Notícias
Uso excessivo de computador aumenta as chances de dores de cabeça na infância
- Créditos/Foto:klbeasley via VisualHunt / CC BY-NC-SA
- 25/Outubro/2017
- Da Redação, com assessoria
A dor de cabeça é uma das principais causas das consultas oftalmológicas entre crianças. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, quando um filho se queixa, essa é a primeira especialidade consultada pelos pais. A boa notícia é que os problemas oftalmológicos só causam 1% da cefaleia na infância. Contudo, atenção, pois um dos principais vilões nessa história é o computador, por todo o esforço ocular provocado pelo esforço visual.
Leia mais:
5 séries sobre tecnologia e o futuro para você assistir na Netflix
Saiba como evitar a fadiga visual causada por smartphones
Só para se ter uma ideia, o uso excessivo da tecnologia faz com que a incidência da dor de cabeça relacionada à visão salte de 1% para 30% na infância. É o que mostra um estudo feito pelo médico com 360 pacientes de 9 a 12 anos que chegavam a ficar 6 horas ininterruptas na frente do computador, videogame e outras tecnologias.
Identificação e prevenção
“É fácil identificar a cefaléia relacionada ao excesso de computador”, afirma Queiroz Neto. Ele explica que geralmente surge depois de duas horas em frente a telinha. Ela é caracterizada por uma dor tensional nas têmporas e pescoço. Cabe aos país, observa, orientar a criança para evitar as crises. Na maior parte dos casos, a dor desaparece com descanso ou olhando para o horizonte de 15 a 30 minutos a cada hora na frente do monitor. Se ela não desaparecer, a recomendação é consultar um especialista.
Risco de miopia
O estudo também mostra que o excesso de computador pode estar relacionado ao aumento da miopia. Isso porque o esforço visual prolongado para enxergar de perto causou miopia em 21% das crianças contra a prevalência de 12% apontada pelo CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia).
O médico afirma que, em crianças, a visão está em desenvolvimento e a contração prolongada dos músculos ciliares para focar as telas eletrônicas inibe o relaxamento dessa musculatura e leva à miopia acomodativa.”Ela pode ser revertida com descanso dos olhos, mas pode se torna um mal permanente se a criança ficar diariamente por mais duas horas olhando para as telas eletrônicas”, afirma.
Hereditariedade
Queiroz neto ressalta que quando o assunto é miopia, a hereditariedade determina, enquanto os fatores ambientais favorecem ou impedem o desenvolvimento. Embora a genética seja determinante, não significa que necessariamente a miopia seja passada de pai para filho.
Isso porque quando uma criança nasce, suas características físicas são determinadas em 50% pelos cromossomos da mãe e em 50% pelos cromossomos do pai. Se apenas um dos pais é míope e o filho herda o gene dominante da miopia, tem 50% de chance de tornar-se míope. No caso dos pais serem portadores do gene, mas não apresentarem a doença, a probabilidade de o filho ser míope cai para 25%. É isso que explica porque uma criança pode ter olhos normais mesmo que os pais tenham miopia.
Se você tem alguma dúvida sobre tecnologia, escreva para [email protected] e suas questões podem ser respondidas