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Grupos de pais no WhatsApp afetam relacionamento família x escola

Uma conversa entre amigos com filhos em idade escolar, ou então uma rápida busca na internet são suficientes para mostrar o quão controversos se tornaram os grupos de WhatsApp de pais de crianças de uma mesma escola. A questão abre espaço para refletir sobre como as redes sociais, em especial apps de bate-papo, têm contribuído para escancarar comportamentos precipitados e até insensatos.

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“Vive-se em uma era em que a internet empoderou a todos, indistinta e simultaneamente. E assim, no auge dessa sensação de poder, a falta de educação fica evidenciada e a intolerância é, infelizmente, a palavra que revela o comportamento em alta na sociedade de hoje”, expõe Acedriana Vicente, diretora pedagógica do Sistema Positivo de Ensino.

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Segundo ela, essa falta de educação brota em mensagens de aplicativos e, rapidamente, evolui no mundo real, chegando até as páginas policiais. “A velocidade com que algumas reações e julgamentos se espalham assusta quando se observa o potencial de estragos que são capazes de provocar e a quantidade de provas que são produzidas”, afirma.

Dentro do universo escolar os grupos de pais no WhatsApp surgem com a intenção de melhorar a comunicação entre a escola e família. “O fato é que tais grupos se multiplicam entre si, ganham vertentes paralelas e se transformam em tribunais inquisidores. Pequenos detalhes são aumentados, fatos são deturpados, gerando um barulho muitas vezes descabido e desnecessário”, ressalta a pedagoga.

Para ela, basta uma imagem ou palavra mal interpretadas e tudo vira combustível que inflama pessoas, revelando a incapacidade de transitar com educação diante da divergência.

Historicamente, o ato coletivo sempre confere mais poder que o gesto individual. Essa é uma das justificativas pela qual os pais preferem se articular antes nos grupos de WhatsApp, reunindo outras vozes em torno de si e só então levar a questão para o colégio.

“O problema dessa estratégia é que, em boa parte das vezes, as situações poderiam ser fácil e amigavelmente resolvidas com uma boa conversa com coordenadores e direção da escola, em vez de jogar o assunto para debates acalorados nas redes sociais”, explica a especialista.

Falta, segundo Acedriana, serenidade para conseguir enxergar que toda história tem dois lados e mais de uma parte interessada. “Praticar a empatia (capacidade de se colocar no lugar do outro) e a alteridade (entender que o outro é o outro, portanto diferente de nós) é que nos permite avaliar a situação com calma e, porque não dizer, rever posições que julgávamos imutáveis”.

A especialista alerta que é preciso enxergar que os filhos não estão sozinhos no mundo. “Felizmente, eles estão cercados por outras crianças e adultos e, desde cedo, devem aprender que se relacionar bem com as pessoas requer controle, desprendimento e generosidade. E cabe a nós dar o exemplo e ensiná-los essa importante lição de vida”, orienta.