Em resposta aos casos recentes de vazamentos de dados de usuários, uma nova e rigorosa lei foi criada na União Europeia. O Regulamento Geral de Proteção de Dados (GPDR, sigla em inglês) presa pela proteção e privacidade no compartilhamento de informações pessoais na internet.
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Mas não são só os dados pessoais que podem acabar vazando. Com a febre de registrar e postar tudo que acontece, muitos esquecem de tomar cuidado para que fotos e vídeos mais íntimos não caiam nas mãos erradas e sejam expostos na internet. E um simples click pode resultar em uma enorme dor de cabeça. Mas esse tipo de situação pode ser evitada com hábitos simples.
A especialista em infraestrutura de TI Sylvia Bellio, da IT Line Technology, dá alguns conselhos para preservar a sua privacidade na web:
Proteção de fotos e vídeos
Cuidado ao armazenar fotos e vídeos. Algumas informações podem ficar registradas em aplicativos ou até mesmo serem hackeadas através do seu e-mail, caso sua senha não tenha um bom nível de segurança. Nesses casos, a criação de senhas mais seguras é primordial.
É aconselhável desativar o armazenamento automático de suas fotos e vídeos para a nuvem. Dessa forma, você pode filtrar somente o que não for comprometedor.
Lembre-se de deletar as imagens da lixeira e sempre apagar seus dados antes de mandar o aparelho para a assistência técnica. Já existem programas e aplicativos que garantem que as fotos e vídeos sejam deletados definitivamente do sistema. Também já existem apps e aparelhos celulares com recursos para bloqueio de conteúdo por meio de senhas, criptografia, PINs e até biometria.
O cruzamento de dados e de conteúdo pode gerar muito mais informações do que você possa imaginar. A câmera do celular tem capacidade, por exemplo, em muitos aparelhos, de fazer a associação de uma foto com data, horário, e outros detalhes como geolocalização. Portanto, você deve ficar atento a este tipo de função antes de compartilhar uma foto.
Navegadores
Muita gente não sabe, mas os navegadores oferecem alternativas de privacidade como utilizar a função “in Private”. O recurso permite realizar a navegação sem gerar cookies e registros de acessos, impedindo que eles sejam rastreados ou hackeados.
Há rastreadores em sites de compras que podem sugerir anúncios quando você estiver navegando em outras páginas. Eles sabem pelos cookies quais foram as buscas, sites visitados e até seu número de registro de computador, o IP. Na verdade, os chamados cookies guardam temporariamente suas visitas, histórico de navegação, formulários com seus dados, além de outras informações compartilhadas. A dica é fazer uma limpeza periódica nesses dados.
Redes sociais
Da mesma forma que no navegador, nas redes sociais também é preciso analisar no menu de configurações as alternativas de privacidade e limitar o acesso a dados que você não queira que sejam públicos.
Na plataforma do Facebook, por exemplo, você pode fazer uma cópia dos seus dados e ler nessa página os aplicativos que armazenam seus dados pessoais. No item aplicativos, sites e plugs, você pode retirar o que desejar. Basta clicar em desativar plataforma para eliminar conexões com aplicativos externos.
De acordo com Sylvia Bellio, o conteúdo postado nas redes sociais também dá muitas pistas para intrusos. Por essa razão, procure não mostrar endereço, telefone, data de nascimento, placa do carro, fotos da frente da casa, passagens aéreas, documentos em geral ou mesmo marcar os lugares públicos que frequenta. Há muitas informações importantes que podem ser cruzadas por algoritmos e facilitar a ação de pessoas mal-intencionadas.
Filtragem dos aplicativos
Os aplicativos te oferecem muitas vantagens, mas sempre querem seus dados em troca. “Fique atento ao que você deve aceitar e aquilo que efetivamente pode ser compartilhado”, enfatiza Sylvia.
Se você não usa com frequência todos os aplicativos que estão no seu celular, delete os com pouca ou nenhuma atividade. Nos que ainda usa, reveja o que liberou sobre sua privacidade e verifique se há alguma notícia negativa na web a respeito do aplicativo. Nunca se esqueça de pôr na balança as reais vantagens e desvantagens de cada app instalado.
Bluetooth
De forma geral, o Bluetooth realiza conexões com aparelhos ou dispositivos de outras pessoas que estão ao redor. Então, se você está conectado com outras pessoas, certifique-se de que elas só receberão arquivos com seu consentimento. Para evitar a possibilidade de seu aparelho ser infectado por vírus, desative o recurso quando ele não for necessário.
Relembre ainda os principais boatos e farsas que já rolaram na internet brasileira:
Celular pipoqueira: A radiação gerada por um celular é tão forte que é capaz de estourar um milho. Pelo menos é o que tenta comprovar um vídeo do YouTube que circula desde 2008. Nele, um grupo de amigos faz um círculo com alguns aparelhos e colocam milhos no centro da roda. Quando os telefones começam a tocar, os grãos estouram e viram pipoca. Porém, o vídeo não passa de uma brincadeira. Confira a trollagem aqui: https://goo.gl/dSAh6r. | Crédito: theglobalpanorama via Visualhunt / CC BY-SA
Raios cósmicos afetam celulares: Um alerta da NASA dizia que durante o período da 00h30 às 3h30 de determinado dia era necessário desligar os aparelhos mobile e mantê-los longe do corpo. Isso porque os raios cósmicos iriam aumentar a radicação dos dispositivos e se tornariam prejudiciais para o ser humano. A história da carochinha começou a circular em 2008, mas teve sobrevida em 2010, 2013 e 2015. | Crédito: siraf72 via VisualHunt / CC BY
Indenização da Apple: Um tribunal condenou a Samsung a pagar mais de US$ 1 bilhão por violar patentes da Apple. Até aí, a história é verdadeira. A mentira que se espalhou na internet dizia que a multa foi paga com moedas de US$ 0,05. Para isso, a sul-coreana teria mandado 30 caminhões carregados para a sede da maçã, onde despejou cerca de 20 bilhões delas. | Crédito: puffclinty via VisualHunt.com / CC BY-NC-SA
Pague se quiser usar: Se você não quiser perder acesso a uma rede social, tudo o que você precisa fazer é se tornar um membro premium da plataforma. Ou seja, é necessário pagar uma taxa camarada para continuar o uso. Mas você pode driblar a nova regra ao compartilhar uma publicação em seu Facebook ou repassar o recado pelo WhatsApp. | Crédito: Reprodução Internet
Compartilhe para ajudar: Não precisa depositar dinheiro ou levantar do seu sofá para ajudar uma pessoa doente ou que sofreu algum abuso. Basta compartilhar uma publicação no Facebook que a própria rede social faz isso por você. Esse tipo de post vive pipocando pelas redes sociais. Neste exemplo, um troll usou o personagem de Hugh Jackman, em Logan, para pregar uma peça nos usuários. O mesmo vale para histórias de crianças desaparecidas e doentes. | Crédito: Reprodução Internet
Batizados em homenagem à web: Hashtag, Harlem Shake e até Facebookson. Não é incomum encontrar notícias de crianças que ganharam nomes em homenagem à internet. Embora não seja completamente improvável que exista alguém no mundo batizado com tal alcunha, a maioria das publicações compartilhadas são apenas boatos. | Crédito: Reprodução Internet
Vírus que podem destruir seu PC: Nos primórdios da internet, e-mails circularam dizendo que o arquivo “jdbgmgr.exe”, que possui um ursinho como ícone, era um vírus e que deveria ser apagado imediatamente do computador. O problema é que o executável não era malicioso, mas um componente necessário do Windows. Ao deletá-lo, o PC entrava em pane. | Crédito: Drew Coffman via VisualHunt / CC BY
“Se vocês soubessem ficariam enojados...”: Se o Brasil perdeu a Copa do Mundo ou seu time favorito amarelou na final da Libertadores, é bem provável que ele tenha vendido o campeonato. E-mail clássico que começou a circular em 2002, toda vez que a população brasileira se decepciona com seus ídolos, uma nova versão é divulgada. As opções vão desde o Anderson Silva ter vendido o cinturão do UFC até o Brasil ter negociado a coroa de Miss para a organização do evento. Aqui você encontra uma coletânea deles: https://goo.gl/p9iMX8. | Crédito: Reprodução Internet
Coreia do Norte campeã mundial: A Coreia do Norte é vencedora da Copa do Mundo 2014. Com uma campanha perfeita, vencendo todos os jogos, o país conquistou o tão cobiçado troféu, para a alegria dos seus habitantes. Tal notícia foi divulgada pelo canal Korea News Backup, do YouTube. A ideia de que Kim Jong-un estava manipulando sua população logo se espalhou pelo mundo. Entre os jornais que divulgaram o escândalo estavam O Globo, Metro UK e The Wall Street Journal. Mas tudo não passou de uma brincadeira do site Não Salvo e seu criador Maurício Cid. | Crédito: Reprodução Internet
Seu Barriga morreu: Vale lembrar que o viral da Copa do Mundo coreana não foi o primeiro boato espalhado por Maurício Cid. Em 2012, o blogueiro divulgou que o Seu Barriga, do seriado Chaves, tinha morrido. A ideia surgiu no evento Campus Party, quando o criador do Não Salvo disse que conseguiria mostrar como uma notícia, veiculada por muitas pessoas na web, pode se tornar verdadeira em poucos minutos. | Crédito: Reprodução Internet
Fim do mundo: Entre tantas balelas que surgem e morrem na internet, o fim do mundo é um dos assuntos que ganha sobrevida e teorias a cada ano. Tem gente que previu o fim do mundo por asteroides em 16 de fevereiro de 2017. Já a seita religiosa eBible Fellowship fez cálculos de que o planeta Terra deixaria de existir em 7 de outubro de 2015. Embora ambos os boatos estivessem errados – claro –, isso não impede que novas histórias apareçam na web de tempos em tempos. | Crédito: x-ray delta one via VisualHunt / CC BY-NC-SA
Tourist Guy: Meses após o ataque às Torres Gêmeas, foi compartilhada uma foto de um turista no topo do World Trade Center antes dos aviões colidirem. Os últimos minutos de vida do rapaz foram motivo de comoção pelo Brasil e mundo. A imagem até foi divulgada em grandes veículos de comunicação. Acontece que ela era falsa. Foi apenas uma brincadeira de mau gosto. O mais curioso é que um brasileiro disse que era ele na fotografia. Pegadinha do Mallandro! Era um húngaro. | Crédito: Reprodução Internet
Golpe da Nigéria: Neste golpe, que se tornou popular no início dos anos 2000, o internauta recebe um e-mail de um cidadão – geralmente africano – que se diz herdeiro de uma enorme fortuna. Depois de contar uma história qualquer, ele pede para que o internauta faça um depósito em dinheiro em sua conta para ajudá-lo a desbloquear a grana. Em troca, o nigeriano dividiria com a pessoa sua herança, tão logo a tivesse em mãos. | Crédito: Reprodução Internet
Sereia no Taiti: Esse boato surgiu em 2006 e dizia que o esqueleto de uma sereia tinha sido encontrado no Taiti, um grupo de ilhas que pertence à Polinésia Francesa. Porém, a criatura mitológica não passava de uma criação de taxidermia. Ela era metade macaco e metade peixe. Essas “sereias” existem desde 1842. Elas eram feitas nas ilhas Fiji, mas foram trazidas para os Estados Unidos para participar de uma espécie de freak show. | Crédito: Reprodução Internet
Brasil sem Amazônia: Desde 2000, circula pela internet uma ilustração que teria sido retirada de um livro de geografia norte-americano. Nela, a área que representa a Amazônia está marcada como um território internacionalizado. Apesar de ainda causar indignação em internautas desprevenidos, o e-mail não passa de um trote. | Crédito: Reprodução Internet
Moto movida a água: A história de um aposentado na cidade de Itu (SP) que criou um motor que funcionava com água do Rio Tietê e fazia mais de 500 quilômetros com um litro invadiu a internet em 2015. Amplamente compartilhado e divulgado em portais de notícia, não demorou muito para investigarem a fundo o caso e descobrirem que era uma farsa. Isso porque a bateria da moto precisa ser recarregada para que o sistema funcione de fato. | Crédito: Reprodução Internet
Gatos Bonsai: Em 1999, um e-mail contava a história dos gatos que eram cultivados dentro de garrafas. O boato se espalhou de tal forma que boa parte dos internautas chegou a achar que era verdade. A mensagem dizia que, ao nascer, o animal possui ossos frágeis, por isso pode ser moldado em qualquer formato. Na época, o FBI chegou a investigar o caso a fundo, mas constatou que a história era uma farsa. | Crédito: Reprodução Internet
Estátua viva de Jesus: O vídeo de uma estátua de Jesus Cristo abrindo os olhos foi compartilhado pelo YouTube. O flagra foi feito em uma igreja de Coahuila, no México, e atraiu mais de 5 milhões de visualizações. A atividade paranormal com uma trilha sonora macabra foi logo desmentida. Isso porque o vídeo dá vários indícios de ter sido manipulado. Imagens desfocadas e de baixa resolução são alguns dos exemplos. Confira a cena na íntegra em https://goo.gl/VRteIP. | Crédito: Reprodução Internet
Terceiro seio: Uma jovem norte-americana se transformou em um viral da internet após implantar um terceiro seio e dizer que gastou US$ 20 mil na prótese. A garota foi desmascarada depois de ter sua bagagem roubada no Aeroporto Internacional de Tampa, na Flórida (EUA). Após prenderem os suspeitos, a polícia local revelou que encontrou a prótese falsa na mala. | Crédito: Reprodução Internet
Tráfico de órgãos: Mais uma lenda urbana do que um boato virtual, nessa história um sujeito entra no bar, bebe umas cervejas e conhece uma garota, que o leva para sua casa. Ele só acorda no dia seguinte em uma banheira com gelo e uma cicatriz no abdome: mais uma vítima do tráfico de órgãos. Tal rumor começou a ser espalhado por e-mail e ainda é possível encontrá-lo em correntes por WhatsApp e Facebook. | Crédito: r.campana via Visualhunt.com / CC BY-NC
Laranjas com HIV: Um lote de laranjas vindas da Líbia estavam contaminadas com o vírus da AIDS. Quem ingerisse a fruta iria contrair a doença. Para tornar a história mais crível, há uma imagem com um gomo mais avermelhado. Jornais e portais pesquisaram a notícia e descobriram que a transmissão seria impossível. Isso porque o vírus considera a fruta um “ambiente inóspito”, em que ele não consegue sobreviver. A lenda ganhou fama em outros países, como Egito e Holanda. | Crédito: Nicholas Erwin via Visualhunt / CC BY-NC-ND