), pediu apoio à instituição que cedeu espaço para a realização do planejamento cirúrgico. A complexidade do caso também foi determinante para que os médicos decidissem fazer o planejamento cirúrgico usando biomodelos impressos em 3D. Produzidos pela BioArchitects, na impressora 3D Stratasys J750 e a partir de exames da própria paciente, os biomodelos reproduziram fielmente o problema para melhorar a visualização dos médicos.
“Antes, o planejamento preparatório era baseado em exames, como tomografia e ressonância magnética. Com o uso de biomodelos impressos em 3D foi possível ver e avaliar detalhes da anatomia da paciente que seria operada”, explica o Dr. Yoshida. Segundo ele, foram realizados vários procedimentos na réplica da paciente para discutir diversas metodologias e riscos da intervenção.
Além de ser utilizado para a preparação dos cirurgiões e equipe, com o biomodelo impresso em 3D em mãos, Yara, mãe de Jacira, pode compreender o que seria feito. O que lhe deixou com mais segurança e tranquilidade na recuperação da filha.
A cirurgia bem-sucedida foi realizada em maio deste ano, no Hospital Santa Marcelina. Para a equipe multidisciplinar, a modificação da técnica para a cirurgia foi o destaque, evitando a necessidade de uma nova operação no futuro, diminuição do volume necessário de transfusão sanguínea e a redução do tempo intraoperatório em 2h30.
“O caso de Jacira é um exemplo que reforça como a tecnologia de impressão 3D pode auxiliar a formação e o aperfeiçoamento dos profissionais da área de saúde, especialmente dos médicos. Esta constatação se baseia no fato desta tecnologia possibilitar o desenvolvimento de clones sintéticos de problemas reais dos pacientes para serem estudados e operados, antes do procedimento real”, conclui Felipe Marques, CEO da BioArchitects. Neste vídeo você pode acompanhar o depoimento dos médicos e da mãe de Jacira sobre todo o procedimento.
Se você tem alguma dúvida sobre tecnologia, escreva para [email protected] e suas questões podem ser respondidas