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A revolução dos pagamentos: da moeda ao smartphone
*Por Tiago Lourenço Cardeal da Costa
Uma geração inteira de pessoas provavelmente não sabe, mas três décadas atrás era necessário deixar uma quantidade considerável de dinheiro em casa para fazer compras e pagar as contas.
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O talão de cheque era um luxo para uma parcela pequena da população, os cartões ainda davam seus primeiros passos e conceitos como Internet Banking sequer existiam. Hoje, porém, a situação mudou. O avanço da tecnologia revolucionou o sistema financeiro e há diversas opções para realizar pagamentos no varejo. O mundo mudou e essa nova realidade mexeu com a economia brasileira.
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Em 2017, por exemplo, foi a primeira vez que o volume de transações por cartão (crédito, débito ou pré-pago) superou o de dinheiro físico. Os cartões movimentaram R$ 1,36 trilhão, contra R$ 1,31 trilhão em saques, de acordo com levantamento da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito).
Além disso, o pagamento móvel já é uma realidade no país com as entradas da Apple Pay e Samsung Pay e a previsão do IEEE (Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos) é que que as cédulas e moedas serão substituídas por pagamentos no celular até 2030.
A economia brasileira está se tornando cada vez menos dependente do papel-moeda porque a população têm um acesso cada vez maior aos serviços financeiros, seja tornando-se clientes de bancos ou adquirindo serviços de outras instituições, como fintechs e startups que oferecem alternativas para quem não possui conta em banco.
É o caso, por exemplo, dos cartões pré-pagos e cartões virtuais, produtos que já são uma realidade para a grande maioria dos cidadãos e garante acesso a diferentes serviços, como assinaturas e compras diversas. Quanto mais transações aconteçam com a rapidez, segurança e simplicidade no meio eletrônico , menor serão as que ocorrem com dinheiro.
Esse movimento de descentralização dos serviços bancários e de pagamentos traz uma série de vantagens para os consumidores e estabelecimentos comerciais. É inegável que a competição estimula o surgimento de novas soluções a preços mais acessíveis. Basta olhar o exemplo do cartão: sinônimo de riqueza nos anos 90, hoje é item essencial para grande parte dos brasileiros. É um caminho sem volta e as empresas do setor precisam estar preparadas para este cenário.
Até porque as fintechs não irão parar de desenvolver novos produtos e serviços. Quem mantêm o cliente no centro de sua estratégia sai à frente da concorrência. Ferramentas de CRM (gestão de relacionamento com o consumidor) e análises de dados conseguem personalizar a experiência das pessoas – além do próprio feedback dos usuários permitirem a atualização constante.
A tecnologia de pagamento instantâneo é exemplo disso e deve impulsionar modalidades como P2P (pessoa à pessoa) e P2B (pessoa à negócio), facilitando transações financeiras diretas sem a necessidade de intermediários.
A popularização da tecnologia no mundo mexeu com todos os setores, evidentemente, mas poucas áreas foram tão afetadas e remodeladas como a de pagamentos. Vivemos um momento único: as fintechs estão revolucionando o mercado e democratizando o acesso a esses serviços inovadores.
Se antes era necessário caçar moedas e cédulas para fazer uma compra no supermercado, em um futuro próximo você nem precisará abrir a carteira para isso.
*Tiago Lourenço Cardeal da Costa é product manager da Acesso, empresa de serviços financeiros