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A Ilusão da Abundância: documentário está no YouTube

  • Créditos/Foto:Divulgação / Marcha das Margaridas
  • 17/Agosto/2023
  • Da Redação

De terça-feira a quarta-feira (15 e 16 de agosto), foi realizada em Brasília a Marcha das Margaridas, uma das principais manifestações sociais protagonizadas por mulheres na América Latina. A tradicional caminhada evidencia as reivindicações das trabalhadoras do campo e das florestas.

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O objetivo que dialoga bem com o documentário A Ilusão da Abundância, que foi transmitido durante a programação do ato e estará disponível no YouTube até 15 de setembro. Para assisti-lo e compartilhá-lo, basta acessar este link.

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Marcha das Margaridas

A marcha relembra o assassinato, ocorrido em 12 de agosto de 1983, assim como a vida e a obra de Margarida Maria Alves, uma das primeiras mulheres a assumir a presidência de um sindicato no Brasil. Um trabalho que floresceu na coragem das milhares de margaridas que se reúnem até hoje em prol dessa luta.

Há, portanto, uma conexão entre a liderança feminina alavancada por aquela paraibana e o empoderamento das irmãs latino-americanas, personagens centrais do documentário, e que são a voz de suas respectivas comunidades. Todas elas têm em comum uma batalha que ocorre longe dos grandes centros urbanos.

Margarida, a primeira de muitas, buscava o reconhecimento dos direitos dos operários rurais contra os interesses dos grandes fazendeiros. Carolina de Moura Campos, outra brasileira, outra margarida, é ativista no caso do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), e clama pela responsabilização da mineradora multinacional em uma tragédia que deixou mais de duas centenas de mortos e centenas de vidas despedaçadas.

As companheiras latinas estão no mesmo lado na disputa entre pequenos Davis e enormes Golias. Descendentes de povos tradicionais indígenas, a peruana Máxima Acuña e a hondurenha Berta Cáceres defendem as terras herdadas de seus ancestrais e se opõem a grandes organizações interessadas em usufruir dos recursos naturais de países em desenvolvimento.

Todas refletem questões históricas e que, desde os tempos da colonização (ou seria invasão?), ainda não foram resolvidas. Os latifundiários, em sua maioria de ascendência europeia, ainda são aqueles que detêm o monopólio das terras no Brasil, e os colonizadores (ou seriam saqueadores?) ainda se sentem isentos de respeitar a soberania dos países que há séculos proclamaram independência.

Histórias de resiliência feminina contra o neocolonialismo que, assim como na luta ao machismo estrutural – tema que norteia a marcha –, mantêm-se enraizado nas sociedades latino-americanas. Problemas que precisam ser denunciados para que outras mulheres, as únicas que podem sentir na pele as dores desse conflito histórico, sensibilizem-se e se unam pela liberdade umas das outras. A verdadeira sororidade.