Negócios
Comércio conversacional: vendas por apps de mensagens ditam o futuro
- Créditos/Foto:DepositPhotos
- 14/Junho/2023
- Da Redação, com assessoria
*Por João Brognoli // Os aplicativos de mensagem já se tornaram ferramentas fundamentais para a sociedade como um todo. Até porque, hoje, se tornou mais do que comum mantermos a nossa base de comunicação e uma boa parcela da rotina atrelada a essas plataformas. Desejando justamente se aproveitar da importância e da facilidade de uso desses canais no cotidiano que o varejo vem alavancando o chamado “comércio conversacional”
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Apontado como a terceira onda do setor – superando o monocanal, em que a loja imperava, e o bicanal, em que além do comércio físico também havia a necessidade do site ou app –, esse conceito permite que os usuários realizem suas compras por meio dos aplicativos de comunicação, tais como Messenger, Telegram e, principalmente, WhatsApp.
Visando se utilizar de um contato automatizado e, ao mesmo tempo, personalizado com os clientes, as empresas utilizam desses meios para se aproximar do público consumidor, potencializando as vendas por conta dessa jornada e experiência de compra melhor desenvolvida.
Dessa forma, facilidades de navegação para escolher produtos e realizar os pedidos acabam se tornando chamarizes para elevar o número de transações. Mais do que isso, esse tipo de atendimento permite ainda que as companhias apresentem oportunidades de upsell e cross-sell, reengajem os clientes após o abandono do carrinho, além de oferecer um pós-venda detalhado e preciso para os compradores.
Para se ter uma ideia da força das vendas por apps de mensagens, projeções de mercado apontam que as chances de conversão aumentam em 80%, quando há o uso do comércio conversacional. Tendo esse percentual em mente fica fácil entender porque o estudo da Juniper Research indicou que o gasto global via comércio de conversação chegará a US$ 135 bilhões até 2027 – hoje, o montante é de US$ 39 bilhões.
Brasil apresenta enorme potencial
Como se não bastasse essas expectativas positivas, o Brasil ainda aparece como um dos mercados de maior potencial quando tratamos do comércio conversacional. Uma pesquisa realizada pela Kantar, divulgada no ano passado, identificou que o País está entre os mais receptivos ao uso de mensagens enviadas pelas empresas para conversar com os consumidores.
Números do estudo revelam que 82% dos usuários desejam ter a opção de falar com uma companhia por meio dos aplicativos (média global é de 71%), enquanto 70% dos brasileiros mandam, ao menos, uma mensagem para um comércio por semana (no mundo esse índice é de 66%). Além disso, 60% preferem comprar por mensagem do que ir a uma loja física (contra 55% no restante do planeta).
Uma das empresas que tem liderado e aproveitado esse movimento é o WhatsApp. Rede social preferida do País com mais de 169 milhões de usuários, ou quase 94% dos brasileiros com acesso à internet, a ferramenta vem assumindo um papel relevante no mercado ao permitir que pequenas e microempresas recebam o pagamento de suas vendas pelo próprio aplicativo, garantindo que o comprador efetue a compra sem nem precisar sair da conversa. Como resultado, números divulgados pelo app dão conta que mais de 1,75 milhão de catálogos já estão disponíveis na plataforma.
Há de se destacar ainda que o aplicativo também conta com uma versão Business, voltada exclusivamente para médias e grandes empresas. Nesse serviço, a ferramenta disponibiliza uma API (Application Programming Interface) em nuvem, integrando o WhatsApp aos próprios programas internos utilizados pela companhia. Como resultado, a corporação pode oferecer experiências personalizadas para os clientes, como enviar notificações de confirmações de pedidos e pagamentos, além de manter o consumidor atualizado quanto à preparação e entrega dos produtos, entre outras funções.
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Alertas importantes sobre o comércio conversacional
Apesar de existir uma demanda latente para esse nicho, o comércio conversacional exige algumas recomendações para não gerar uma experiência negativa aos clientes. Por mais que a pessoa aceite contar com esse tipo de comunicação, ela não pode se tornar massiva, tendo em vista que o uso desses apps é preferencialmente para manter o contato com amigos e familiares. Assim, é essencial que a empresa atue somente com informações relevantes e permitidas pelos usuários, garantindo que o canal de contato junto aos consumidores não se transforme em motivo de incômodo.
Outro receio que o varejo precisa ter em mente é quanto à segurança dessas conversas. É indispensável que as corporações atuem em conformidade com as regras da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), até para que o cliente se sinta seguro para compartilhar documentos pessoais e de pagamentos nesses canais, assegurando que a compra seja concluída sem maiores transtornos.
Tais cuidados são essenciais para o varejo potencializar as vendas e se relacionar de forma ainda mais próxima junto aos consumidores. A grande verdade é que os aplicativos de mensagens já se tornaram elementos indispensáveis em nosso dia a dia e agora também são sinônimo de novas oportunidades de negócios. Chegou a hora do varejo aproveitar.
*João Brognoli é CEO e fundador do Grupo Duo&Co, holding focada na prospecção de novos negócios em comunicação e marketing.
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