Ciência
5 verdades sobre o lipedema que você não vê nas redes sociais

- Créditos/Foto:DepositPhotos
- 13/Maio/2025
- Da Redação, com assessoria
Nos últimos meses, as redes sociais se mostraram repletas de conteúdos sobre lipedema. A doença, que até poucos anos era desconhecida do grande público, ganhou os holofotes e não faltam “profissionais” vendendo dietas milagrosas e produtos específicos para quem sofre dessa condição, caracterizada pelo aumento do tecido adiposo subcutâneo nas pernas ou nos braços. “O que mais preocupa é o número crescente de mulheres se autodiagnosticando com base em vídeos e posts e adotando ‘tratamentos’ sem consultar um especialista”, alerta o nutricionista funcional e esportivo Diogo Cirico, responsável técnico pela Growth Supplements.
Segundo Cirico, somente um médico pode diagnosticar corretamente o lipedema, diferenciando-o de outras condições como obesidade comum ou linfedema. Sintomas como dor, sensibilidade nas pernas e redução da qualidade de vida podem indicar a presença da doença, mas o diagnóstico preciso requer avaliação médica especializada. “Nas redes sociais, vemos muita romantização da doença e pouca informação sobre a necessidade de mudanças efetivas no estilo de vida. O tratamento exige comprometimento com uma alimentação adequada e exercícios regulares. Não existe solução mágica”, afirma.
Esse desencontro de informações ocorre também porque o lipedema é insuficientemente documentado na literatura médica e raramente é reconhecido por clínicos gerais, o que contribui para o cenário de desinformação e autodiagnósticos equivocados.
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A seguir, o nutricionista detalha cinco fatos sobre a condição que não são abordados corretamente nas redes sociais, mas que fazem toda diferença para entender e tratar a doença:
1. Não existe alimento ou dieta milagrosa contra a inflamação
Contrariando o que muitos propagam, não há um superalimento capaz de resolver o problema inflamatório do lipedema. “A redução da inflamação vem de um conjunto de hábitos saudáveis, não de um único alimento”, explica Cirico.
A recomendação é uma alimentação baseada em alimentos in natura e minimamente processados, incluindo cereais integrais, legumes, frutas, verduras, carnes magras, frango, peixe e laticínios. Deve-se evitar ao máximo o consumo de alimentos industrializados.
2. É necessário reduzir o percentual de gordura corporal
Diferentemente do que muitas pacientes gostariam de ouvir, o controle do peso é essencial no tratamento. “Portadores de lipedema podem ter vida normal, porém precisam mudar hábitos, adotar um estilo de vida saudável e controlar o percentual de gordura para garantirem boa qualidade de vida”, afirma o nutricionista.
A redução de peso é uma necessidade clínica para o controle da condição, já que o excesso de tecido adiposo contribui para a inflamação e piora os sintomas.
3. Combine musculação com aeróbico para controlar a inflamação
“A prática regular de exercícios de força, como musculação, combinados com exercícios de resistência, como corrida ou pedal, são o ideal para portadores de lipedema“, destaca Cirico. Isso acontece porque os exercícios de força atuam no controle da inflamação e na manutenção da massa magra, enquanto os aeróbicos estimulam o consumo de gorduras como fonte de energia.
4. Dietas low carb apresentam melhores resultados
Embora existam várias abordagens alimentares possíveis, as pesquisas científicas apontam para benefícios específicos das dietas low carb no tratamento do lipedema, seja na redução de peso, seja no tratamento da dor. Outras opções, como jejum intermitente ou dieta cetogênica, também podem ser consideradas, mas sempre sob orientação profissional.
5. Quem tem lipedema precisa de uma quantidade maior de água
Um aspecto frequentemente negligenciado é a importância da hidratação. “Você deve beber de 35 a 50ml de água para cada quilo de peso ao dia, uma média superior à orientação indicada para pessoas saudáveis”, orienta Cirico. A hidratação adequada é essencial para o bom funcionamento do sistema circulatório e linfático, ambos comprometidos no lipedema.
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Como é o tratamento
O lipedema é uma doença cuja origem não é totalmente compreendida, mas sabe-se que fatores genéticos, endócrinos, linfáticos, vasculares e inflamatórios estão envolvidos.
Apesar de não ter cura, os tratamentos atuais aliviam os sintomas e previnem a progressão da doença. “O tratamento inclui drenagem linfática manual, vestimentas compressivas, exercícios, fisioterapia, controle de peso, terapia psicossocial e educação sobre autogerenciamento”, completa Cirico.
Dicas do nutricionista para pacientes com lipedema
- Preferir gorduras insaturadas (peixes, castanhas, abacate, óleos de girassol, canola e oliva);
- Limitar gorduras saturadas (carne, manteiga) e evitar as trans (ultraprocessados);
- Reduzir o consumo de sódio a 5g por dia;
- Limitar o açúcar a 10% do total de calorias diárias;
- Aumentar o consumo de grãos inteiros, vegetais, frutas e leguminosas;
- Diagnóstico profissional é imprescindível.