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Segurança

Caí em um golpe financeiro no final do ano. E agora?

  • Créditos/Foto:https://depositphotos.com/br/in
  • 15/Janeiro/2024
  • Da Redação, com assessoria

Recentemente, uma fotógrafa foi alvo de um golpe. Ela, que prefere não se identificar, teve a conta do WhatsApp invadida por um criminoso que se passou por um funcionário de uma empresa para a qual ela presta serviços. Ele, que já tinha alguns dados da vítima, pediu o e-mail e, ao mesmo tempo em que conversava com ela, enviou um SMS.

“Ele ficou me distraindo. Eu estava baixando umas fotos e informei o código que seria de uma suposta reunião e que chegou pelo SMS. Mas, quando percebi, ele já tinha roubado a minha conta”, lembra.

Em instantes, o golpista enviou mensagens para diversos contatos da fotógrafa pedindo dinheiro, inclusive nos grupos de trabalho. “Fui tentando alertar as pessoas pelo Instagram e pedindo para que replicassem a informação. Não sei se alguém enviou dinheiro. Mas fiquei mais de uma semana para recuperar minha conta. Foi uma dor de cabeça.”

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O que fazer se você caiu em um golpe financeiro no final do ano?

O que fazer em situações assim e como buscar amparo legal para proteger os dados? Saber como proceder é sempre a grande dúvida das vítimas.

Especialista em Direito Penal e Crimes Cibernéticos, o advogado Jair Jaloreto diz que é fundamental agir rapidamente, lembrando ainda de guardar provas, como faturas e registros de ligações, para eventuais ações de pedido de ressarcimento dos valores.

“A primeira coisa a fazer é contatar a instituição financeira em que mantém seus recursos. Informar também a companhia telefônica para o bloqueio da linha. Depois, registrar a ocorrência na delegacia. Atualmente, a maioria dos Estados permite que se faça isso pela internet, no site da Polícia Civil”, explica Jaloreto.

Além do prejuízo financeiro, é importante lembrar que os dados pessoais obtidos ilegalmente podem ser usados em diversas fraudes, como abertura de contas bancárias, obtenção de empréstimos fraudulentos, aquisição de veículos, entre outras.

“De posse dos dados financeiros da vítima, o fraudador pode tentar desviar os recursos para contas de terceiros envolvidos no crime, além de existir sempre a possibilidade de extorsão e até sequestro”, diz o advogado.

Tecnologia no combate a fraudes

É importante saber quais medidas são possíveis adotar após cair em um golpe. Mas é ainda mais crucial saber como se proteger para evitar situações como essas.

O primeiro passo é entender a importância de proteger os dados pessoais. A desconfiança também faz parte do processo de “blindagem” contra os fraudadores. Portanto, não clique em links encaminhados por mensagem de texto ou por e-mail e não passe senhas ou informações pessoais por telefone. Em caso de dúvida, entre em contato diretamente com a empresa para confirmar se determinada informação é verdadeira ou não.

No combate aos crimes digitais, a inovação também desempenha um papel importante. Uma medida eficaz para evitar diversos tipos de fraudes de identidade é o uso da biometria facial. Dessa forma, é possível garantir a identidade das pessoas de forma simples e segura nas mais diversas transações.

“A capacidade mais importante da biometria facial e que a distingue diretamente de qualquer outro segundo fator de autenticação é a dificuldade da personificação da vítima por possíveis atacantes. Não existem métodos utilizados por ofensores para burlar este mecanismo de segurança sem gerar muito ruído nos provedores. Claro que com este método no caso de situações de fraude há muitos caminhos para o usuário provar que não fez uma determinada compra ou transação”, explica Alex Nunes, diretor de Tecnologia e Segurança da Unico.

Diferenciais e desafios

Atualmente, as pessoas já encontram a biometria facial no dia a dia. “A utilização mais comum para os usuários creio que é para desbloquear celulares. Hoje, quase todos os provedores de celular possuem um método de autenticação por face, fica claro para o usuário final como além de ser mais fácil de utilizar este tipo de autenticação é mais seguro do que qualquer outra biometria”, destaca Nunes.

Já na questão da proteção dos dados para combater os golpes financeiros, a biometria facial se transforma em mais um bloqueio para a identificação dos golpes.

“Antes da autenticação facial, já existiam diversas normas de segurança que as empresas que oferecem esse tipo de serviço deveriam seguir. A segurança deve ser implementada por camadas, não podemos abandonar as camadas anteriores para a implementação de novas. A autenticação facial, apesar de ser um fator muito forte, não é uma bala de prata em relação a todos os tipos de ataques que uma empresa possa sofrer. Dito isso, a biometria facial oferece o método de autenticação com mais possibilidade de separar casos de fraude e de transações legítimas”, ressalta o diretor de Tecnologia e Segurança da Unico.

Segurança dos dados

Com todas essas informações à mesa, a dúvida agora é: como as empresas podem garantir a integridade e a segurança dos dados biométricos dos usuários? Para resolver esse dilema, Nunes afirma que existem duas perspectivas que precisam ser consideradas.

A primeira diz respeito à proteção do usuário em relação aos ataques à base de dados de uma empresa. “Nesse caso, é possível usar todas as normas e todos os métodos de segurança disponíveis atualmente”, aponta. O segundo ponto é a garantia que os dados do usuário são legítimos e, também, que a captura da face para autenticação é válida.

“No caso da proteção dos dados capturados e utilizados para autenticação existe a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e as normas de segurança que toda indústria deve seguir. Esse eu creio que seja um panorama mais fácil de entender, já que os ataques e os métodos de proteção são bem conhecidos pelas empresas que prestam esse tipo de serviço. Já a utilização da biometria facial como método de autenticação forte é uma luta do dia a dia em que as empresas têm aprendido a diferenciar ataques de transações legítimas”, finaliza o diretor de Tecnologia e Segurança da Unico.

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