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IA no smartphone: a revolução chegou às nossas mãos
- Créditos/Foto:DepositPhotos
- 19/Setembro/2024
- Autor Convidado
*Por Fabrício Carraro // Em uma era dominada por notificações incessantes e feeds infinitos, a inteligência artificial opera uma revolução silenciosa na palma das nossas mãos. E essa sinergia entre smartphones e IA está democratizando o acesso à informação e ao conhecimento como nunca antes visto.
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Com assistentes virtuais inteligentes, um universo de possibilidades se abre a um toque. Seja para obter respostas instantâneas para qualquer pergunta, aprender novos idiomas ou para explorar conteúdos educativos. São infinitas as possibilidades que encontramos nessa integração. Entretanto, a verdadeira revolução da IA nos smartphones transcende a mera adição de recursos tecnológicos ao aparelho.
Estamos diante de uma mudança de paradigma no acesso à tecnologia e suas implicações na sociedade que geram democratização, personalização, experiência do usuário, empoderamento individual, avanços em acessibilidade, impulsiona a inovação e gera impacto social em áreas estratégicas.
Para mim, carregar a IA em nossos bolsos é algo muito promissor para empoderar indivíduos e transformar vidas de maneiras que estamos apenas começando a descobrir. E isso é mais que uma tendência tecnológica, é um movimento disruptivo com o potencial de transformar a educação como a conhecemos.
À medida que as barreiras de acesso à informação se dissolvem, abrimos espaço para uma sociedade mais informada, crítica e empoderada pelo conhecimento, preparada para um futuro moldado pela inteligência artificial.
No campo da educação, por exemplo, imagine um estudante com dificuldades em interpretar um diagrama complexo de física ou um mapa geográfico. Com a IA multimodal, ele pode capturar uma imagem com seu smartphone e pedir para que ela explique o conteúdo visual em detalhes, traduzindo o abstrato em concreto, o complexo em algo compreensível.
Esse processo intuitivo e interativo quebra barreiras tradicionais de aprendizado, tornando a informação acessível a pessoas com diferentes estilos de aprendizagem e necessidades específicas e eliminando o problema de “ter vergonha” ao fazer uma pergunta.
O futuro da interação humano-IA traz profundas implicações para a educação. A câmera do nosso smartphone se transformará em um portal para a inteligência artificial, oferecendo suporte instantâneo para diversas necessidades.
Como resolver problemas de matemática, traduzir textos em tempo real ou receber explicações detalhadas de conceitos complexos, tudo por meio de uma conversa contínua com a IA. Essa “tutoria on-demand” abre portas para um futuro promissor, onde o aprendizado se torna mais acessível, personalizado e interativo.
Dois exemplos claros dessa nova realidade são o ChatGPT, impulsionado pelo modelo GPT-4o, e o Gemini do Google, que já estão disponíveis via aplicativo em dispositivos móveis e, em breve, estarão rodando localmente nos smartphones, sem necessidade de acesso à internet. O ChatGPT atualmente vai além, liberando seu melhor modelo seja para usuários gratuitos ou assinantes.
O acesso ao poder de processamento e à vasta base de conhecimento da ferramenta é democratizado, nivelando o campo de jogo no acesso à informação. Em breve, novas funcionalidades, como o reconhecimento visual em tempo real através da câmera, transformarão ainda mais esse jogo. Essa acessibilidade universal é um divisor de águas, abrindo um leque de oportunidades para aprendizado personalizado e independente, livre de barreiras geográficas ou financeiras.
A inclusão é outro aspecto crucial dessa transformação. Pessoas com deficiência visual, por exemplo, já vivenciam uma nova realidade com os modelos de IA multimodais, capazes de descrever imagens e vídeos, traduzindo o visual em informações acessíveis. Essa capacidade de transpor barreiras sensoriais demonstra o potencial da IA para a construção de um futuro mais equitativo e inclusivo.
Tudo isso representa um potencial para empoderar indivíduos como nunca antes. E essa tendência está se acelerando rapidamente. Segundo projeções da Counterpoint, 43% dos aparelhos serão considerados smartphones GenAI até 2027, ano em que o número dos aparelhos deve superar a barreira do bilhão pela primeira vez.
E tudo isso é muito promissor. A experiência personalizada e intuitiva, a automatização de tarefas, a otimização do tempo, os avanços em acessibilidade e inclusão digital, além dos recursos inovadores em fotografia e realidade aumentada, convergem para empoderar o indivíduo e romper barreiras socioeconômicas.
É inegável que a IA nos celulares oferece um potencial transformador. No entanto, como toda tecnologia disruptiva, sua integração traz consigo desafios e dilemas éticos que exigem atenção. Embora seja crucial estarmos conscientes dos desafios, os benefícios da inteligência artificial nos dispositivos móveis têm um potencial transformador inegável, capaz de impulsionar o progresso humano em diversas áreas.
Cabe à sociedade, como um todo, participar ativamente do debate sobre o desenvolvimento e a utilização responsável da IA, garantindo que essa poderosa ferramenta seja utilizada para o bem comum. Afinal, estamos falando de uma revolução que já está acontecendo, agora, na palma de nossas mãos.
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* Fabrício Carraro é Program Manager na Alura, ecossistema de educação em tecnologia.