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IA na música: 5 maneiras de usar a tecnologia em suas produções

As aplicações da Inteligência Artificial na música estão começando a ser exploradas, mas já está claro que elas têm o potencial de transformar profundamente a maneira como canções são criadas, produzidas e consumidas.

Com o contínuo avanço da IA na música, as possibilidades são praticamente ilimitadas, prometendo uma nova era para a indústria musical.

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Segundo pesquisa do Ditto Music, 60% dos artistas independentes entrevistados já estão usando a IA em seus projetos musicais. A Moises, aplicativo de produção de músicas e áudios com a tecnologia, possui uma base de aproximadamente 45 milhões de usuários, dos quais mais de 4.6 milhões são brasileiros.

Há anos, a tecnologia transforma o jeito de produzir canções. Aqui estão cinco maneiras em que é possível usar a IA na música.

Separação de faixas 

A separação de faixas divide uma música em suas partes, como vocais e instrumentos individuais. Isso é feito analisando as frequências dos sons e usando modelos de aprendizado profundo (Deep Learning), como redes neurais convolucionais (CNNs), que aprendem a reconhecer diferentes padrões sonoros.

Essa técnica tem várias utilidades. Pode ser usada para remasterizar músicas antigas, criar remixes e novas versões de músicas por DJs e produtores, ajudar no aprendizado musical ao permitir que cada parte de uma música seja analisada separadamente e permitir a substituição de faixas, desenvolver ferramentas de karaokê removendo vocais, e facilitar pesquisas e análises musicais, proporcionando uma visão mais detalhada da composição de uma música.

“Clonagem” vocal

A modelagem vocal com IA replica a voz de uma pessoa para gerar novos discursos ou cantos. Primeiro, são coletadas gravações de alta qualidade da voz da pessoa.

Essas gravações são usadas para treinar um modelo de IA, que analisa características como timbre, ritmo e entonação. Após o treinamento, a IA pode sintetizar a voz com base em um texto fornecido, produzindo um áudio que soa como a pessoa original. Ajustes e refinamentos adicionais podem ser feitos para melhorar a qualidade.

Esse recurso é útil em áreas como publicidade, músicas, entretenimento, dublagem, assistentes virtuais e outros.

“Quando falamos de modelagem vocal, é importante garantir que todos os direitos da voz original estão sendo respeitados. A pessoa que concede a licença da sua voz deve receber devidamente por isso, em um contrato que favoreça os dois lados”, explica Eddie Hsu, COO da Moises. A empresa, criada por brasileiros, atua com produção musical com IA e desenvolveu o Voice Studio, ferramenta com 50 vozes disponíveis para modelagem vocal.

Remasterização de músicas antigas

A IA também pode ser usada para remasterizar gravações antigas. Algoritmos avançados podem limpar ruídos, ajustar níveis de áudio e até mesmo melhorar a qualidade do som de gravações.

Isso permite que músicas gravadas há décadas possam ser atualizadas para atender aos padrões de áudio modernos, como foi feito no caso da música “Now and then”, escrita por John Lennon em 1978 e concluída por Paul McCartney e Ringo Starr em 2023, com a ajuda da tecnologia para incluir acordes de George Harrison.

No Brasil, a cantora Luana Carvalho conseguiu um feito semelhante à banda britânica ao realizar uma parceria com sua mãe, Beth Carvalho, já falecida, na canção “Visual”, do álbum Baile de Máscara.

Um sample da voz da famosa sambista foi retirado de uma canção de 1978, editado e incorporado à canção de 2020, fazendo com que as duas cantassem juntas.

Criação de Instrumentos Virtuais

Instrumentos virtuais controlados por IA estão ganhando popularidade. Eles usam algoritmos para emular o som de instrumentos reais com grande precisão. Além disso, eles podem gerar novos timbres e sons que não seriam possíveis com instrumentos tradicionais.

Plugins da Spitfire Audio e Native Instruments estão na vanguarda dessa tecnologia, oferecendo instrumentos virtuais que são amplamente usados na indústria musical.

Personalização de Experiências Musicais

Serviços de streaming como Spotify e Apple Music usam algoritmos de IA para analisar os hábitos de escuta dos usuários e sugerir músicas que possam ser de seu interesse.

Além disso, IA pode ser usada para criar trilhas sonoras personalizadas para diferentes ambientes ou atividades, ajustando o ritmo e o estilo da música em tempo real com base no contexto do usuário.