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5 cuidados para evitar trombose no pós-operatório

  • Créditos/Foto:DepositPhotos
  • 11/Novembro/2024
  • Bianca Bellucci, com assessoria

É provável que você já deva ter ouvido falar sobre casos envolvendo trombose e cirurgia. Mas, afinal, qual é a relação entre eles? Segundo Luís Maatz, cirurgião plástico, especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo HC-FMUSP e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em toda cirurgia há risco de trombose venosa, também conhecida como Trombose Venosa Profunda (TVP).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a formação da TVP é mais comum na região das pernas ou na área pélvica, correspondendo de 80% a 95% dos casos. “Ela é caracterizada pela formação de coágulos ou trombos dentro dos vasos sanguíneos, comprometendo o fluxo de sangue. Quando estes coágulos se desprendem das veias podem atingir órgãos vitais, em particular, os pulmões, causando o tromboembolismo pulmonar (TEP), podendo gerar complicações potencialmente graves”, explica o especialista.

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Quais são os fatores de risco?

Segundo Maatz, o risco de trombose é mais comum no período pós-cirúrgico, quando o paciente necessita de repouso, fica com a mobilização reduzida e, consequentemente, tem sua circulação sanguínea diminuída. “Entretanto, a chance é maior quando há fatores de risco como uso de pílula anticoncepcional, histórico familiar, tabagismo, obesidade, sedentarismo, doenças genéticas ou autoimunes, que alteram a coagulação sanguínea, entre outras condições”, completa.

É possível prevenir a trombose no pós-operatório

A primeira consulta é fundamental para que o médico faça uma triagem completa, obtendo todas as informações necessárias sobre o paciente, incluindo históricos de saúde e familiar, hábitos de vida, doenças pré-existentes, cirurgias anteriores, uso de medicamentos, entre outras questões.

“A cirurgia plástica não é indicada para pessoas que estão muito acima do peso ideal, com problemas cardiorrespiratórios sem controle adequado ou com algumas pré-disposições individuais. Daí a importância de fazer todos os exames pré-operatórios, que incluem exames de sangue e cardiológicos. Além disso, ela deve ser realizada em um hospital adequado, com toda infraestrutura necessária para atender a algum eventual problema durante ou após a cirurgia”, pontua Maatz.

Como notar um possível quadro de trombose no pós-operatório

O maior risco de trombose acontece nas primeiras 48 horas após a cirurgia. No entanto, é fundamental ficar em alerta por mais 15 ou 20 dias – período em que ainda pode surgir a condição. “Fique atento se notar inchaço ou dor na panturrilha, bem como pele quente, avermelhada ou enrijecimento das pernas. Caso identifique os sintomas, dirija-se a um pronto-socorro e comunique seu cirurgião imediatamente”, orienta Maatz.

Dicas para minimizar o risco de trombose

Primeiramente, certifique-se de que seu cirurgião segue o protocolo de prevenção de TVP/TEP. Na maioria das cirurgias plásticas, exceto os procedimentos de pequeno porte e sem restrição da ambulação pós-operatória, há necessidade de algum tipo de intervenção para evitar a trombose. “Verifique com seu cirurgião se o hospital disponibiliza aparelho compressor pneumático intermitente, para massagear as pernas, e se você deverá fazer uso de medicações anticoagulantes.”

Outras dicas para evitar a trombose no pós-operatório são:

  • Mantenha as pernas elevadas e massageadas

Coloque travesseiros ou almofadas embaixo das pernas e dos pés, de modo que fiquem em uma altura pouco acima do seu corpo. Várias vezes ao dia, faça movimentos com os pés, como se estivesse pressionando e soltando o acelerador do carro. Além disso, peça para alguém massagear suas pernas. “Essas técnicas evitam que o sangue fique estagnado nas pernas e circule melhor, o que diminui o risco da trombose”, diz Maatz.

  • Não fique o tempo todo parado

O repouso pós-operatório é necessário para a recuperação mais rápida e uma melhor cicatrização. Porém, o paciente não deve permanecer o tempo todo imóvel. “Pequenas caminhadas dentro de casa, ao longo do dia, são importantes para evitar a formação de coágulos, além de favorecerem o funcionamento intestinal. Na primeira semana após a cirurgia, é fundamental fazer essas caminhadas, com alguém supervisionando ou auxiliando.”

  • Faça uso das meias de compressão continuamente

Quando tiver alta e voltar para casa, siga as orientações médicas à risca, o que inclui o uso de meias de compressão para estimular a circulação. “Nos primeiros 10 ou 14 dias após a cirurgia, é fundamental fazer uso contínuo das meias antitrombo. Se achar necessário, compre duas, caso sujem. O importante é mantê-las o tempo todo nas pernas e só retirar quando for tomar banho.”

  • Tome as medicações prescritas com responsabilidade

“Após uma cirurgia plástica, é de praxe a prescrição de analgésicos e anti-inflamatórios para dor e antibióticos para evitar infecções. Se for necessário, o cirurgião pode prescrever também anticoagulantes, que impedem a formação de coágulos no sangue”, reforça Maatz.