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1º de abril: os maiores mentirosos do mundo da tecnologia

  • Créditos/Foto:Divulgação/Hulu
  • 01/Abril/2024
  • Marcella Blass

Celebrado em 1º de abril, acredita-se que o Dia da Mentira surgiu na França, durante a idade média. Tudo teria acontecido quando o calendário juliano foi substituído pelo calendário gregoriano – e parte da população recusou-se a adotar o 1º de janeiro como o primeiro dia do ano.

Independentemente da origem, o fato é que a mentira está enraizada na cultura. Seja por vantagem, seja para esconder deslizes, ela já foi um recurso utilizado inclusive por empresas muito conhecidas no mercado. A seguir, você confere quatro dessas histórias.

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Apple

A ocasião ficou conhecida como “batterygate” – em referência ao caso Watergate (1972). A verdade começou a surgir despretenciosamente em um fórum do Reddit. Um usuário afirmou que uma atualização de software teria reduzido a performance de seu iPhone, mas que o problema se resolveu com a substituição da bateria.

Depois de mais de um ano de especulações, em dezembro de 2017 a Apple confirmou a desconfiança dos consumidores. A empresa admitiu a diminuição intencional no desempenho das linhas iPhone 6 e iPhone 7 “como forma de prolongar a vida útil dos aparelhos”, mas não comunicou os usuários a respeito da medida.

Acusada de obsolescência programada, a Apple concordou em pagar cerca de US$ 500 milhões para dar fim à ação coletiva movida por consumidores nos Estados Unidos. No entanto, por conta da Covid-19, o pagamento das indenizações começou apenas em janeiro deste ano.

Cambridge Analytica e Facebook

As leis de proteção e privacidade de dados vigente em várias partes do mundo impõem que as informações coletadas pelas empresas não podem ser pessoalmente identificáveis. Isso significa que elas têm de ser neutras, envolvendo apenas referências demográficas. Mesmo assim, a Cambridge Analytica, especializada em análise de dados, foi acusada de coletar elementos identificáveis de mais de 87 milhões de usuários do Facebook desde 2014.

Os jornais The Guardian e The New York Times levam o crédito por descobrir o esquema. As investigações revelaram que os dados coletados foram usados para embasar campanhas políticas. Os veículos de comunicação também divulgaram o envolvimento do próprio Facebook e de alguns políticos da época, em especial nas eleições de 2016 – quando Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos.

Dica para o 1º de abril: produzido pela Netflix, o documentário Privacidade Hackeada traz mais detalhes sobre o escândalo.

Theranos

Em 2003, Elizabeth Holmes fundou a Theranos, a healthtech responsável pelo Edison – um aparelho para realizar mais de 200 exames laboratoriais a partir de poucas gotas de sangue. Um de seus primeiros aportes do negócio veio de Tim Draper, investidor de empresas como Tesla e Skype. Figura inspiracional para outras mulheres e “cristalzinho” do Vale do Silício, em 2014 a empreendedora estava à frente de um negócio avaliado em US$ 9 bilhões. Entretanto, ninguém nunca havia visto o tal dispositivo revolucionário.

Em 2015, um ex-funcionário da Theranos revelou a um jornalista do Wall Street Journal que o Edison era capaz de fazer apenas pouco mais de 15 tipos de exames – e que precisava de pelo menos três frascos de sangue para tal. Em seguida, uma série de outras mentiras veio à tona, entre elas o uso de máquinas de terceiros para a realização das análises. Então, em novembro de 2022, Elizabeth Holmes foi condenada a 11 anos de prisão por lesar pacientes e investidores.

Dica para o 1º de abril: disponível na Star+, a minissérie The Dropout conta a história da Theranos. A produção baseia-se no livro Bad Blood – Fraude Bilionária no Vale do Silício, que relata a investigação do jornalista John Carreyrou para o artigo publicado no Wall Street Journal.