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Halving do Bitcoin: entenda o mecanismo que diminui recompensa de mineradores

  • Créditos/Foto:Worldspectrum no Pexels
  • 12/Maio/2020
  • Da Redação, com assessoria

O halving do Bitcoin é um dos eventos mais esperados pela comunidade de criptoativos. Por isso, a exchange de criptomoedas Foxbit resolveu esclarecer as principais dúvidas dos investidores sobre o tema. João Canhada, CEO da empresa, respondeu seis perguntas mais comuns sobre esse evento que ocorre a cada quatro anos.

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1. O que é halving?

Para entender o que é o halving, primeiro deve-se contextualizar a criação do Bitcoin. Ele foi criado em 2009, por Satoshi Nakamoto, em uma quantidade finita, de 21 milhões – atualmente temos 18 milhões e 250 mil em circulação. Só que essa quantidade não estava disponível imediatamente, as criptomoedas precisavam ser “descobertas”. Isso se dá por meio de doação de poder computacional garantindo a segurança da rede e recebendo a recompensa. Esse processo consiste em encontrar blocos e Bitcoins.

O modelo de recompensa em Bitcoins por poder computacional premia os primeiros usuários e vai diminuindo o prêmio com o tempo. Assim, o sistema calcula de acordo com o poder computacional disponível ajustando para que, em média, a cada 10 minutos “ache” um bloco com uma recompensa que inicialmente era de 50 bitcoins. Pelo fato do bitcoin ser finito, a cada 210 mil blocos a oferta dentro desses blocos caem pela metade.

O halving foi pensado como uma forma de garantir esse prêmio aos primeiros usuários, determinando o corte pela metade do valor de recompensa a cada 210 mil blocos emitidos, o que leva, em média, quatro anos.

O primeiro halving ocorreu em novembro de 2012 e a oferta, que era de 50 bitcoins a cada 10 minutos, caiu para 25. No segundo, em julho de 2016, foi para 12,5 – valor atual. No halving de 2020, previsto para hoje (12), cairá para 6,25 bitcoins a cada bloco. Isso significa que os 1.800 Bitcoins minerados até o momento cairão para 900 por dia após dia 11 de maio.

2. Quando acontecer o último halving os bitcoins vão acabar?

O Bitcoin não vai acabar, mas todas as 21 milhões de moedas já terão sido descobertas e, portanto, estarão em poder de alguém. Os mineradores ainda serão recompensados por doar poder computacional, mas esses Bitcoins serão as taxas pagas para incluir as transações nos blocos minerados. A rede é pública e aberta, mas não é gratuita.

3. Quais as expectativas para o halving de hoje?

Por padrão, no período de 12 a 15 meses após os primeiros halvings, o Bitcoin teve uma alta com preços superando as máximas históricas. Embora seja difícil afirmar como será este ano, pois outros fatores impactam a precificação, a expectativa é positiva. Nos últimos anos, a criptomoeda vem competindo até com os melhores papéis das bolsas de valores ao redor do mundo. Começamos 2020 com o Bitcoin valendo R$ 29 mil e já estamos nos R$ 40 mil.

4. O Bitcoin deve bater o histórico de R$ 72 mil após o halving?

Levando em conta os históricos dos halvings, provavelmente, em 2021, esse valor seja alcançado e até ultrapassado. Os próximos dois anos serão empolgantes.

5. Com o halving, a mineração deixa de valer a pena?

O minerador deve calcular o custo, pois o quanto ele ganha é muito especulativo. A operação não demonstra ter um cenário deficitário, pois o número de mineradores está aumentando constantemente. Mesmo quando o Bitcoin estava em baixa, a quantidade de mineradores só aumentava. Então, eles não devem ter prejuízo. Mas, se hoje eles estão recebendo 12,5, e isso vai cair pela metade, eles já devem estar se preparando. Seja com operações no mercado de futuros em corretoras tradicionais que negociam Bitcoin, como a CBOE e CME, ou mesmo comprando máquinas com um preço melhor ou negociando a energia em um valor mais acessível. Assim, quando acontecer o halving, eles não entrarão em uma operação negativa.

6. O Bitcoin corre o risco de ficar tão caro a ponto de ser impossível adquiri-lo?

Com o estoque limitado a 21 milhões de unidades e uma população de quase 8 bilhões de pessoas, fica claro que não há um Bitcoin para cada pessoa no mundo. Mesmo que haja um recorte somente a milionários no mundo, ainda são mais de 56 milhões indivíduos. Não dá um Bitcoin inteiro pra cada um. Mas como o criptomoeda tem oito casas decimais, é possível comprar frações.

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Na galeria, aproveite para conhecer casos inusitados envolvendo Bitcoin e outras criptomoedas:

Pizzas mais caras do mundo – Uma das primeiras transações com Bitcoin foi realizada para comprar pizzas da Domino’s. Em 22 de maio de 2010, o programador norte-americano Laszlo Hanyecz publicou em um fórum que estaria disposto a pagar 10.000 BTC em troca de duas redondas. Até então desconhecida, a moeda digital valia cerca de US$ 40. Oito anos depois, entretanto, o valor gasto com o delivery equivale a mais de US$ 90 milhões. Laszlo pode até ter perdido uma bolada, mas, pelo menos, ganhou um dia em sua homenagem. A data em que ocorreu a transação é comemorada mundialmente e conhecida como Bitcoin Pizza Day. | Crédito: Visualhunt.com
Investimento em ressureição – Hal Finney foi o primeiro a receber uma transação de Bitcoin. Em janeiro de 2009, Satoshi Nakamoto, o criador anônimo da moeda virtual, enviou 100 BTC para o programador norte-americano. Falecido em 2014, ele investiu todas suas criptomoedas no processo de congelamento de seu corpo para ser ressuscitado no futuro. Sim, Finney tem seu corpo refrigerado e mantido em uma cápsula de alumínio mergulhada em nitrogênio líquido. | Crédito: Hawaiian Sea on VisualHunt / CC BY-NC-ND
Bitcoins no lixão – O técnico de informática James Howeels está atrás de autorizações para escavar um aterro sanitário no País de Gales. Isso porque ele quer recuperar o disco rígido de um computador que contém o equivalente a US$ 86 milhões de Bitcoins. É que a peça foi jogada no lixão, por engano, durante uma faxina em 2013. A expectativa do britânico é que a alta procura pela criptomoeda facilite o convencimento das autoridades responsáveis pelo local. | Crédito: Sebastiaan ter Burg on Visual Hunt / CC BY
Contração no futebol – O Harunustaspor, clube amador da Turquia, contratou o atleta Ömer Faruk Kıroğlu usando Bitcoins. Esta transação foi a primeira no mundo do futebol a adotar a moeda virtual. Também foi pioneira no país, já que o governo turco se posicionou contra o uso da criptomoeda. A intenção da equipe era tornar o time conhecido ao redor do globo. O total da transferência foi de 4,5 mil liras turcas, das quais 2 mil foram pagas em moeda virtual. | Crédito: Reprodução Internet
Gatos ostentação – CryptoKitties é um jogo semelhante ao Tamagotchi. Com ele, é possível criar gatos e originar novas raças. A grande sacada, entretanto, é que os felinos são comprados com uma moeda virtual chamada de Ethereum. A graça do game é cruzar raças com o intuito de encontrar misturas raras. O gato mais caro vendido até agora foi o Genesis, por US$ 117 mil. Vale ressaltar que o jogo se tornou tão popular que acabou causando lentidão na rede de transações. | Crédito: Reprodução Internet
Criptomoeda da zoeira – Dogecoin é uma moeda baseada em um antigo meme, o Doge, um cão da raça Shiba Inu usado para representar situações engraçadas na web. O que começou como uma piada à febre das criptomoedas virtuais, logo se tornou uma economia poderosa. Em 2014, por exemplo, uma campanha levantou US$ 25 mil em Dogecoin para ajudar o time jamaicano de bobsleigh a ir para as Olimpíadas de Inverno. E a moeda segue crescendo! | Crédito: Reprodução Internet
Assalto offline – Um casal britânico especializado em compra e venda de moedas virtuais foi forçado a transferir seus Bitcoins para quatro assaltantes que invadiram sua casa. Suspeita-se que os ladrões sabiam que o casal trabalhava com as criptomoedas. Isso porque, durante o assalto, os criminosos mencionaram a confiabilidade online usando os nomes reais do duo. O valor da transação não foi revelado. | Crédito: Designed by Freepik