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Dia Internacional da Pessoa com Deficiência: usuários de próteses relatam como conquistaram autonomia

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  • 03/Dezembro/2024
  • Da Redação, com assessoria

Foi devido a um osteossarcoma no joelho que a funcionária pública Stefanie Sanhudo Malinski precisou amputar a perna em 2017. Hoje, sete anos após a cirurgia, ela atua como oficial de justiça no Fórum de Caçapava (RS). O mesmo ocorreu com a publicitária e influenciadora digital Letícia Silvério. Diagnosticada com osteossarcoma ainda na infância, ela precisou retirar o joelho aos 5 anos, o que trouxe uma série de complicações. Aos 12 anos, ela decidiu pela amputação, que ocorreu somente dois anos depois, em 2008. Além da doença que causou a amputação, o que as duas têm em comum é que ambas utilizam próteses para desenvolver as suas atividades diárias.

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“Quando o médico me recomendou a amputação, concordei rapidamente e minha família me apoiou. Entendi que seria melhor para mim considerando que as tecnologias disponíveis são avançadas e poderiam me ajudar na mobilidade”, explica Stefanie ao lembrar que dois meses após a cirurgia já começou o processo para adaptação da prótese na clínica da Ottobock de Porto Alegre (RS), empresa alemã referência na produção desses equipamentos e que atua há 49 anos no Brasil.

Letícia mora em Goiânia (GO) e utiliza a prótese há 16 anos. Ela lembra que no início é preciso ter paciência e buscar um atendimento especializado, principalmente no período de adaptação. “A protetização não é uma receita de bolo. Vejo que o tempo para se adaptar a uma prótese varia de pessoa para pessoa. É necessário um tratamento completo de reabilitação e adaptação do paciente, independentemente de qual seja o componente que ele utilize. Isso acontece desde o começo do processo, antes mesmo de a pessoa receber a prótese, e depois que passa a utilizá-la. Por isso deve ocorrer o acompanhamento de toda a equipe técnica”, ressalta. “Hoje, coloco a prótese às 7h e vou tirá-la somente após as 23h. Eu nem lembro que sou amputada porque é algo tão natural em minha vida”, complementa.

A fisioterapeuta Maria Laura Pucciarelli, coordenadora de fisioterapia na América Latina da Ottobock, explica que, para aproveitar todo o potencial que uma prótese oferece, é fundamental contar com acompanhamento multidisciplinar, tanto no processo inicial do uso das tecnologias quanto para os ajustes e mudanças nesses equipamentos. Entre os profissionais envolvidos estão médicos, fisiatras, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e psicólogos. “A visão global e o alcance de todas as ferramentas disponíveis para o tratamento de uma pessoa com deficiência é o que garante a maior autonomia e independência possível. Essa é a importância de uma abordagem multiprofissional para as PCDs. Cada pessoa tem uma demanda específica de acordo com sua rotina. Então, é preciso sempre ter um olhar atento para buscar a tecnologia que mais se adeque às suas necessidades”, esclarece.

Tecnologia em constante evolução

Para atender de forma assertiva as pessoas amputadas, a tecnologia assistiva também vem avançando. Hoje, é possível encontrar equipamentos de alta precisão, baseados em Inteligência Artificial, Machine Learning e algoritmos, por exemplo, que captam e simulam os movimentos naturais dos membros fisiológicos.

O biólogo Sergio Romaniuc Neto acompanhou de perto esta evolução. Usuário de próteses há mais de 30 anos, desde que perdeu os dois braços em uma descarga elétrica em um acidente de trabalho, ele utiliza braços e mãos protéticas que lhe dão total autonomia e independência no dia a dia. “O uso de prótese representou para mim o retorno às atividades profissionais e pessoais. Esses equipamentos permitem que as pessoas amputadas tenham uma vida mais tranquila, sem tantos preconceitos. Seu uso deve ser encarado de forma natural. Acredito que, à medida que a tecnologia avança, a sociedade também evolui, pois quanto melhor o equipamento, mais qualidade de vida as pessoas terão”, ressalta.

No caso da instrutora de mergulho Mariana Hagemann Martello, o uso de próteses à prova d’água permite que ela continue a fazer suas atividades normalmente. Em 2020, ela sofreu um acidente em uma embarcação enquanto trabalhava em Fernando de Noronha e teve parte da perna esquerda amputada. “Voltei a mergulhar quatro meses depois do acidente. A prótese que uso é toda à prova d’água – tem que ser. Hoje, não trabalho só como instrutora de mergulho e nem estou todos os dias no mar, mas caminho na praia quase todos os dias, ando de caiaque direto e sempre que posso estou mergulhando”, explica. “A prótese é a minha melhor amiga, é uma ferramenta importante. É importante lembrar que ela não vai resolver sua vida, mas permite que você saia de casa para resolver o que precisar”, completa.

O Dia Internacional da Pessoa com Deficiência é celebrado hoje (3 de dezembro) em todo o mundo e chama atenção da sociedade para que os direitos dos PCDs sejam garantidos. No Brasil, segundo estimativa da PNAD 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 18,6 milhões de pessoas convivem com alguma deficiência.

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