Segundo estudo realizado em julho deste ano pela Universidade Cornell em parceria com Organização Mundial da Propriedade Intelectual, a China está entre os 20 países mais inovadores do mundo no ranking do Índice Global de Inovação (GII). Diariamente, são criadas mais de 15 mil novas empresas, e em poucos anos a China está prestes a superar o Vale do Silício em número de Unicórnios — empresas com valor de mercado igual ou superior a US$ 1 bilhão.
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Eles também são a nação que mais investe em Inteligência Artificial e mais avança em Tecnologia do Varejo e Fintechs. Suas maiores empresas já buscam expandir seus mercados pelo mundo, como a Alibaba pela Europa e JD.com pela Ásia. Cada vez mais, as tendências da China estão inspirando empresas do mundo todo a buscarem parceiros de negócios e inovações tecnológicas.
É o caso da FCamara — empresa de transformação digital que atende os maiores e-commerces do Brasil, entre eles Netshoes, Saraiva e Americanas.com. Nas últimas semanas, seu CEO e especialista em transformação digital, Fábio Camara, esteve na China para buscar novidades de mercado que podem ser aplicados aqui no Brasil.
O CEO Tech listou cinco práticas comuns que acontecem na China e que podem inspirar empresas brasileiras, veja só:
Reconhecimento facial
Equipamentos de reconhecimento facial já fazem parte da rotina dos chineses. Eles utilizam a tecnologia para monitorar e aplicar multas de trânsito, realizar check-in em hotel, fazer compras no supermercado e até pedidos em fast-foods — que “adivinham” o que cliente quer comer.
“O uso do reconhecimento facial na China é algo impressionante. O país é o mais populoso do mundo e já consegue mapear todos os rostos e informações. As multas de trânsito, por exemplo, não são aplicadas apenas para os motoristas, mas também para os pedestres que cometerem infração”, comenta o especialista.
No Brasil, essa “inovação” está chegando aos poucos. Há pouco tempo o SPC — Serviço de Proteção ao Crédito — anunciou que irá começar a utilizar a tecnologia para confirmar a identidade dos consumidores no varejo.
Cultura do trabalho
A cultura do trabalho chinesa é algo que chama muita atenção. Diferentemente do Brasil, as pessoas trabalham no que eles chamam de escala 9-9-6, entram às 9h e saem às 21h, durante 6 dias por semana. “A impressão geral que temos é que eles são muito focados no trabalho e nos resultados. Existe o ‘censo de urgência’ e o ciclo entre o nascimento de uma ideia e sua execução é geralmente bem curto, já que as inovações devem render dinheiro o quanto antes”, explica.
Celular e compras online
A China tem 802 milhões de usuários de internet. Deste total, 788 milhões acessam a rede via dispositivos móveis, segundo dados do governo divulgado nesta semana. Fato que consolida sua posição de maior mercado mundial para empresas de tecnologia. Porém, é preciso estar imerso no universo chinês para ter acesso às senhas de wi-fi dos estabelecimentos e uso de aplicativos e redes sociais.
Os chineses também se destacam quando o assunto é comércio eletrônico, meios de pagamento e logística. A infraestrutura de pagamentos via celulares está mais desenvolvida e atinge principalmente a geração Y.
“Só para termos uma ideia de como é natural realizar compras online por lá, o e-commerce chinês representa cerca de 17% no país. No Brasil, esse número é de 2% a 4%. Os chineses estão diversificando demais a possibilidade de transações online, muito à frente desse segmento no Brasil. Fazem transações de celular para celular sem intermediários bancários, com a grande vantagem de transações comerciais sem pagamento de taxas às instituições do mercado financeiro”, comenta Camara.
Outro grande diferencial relacionado ao comércio eletrônico chinês é a logística. Geralmente, as compras realizadas na internet são entregues no mesmo dia, sendo enviadas de diversas maneiras: transportadora, bicicletas, lambretas, carros, entre outras formas.
Inteligência Artificial
A evolução é enorme em relação a Inteligência Artificial. O verdadeiro “negócio da China” é inovar nessa área. Segundo líderes chineses, eles veem a Inteligência Artificial como a chave para tornar a China um “poder econômico”.
E o país investirá ainda mais no desenvolvimento de habilidades e recursos de pesquisas acadêmicas para alcançar grandes avanços até 2025 e tornar a China um líder mundial em 2030. Alguns exemplos da Inteligência artificial na China são: energia renovável, robótica e carros elétricos.