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Minha primeira vez na China: uma narrativa fascinante

*Por Carlos Busch // Em minha primeira incursão à China, fui recebido por uma nação que superou todas as minhas expectativas. Um país deslumbrante que parece ter se transformado completamente.

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Sempre ouvira que a China moldava uma narrativa única para si, e, de fato, essa narrativa se apresentava poderosamente, não apenas em seu tamanho, mas também em sua abordagem à inovação.

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Por todos os cantos, do bulício das ruas de Shanghai e Pequim até a calmaria de cidades interioranas, o progresso é palpável. A modernidade das construções, a notável ausência de favelas e a constante presença de carros elétricos são testemunhos da sinergia entre governo e população na transformação da nação.

No entanto, em meio a este vasto e complexo panorama urbano, a China mostra que o foco não é apenas em construir os edifícios mais altos. A verdadeira prioridade? Ter os trens mais rápidos e tornar as coisas simples e acessíveis para todos.

Durante minhas visitas a gigantes corporativos como Alibaba, JD, Tencent, Huawei e ByteDance, percebi que a transformação em curso não só redefinia a China, mas também estava redesenhando as regras dos negócios globais. Contudo, não são apenas os grandes conglomerados que impressionam.

Os avanços tecnológicos e culturais que permeiam o dia a dia são igualmente fascinantes. De agricultores usando smartphones para melhorar suas práticas agrícolas até QR Codes facilitando pagamentos, a digitalização se faz presente em todos os aspectos.

Um exemplo marcante dessa abordagem pragmática é a decisão da China de adotar códigos QR, uma tecnologia dos anos 90, em detrimento de soluções mais avançadas. Essa escolha, que democratizou o acesso aos meios de pagamento, revela que o foco chinês está mais na transformação digital do que na inovação pura.

A cultura de consumo e a conveniência são onipresentes. Estima-se que mais de 200 milhões de profissionais se dedicam ao delivery, refletindo uma realidade na qual as pessoas raramente comem em casa. Isso que não apenas movimenta a economia mas também intensifica a sensação de um país sempre em movimento.

Enquanto marcas globais e arranha-céus chamam atenção, é a revolução constante na vida cotidiana que realmente marca. Nesta minha breve estada, testemunhei uma nação que não só cresceu em infraestrutura, mas também construiu uma narrativa poderosa para si, ensinando ao mundo que é possível equilibrar tradição e modernidade.

No entanto, como em qualquer história, há desafios. O envelhecimento da população, o desemprego entre os jovens, a vigilância onipresente e questões de governança são preocupações evidentes. Mesmo assim, minha jornada pela China foi uma experiência inesquecível, um testemunho da visão, determinação e inovação de uma nação que não apenas forja seu destino, mas também molda o futuro global.

*Carlos Busch é executivo e mentor de negócios, graduado em Administração de Empresas pela PUC-RS com pós-graduação em Comércio Exterior pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Saiba mais nos links abaixo.