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Segurança

27% dos brasileiros compartilham nudes sem pensar nos riscos de privacidade

  • Créditos/Foto:DepositPhotos
  • 29/Agosto/2024
  • Bianca Bellucci, com assessoria

Novo estudo da Kaspersky revela que mais de um quinto dos brasileiros (22%) têm imagens explícitas de si mesmos armazenadas em seus dispositivos móveis, e quase a mesma porcentagem (27%) compartilhou essas fotos íntimas com pessoas com quem namoram ou conversam online. A empresa reflete sobre os riscos desse tipo de situação e oferece dicas para evitar que imagens íntimas sejam divulgadas sem consentimento.

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O relatório Verdade Nua e Crua da empresa aborda a extensão das imagens explícitas que são capturadas e armazenadas nos dispositivos e posteriormente compartilhadas online. Os resultados também se relacionam com o abuso de imagem íntima, também conhecido como “vingança pornô”: mais da metade (53%) dos brasileiros disseram conhecer alguém que passou por essa forma de abuso online ou foram as próprias vítimas dessa situação (5%).

A popularidade do namoro online acelerou a troca de mensagens íntimas, uma forma de comunicação conhecida como “sexting”, que representou uma mudança radical em torno de interações sociais e românticas. Como prova disso, a prática de salvar nudes em dispositivos tornou-se mais comum entre os mais jovens – quase 52% das pessoas entre 16 e 34 anos já receberam fotos íntimas de parceiros ou pessoas que estão se relacionando, número elevado se comparado aos 20% dos usuários com mais de 55 anos.

O grande número de imagens íntimas que são capturadas, armazenadas e compartilhadas online também se relacionam com o volume de pessoas que vivenciaram a prática da “vingança pornô” e, neste caso, os adultos com mais de 35 anos foram os mais afetados: 15% deles foram vítimas de abuso de suas imagens íntimas, inclusive sendo ameaçados com isso. Em comparação, 11% das pessoas entre 16 e 34 anos afirmam ter vivido essa experiência.

“Nossa pesquisa destaca a normalização de um problema social crítico; os usuários, especialmente os mais jovens, compartilham imagens íntimas em números crescentes sem considerar os ricos e as possíveis consequências a longo prazo”, explica Fabiano Tricarico, diretor geral de produtos de consumo da Kaspersky para Américas. “Nos últimos 25 anos, a tecnologia facilitou a captura e o compartilhamento desses tipos de imagens. Além disso, houve mudanças significativas no comportamento e nas atitudes no namoro online, o que acelera a tendência de troca de mensagens íntimas. Educar e conscientizar os usuários sobre os riscos do mundo digital pode ajudá-los a tomar decisões digitais mais responsáveis.”

Sophie Mortimer, gerente da Linha de Ajuda à Pornografia de Vingança do SWGfL, acrescenta que “podemos ver todos os dias que o abuso de imagens íntimas é um problema contínuo, mas este estudo nos mostra como precisamos agir: construir uma conversa nacional e internacional sobre o significado e a importância do consentimento, melhorar o conhecimento sobre segurança online para adultos e jovens e deixar claro que, quando ocorre um abuso ou uso indevido de uma imagem íntima, a culpa é inteiramente dos perpetradores”.

Para evitar que suas imagens íntimas sejam divulgadas sem o seu consentimento, a Kaspersky recomenda:

  • Pense antes de postar ou compartilhar qualquer conteúdo online. Esteja atento a quem e quando você está enviando informações íntimas. Além disso, sempre considere como outras pessoas podem interpretar e usar as imagens que você envia do seu dispositivo.
  • Sempre revise as configurações de permissão nos aplicativos que você usa para pesquisar, para minimizar a probabilidade de que terceiros compartilharem ou armazenem seus dados sem o seu conhecimento e consentimento.
  • Use uma solução de segurança confiável, como o Kaspersky Password Manager, que permite gerar senhas exclusivas para cada uma de suas contas e protegê-las. Resista à tentação de reutilizar a mesma senha para todos os seus perfis.
  • Visite e use o StopNCII.org, uma ferramenta online global que ajuda as vítimas da disseminação de imagens íntimas sem o seu consentimento e as protege de serem compartilhadas na internet.
  • Se suspeitar que é vítima de vingança, guarde as evidências e denuncie às autoridades competentes, bem como às plataformas em que você acha que seus dados estão disponíveis.