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Copa do Catar: 5 legados que irão acelerar o avanço tecnológico
- Créditos/Foto:DepositPhotos
- 23/Dezembro/2022
- Da Redação, com assessoria
*Por Fernando Moulin // A Copa do Catar marcou a história. Não só porque foi a primeira a ser disputada em um país árabe e no fim do ano, mas porque foi o evento esportivo mais luxuoso e tecnológico de todos os tempos.
Historicamente, o maior evento do futebol traz novas tecnologias. Em 2018, na Rússia, foi possível ver o nascimento do controverso VAR (Video Assistant Referee – árbitro de vídeo) e do GLT (Goal Line Technology – tecnologia da linha do gol). As duas inovações foram decisivas naquele ano e, depois, foram adotadas em todas as competições oficiais chanceladas pela FIFA.
Em um cenário auspicioso – e que tive a oportunidade de testemunhar pessoalmente –, a Copa do Catar promete grande legado para a sociedade local e mundial, que transcende o esporte. Conheça cinco novidades que têm tudo para impactar diversos aspectos dentro e fora do futebol nos próximos anos.
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1. Democratização do 5G
A primeira rede 5G comercialmente disponível no mundo foi lançada no Catar, em 2018 – e, durante a Copa, se tornou uma facilidade presente na mão de todos. Observar estrangeiros (como eu) no metrô acompanhando transmissões de jogos nos seus celulares passou a ser algo trivial. A velocidade de conexão é muito boa, sem travamentos dentro dos estádios, sem problemas de experiência com a tecnologia. Funcionou muito bem. Isso favorece sobremaneira as experiências de interação em tempo real em dupla ou mesmo tripla tela, algo que irá revolucionar setores como o de entretenimento.
2. Tecnologia dos painéis visuais
O Catar é o país dos painéis visuais, muitos deles interativos. Apesar de essa não ser uma característica nova ou específica do local (há anos Times Square e Tóquio são famosas por isso), nunca houve tanta exposição e uso de painéis gigantescos e interativos ao longo de toda uma cidade. Na região da Corniche, onde tinha a Fan Festival, alguns prédios transmitiam o placar das partidas com projeções visuais, em tempo real. Ainda tinha o maior painel de LED do mundo na torre mais alta do país, próxima do estádio Khalifa International.
Os shoppings também contaram com quiosques da FIFA e do governo do Catar, trazendo a simpática mascote La’eeb contando histórias, trazendo informações e interagindo com as pessoas. Sem contar os múltiplos telões empregados em cada um dos estádios, transmitindo as principais jogadas das partidas, estatísticas e muito mais em tempo real.
3. Experiências interativas de dupla tela
O aplicativo FIFA+ ficou famoso no Brasil e sua experiência de uso já rodou em vários vídeos compartilhados em redes sociais durante os últimos dias. A ferramenta vem com uma engenhosa customização de realidade aumentada, permitindo que o usuário veja os jogadores em campo, as estatísticas em tempo real, e que faça diversas simulações gamificadas relacionadas com a partida em si e complementando a experiência completa de quem está no estádio.
Como já é tendência mundial gravar e postar em tempo real, a experiência de dupla tela com certeza vai marcar o futuro: interação entre o digital e a experiência física. O aplicativo da FIFA abre portas para a imaginação de um mundo cada vez mais digitalizado, que possibilita fazer scout dos jogadores em tempo real enquanto estão ali no campo. É a realidade, cada vez mais, se tornando também um enorme videogame.
4. Simuladores e conexões “figitais” cada vez mais harmônicas
A quantidade de simuladores e experiências que integram experiências físicas com as digitais foi muito grande. Por exemplo, em um dos quiosques feitos para os torcedores, a bandeira de cartão de crédito patrocinadora do evento criou uma arena indoor para a prática de futebol recreativo entre os visitantes, na qual é possível entrar, cadastrar-se, fazer login e formar dois times que competem, como parte da interação. Um grupo joga contra o outro. Coloca-se um colete cheio de sensores e o jogo é registrado, com todos movimentos e interações, também digitalmente. Tudo isso com direito à música potente capitaneada pelo DJ da atração e muitas luzes.
Ao término, cada torcedor participante do jogo ganha o acesso a um link com a partida digitalizada com os avatares de todos que participaram do momento, e uma mecânica de criação de um NFT desse momento único. É uma interação precursora, muito interessante, que está chegando agora, mas, certamente, daqui a alguns anos, vai estar em voga como precursora da interação da marcas que desejem criar conexões “figitais” ainda mais potentes com seus fãs.
5. Experiência mobile-only e super aplicativos integrando diferentes funcionalidades
Até a Copa da Rússia, a FIFA fazia a geração dos bilhetes de forma impressa. Isto é, o torcedor chegava no país sede e, obrigatoriamente, precisava ir até um quiosque da federação para recolher os ingressos comprados antecipadamente pela internet. Além desse modelo, existia a venda dos tickets de forma física. Prevendo possíveis problemas em função da pandemia de covid-19 em seu planejamento, a FIFA criou para a Copa do Catar um processo totalmente digital, de maneira integrada entre diversos sistemas e aplicativos e que funcionou muito bem.
Quem conseguiu ingresso para a Copa do Mundo tem direito à liberação de um visto para entrada e estadia no Catar por meio do super aplicativo Hayya, que está também integrado com diversos serviços do país, como transporte, hotelaria e acesso aos jogos do torneio, dentre outras funcionalidades. A plataforma ainda funciona para outras comodidades, como concentrar informações turísticas, acesso a dados sobre os estádios e à compra ou à revenda de ingresso, caso a pessoa não queira mais ir ao jogo.
O transporte público também foi liberado com acesso gratuito, bastando, para isso, apresentar o mesmo aplicativo. E para entrar no estádio, era só apresentar outro aplicativo da FIFA (FIFA Tickets), em que o ticket é liberado eletronicamente e por proximidade via Bluetooth.
*Fernando Moulin é partner da Sponsorb, empresa boutique de business performance, professor e especialista em negócios, transformação digital e experiência do cliente
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