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Vale do Silício

Home office: Apple endurece com seus funcionários

*Por Vivaldo José Breternitz,que fala sobre Apple e home office

A cultura corporativa da Apple é caracterizada por seu apego ao sigilo. Em breve, também poderá ser caracterizada como implacável: a chefe de pessoal da empresa, Deirdre O’Brien, teria rejeitado pedidos de milhares de funcionários para que a empresa reconsiderasse suas políticas de volta ao trabalho presencial.

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No início de junho, a Apple disse aos funcionários que eles deverão voltar a trabalhar nos escritórios pelo menos três dias por semana. Em um vídeo enviado aos empregados e citado pelos portais CNET e The Verge, O’Brien disse que a empresa acredita que “o trabalho presencial é essencial para nossa cultura e nosso futuro”. Ela acrescentou que os produtos lançados com sucesso no ano passado “foram construídos com base em anos de trabalho que em que estávamos fisicamente próximos”.

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Os portais não informaram se O’Brien reconheceu o quão bem as equipes da Apple têm trabalhado remotamente e nem se ela lembrou que a empresa atingiu seus melhores resultados em termos de receita e lucro em um período de lockdowns, quarentenas e home office. A Apple não respondeu a um pedido de comentários feitos pelo The Verge.

A resistência da Apple é mais uma batalha entre empresas de tecnologia e seus funcionários sobre a forma de como trabalharão nos próximos tempos. Apesar de um ano excepcional para os negócios das big techs em quase todas as métricas financeiras, o Facebook, o Google e a Apple em particular estão brigando com os funcionários sobre os planos de volta aos escritórios.

Antes que as empresas decidam sobre quando e como o trabalho remoto fará a transição de retorno para os escritórios, muitos funcionários começaram a reagir, porque alguns se mudaram do Vale do Silício, outros se acostumaram a passar mais tempo com os filhos e muitos simplesmente perceberam que poderiam fazer seu trabalho de casa, sem ter que suportar as longas horas de deslocamento e tráfego pesado na área da baía de São Francisco.

A empresa não se manifestou publicamente acerca do assunto, mas John Gruber, um blogueiro ligado à cfompanhia da maça, disse que as reclamações dos funcionários são sinais de que a empresa está contratando pessoas “que não são adequadas para a Apple“.

Gruber disse que há pessoas que aceitaram empregos na Apple sem conhecer a cultura da empresa e pergunta se elas acham que a empresa investiu US$ 4 bilhões em uma nova sede capaz de abrigar 12 mil funcionários “por brincadeira”. Há alguns dias, ele voltou a referir-se ao vídeo de O’Brien, dizendo que a decisão da Apple sobre o trabalho remoto já está tomada e que ele concorda com as afirmações da executiva.

Ao que parece o home office não vai crescer de forma tão ampla como alguns acreditavam até recentemente.

*Vivaldo José Breternitz, doutor em ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.