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Guia de Compras: Por que é tão difícil escolher smartphone no Brasil?
- Créditos/Foto:Photo via Visualhunt
- 22/Novembro/2017
- Sérgio Vinícius
Dia desses um amigo perguntou se valia a pena comprar um Samsung A5. Tive que forçar a memória para lembrar qual diabos seria o smartphone – e, mesmo assim, não consegui. Enquanto eu pensava sem nada dizer, ele me cobrou impacientemente. “Obrigado pela ajuda, vou comprar.” Pesquisa às pressas e o veredito mental: sei lá. A resposta verbal também foi às pressas. “É muito difícil escolher um celular atualmente no Brasil.”
Aí, enquanto ele fazia mais uma tonelada de perguntas sobre o A5, passei a refletir mais sobre o assunto.
Há alguns anos, bastava separar o quanto se desejava gastar, avaliar os megapixels das câmeras, um ou outro requisito de hardware (processador e memória), detalhes de design e, por fim, sobravam dois, três telefones semelhantes. A pessoa então escolhia o que mais agradava.
Hoje, usando os mesmos critérios acima, sobram 569 – todos semelhantes, de marcas conhecidas. Aí, o negócio é partir para questões pessoais e extra campo (sorte, zodíaco, sinais do Cosmo ou tudo isso combinado).
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Samsung e LG foram duas das grandes responsáveis pelo incrível número de modelos nas prateleiras. Mais recentemente, Motorola (sob o controle Lenovo, no caso) resolveu apostar na mesma estratégia: desandou a socar no mercado modelos e modelos que se diferenciam muito pouco, têm público-alvo semelhante e preço muito parecido. Ao que tudo indica, Asus está começando a seguir a linha das concorrentes.
Para ajudar a confundir, a nomenclatura dos telefones é bem parecida, sendo da mesma marca ou de concorrentes. Umas letras, uns números e taca-lhe pau nesse carinho nas prateleiras.
Do ponto de vista do consumidor isso é, obviamente, ótimo. Mais escolha, melhor. Sob o prisma da praticidade, nem tanto. Quem se atrapalha quando tem que escolher entre mais de cinco opções em cardápios de almoço, como esse meu amigo, sofre com as possibilidades. São centenas de especificações técnicas ou subjetivas entre celulares que, no fundo, são a mesma coisa (ou “equivalentes”, para deixar em um português mais bonito).
A dica até hoje para escolher um smartphone está no terceiro parágrafo deste texto. Daí para a frente, é tentar a sorte (ou zodíaco e os sinais do Cosmos combinados) entre as inúmeras opções. Caso queira comparar configurações de hardware entre os possíveis eleitos, o Tudo Celular faz um bom trabalho (conheça-o, clicando aqui).
A conversa citada com meu amigo aconteceu por meio de WhatsApp (que, aliás, funciona bem em 99% dos smartphones do mercado e é isso o que importa para muita gente) pouco antes do meio-dia. Até então, antes de pedir meu parecer, ele estava “convicto” em adquirir o A5.
Saí para almoçar sem levar o telefone. Quando voltei, havia 40 novas mensagens. Ele ainda tentava se decidir – agora, entre um Asus, o próprio Samsung A5, um Sony, um Motorola, um LG, um Alcatel, um telefone marca-diabo e uma mariola. Então, foi o momento de me posicionar verbalmente: “sei lá”.
Até o momento que escrevo este texto, ele não se deu por vencido e segue pesquisando. Não faço ideia se ele acredita em zodíaco ou em sinais do Cosmos.
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