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Deepfakes: você ainda vai ser enganado por elas

*Por Filipe Bento // Você é daquelas pessoas que precisam ver para crer?

E se dissermos que está mais do que na hora de rever esse conceito, para não correr o risco de cair em uma armadilha das deepfakes?

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É importante ressaltar que, há alguns anos, o usuário que fazia edição de vídeos, áudios ou imagens precisava ter conhecimentos técnicos intrínsecos para manusear esses arquivos. Hoje, com a propagação da Inteligência Artificial (IA), mais pessoas passaram a ter acesso a múltiplas técnicas de edição, o que colaborou para a disseminação de notícias fraudulentas.

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Na prática, o termo deepfake é proveniente de uma combinação de deep learning (aprendizado profundo) e fake (falso). Isso consiste em uma estratégia de associação de imagens ou sons humanos, com base em técnicas de inteligência artificial, para combinar a fala ou a cena de uma gravação já existente.

O resultado são conteúdos sintéticos – mas muito bem-feitos – como o discurso do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciando rendição às tropas da Rússia. Ou o papa vestido em alta costura. Houve também o ex-presidente americano Donald Trump sendo preso de forma truculenta por policiais de Nova Iorque.

Fato é que as deepfakes estão em todo lugar – até na novela Travessia, da TV Globo, em que a protagonista da trama, Brisa, foi transformada, via IA, em sequestradora de crianças.

Com isso, ela se tornou uma vítima da deepfake. O tema é importante.

Hoje, o sistema de construção de deepfakes está tão aprimorado que o reconhecimento do que é true (verdadeiro) e do que é fake (falso) pode se tornar uma tarefa bem difícil.

Quando a deepfake nasceu (em 2014, aproximadamente), seu uso era mais complicado. Isso devido à exigência de conhecimentos avançados em tecnologia. Contudo, conforme a tecnologia foi avançando, soluções mais fáceis para produzir situações falsas foram surgindo.

As empresas, se não tomarem cuidado, estão na mira dessa prática. As vítimas em potencial são figuras públicas – cuja imagem ou voz está extensamente disponível na web.

Uma vez vítima, não há muito o que possa ser feito. Isso porque a deepfake tem como característica principal a rápida velocidade de disseminação da foto, áudio ou vídeo.

Por exemplo: suponha que venha à tona um discurso de xenofobia feito pelo CEO de uma empresa. Até provar que focinho de porco não é tomada, sua reputação estaria totalmente arruinada.

Para piorar o quadro, quando uma pessoa dissemina uma mentira, raramente ela volta atrás explicando que cometeu um engano. Isto seria uma vergonha para este indivíduo – que prefere seguir e continuar sua vida.

O quadro pode ser ainda mais grave

Uma pesquisa da Accenture Technology Vision 2022, intitulada Meet me in the metaverse, aponta que 65% dos consumidores globais não sabem reconhecer ou identificar vídeos deepfakes ou conteúdo sintético.

Por isso, a prevenção é o melhor remédio

Recomendo sempre o brand safety – ou segurança da marca – que diz respeito a um conjunto de práticas para proteger as empresas de pessoas e ambientes indesejados. Entre as principais medidas, destaque para fazer uso de tecnologia de adtechs, inclusive de pré-checagem, em que é possível filtrar antecipadamente qualquer desconfiança de tráfego inválido.

Os embaraços não estão somente relacionados à reputação.

Em nome de uma empresa, hackers podem fazer uma verdadeira coleta de informações de seus clientes, prejudicando pessoas e colocando o negócio em situações adversas perante a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Por isso, é importante contar com soluções estratégicas para a proteção digital tanto da rede quanto dos dispositivos da sua empresa, no tocante a ameaças virtuais; riscos digitais e compliance; backup; continuidade do negócio; e educação digital colaborativa

É aconselhável cautela das empresas, visto que as deepfakes são o ápice das fake news.

É importante se prevenir desse problema, porque, além de elas terem o potencial de enganar mais facilmente, justamente por serem vídeo ou áudio, elas se propagam mais rapidamente, pelo WhatsApp, por exemplo.

*Filipe Bento é CEO da Br24, produtora de conteúdos sobre Bitrix24