Ciência
Superbactérias: 7 dicas para usar antibióticos de forma segura

- Créditos/Foto:DepositPhotos
- 19/Maio/2025
- Da Redação, com assessoria
O uso incorreto de medicamentos, especialmente dos antibióticos, coloca a saúde em risco e favorece o surgimento das chamadas superbactérias – microrganismos que se tornam resistentes aos tratamentos convencionais.
Essa resistência acontece quando bactérias passam a não responder mais à ação dos antibióticos, muitas vezes porque foram expostas repetidamente a esses medicamentos de forma inadequada, como em tratamentos incompletos, doses erradas ou uso sem necessidade. O problema dificulta o combate às infecções e torna procedimentos médicos, como cirurgias e quimioterapia, mais arriscados.
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Segundo Fernando de Oliveira, infectologista e coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital São Luiz Morumbi, da Rede D’Or, o uso inadequado ou excessivo de antibióticos é uma das principais causas da resistência bacteriana. “Tanto o uso indevido quanto o excesso, não só em humanos, mas em animais e plantas, promove o aparecimento de bactérias resistentes aos medicamentos disponíveis e, por isso, difíceis de tratar”, explica.
A resistência bacteriana é hoje considerada uma das maiores ameaças à saúde pública mundial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela foi diretamente responsável por 1,27 milhão de mortes em 2019 e contribuiu para quase 5 milhões de óbitos no mundo.
Entre os equívocos mais frequentes, o especialista cita o uso de antibióticos para tratar infecções virais, como gripes e resfriados (prática agravada durante a pandemia de covid-19) e a interrupção precoce do tratamento. “É muito comum o paciente apresentar melhora dos sintomas e parar de usar o medicamento antes do recomendado pelo médico. Entretanto, isso nem sempre significa que a infecção foi totalmente combatida”, alerta.
O oposto também é um sinal de alerta: ausência de melhora após 48 a 72 horas do início do tratamento. “Normalmente, após começar o antibiótico, a febre e os sintomas tendem a diminuir nesse período. Quando isso não acontece, pode ser um indício de resistência bacteriana”, afirma Oliveira.
No entanto, ele ressalta que outros fatores também devem ser considerados. “Pode ser que o foco da infecção não esteja sendo tratado corretamente, que seja uma infecção viral ou que haja necessidade de intervenção cirúrgica, como no caso de um abscesso. Por isso, o acompanhamento médico é fundamental”, explica o médico do São Luiz Morumbi.
Outro fator preocupante sobre o tema é o uso maciço de antibióticos na produção animal. “Em alguns países, a quantidade de antibióticos utilizados na criação de animais chega a ser quatro vezes maior do que o uso em humanos”, destaca o infectologista. Esses microrganismos resistentes podem ser transmitidos para as pessoas tanto pelo contato direto quanto pela cadeia alimentar.
7 dicas para usar antibióticos de forma segura
Para ajudar no combate à resistência bacteriana e proteger a saúde, confira algumas atitudes simples, mas essenciais:
- Use antibióticos apenas com receita médica: nada de automedicação.
- Siga o tratamento até o fim: mesmo que os sintomas desapareçam antes.
- Não compartilhe medicamentos: cada infecção é única e requer avaliação médica.
- Evite usar sobras de antibióticos: tratamentos anteriores não garantem eficácia para novos casos.
- Higienize as mãos frequentemente: uma das formas mais simples de prevenir infecções.
- Mantenha as vacinas em dia: elas ajudam a evitar doenças que podem exigir o uso de antibióticos.
- Cuide da alimentação: higienizar alimentos, separar crus de cozidos e usar água potável são práticas que ajudam a evitar infecções.
“Cada atitude conta. Usar antibióticos de forma consciente é proteger não só a própria saúde, mas também impedir que essas superbactérias continuem se espalhando”, reforça Oliveira.
Atenção também com outros tipos de medicamentos
Embora o foco principal esteja nos antibióticos, o uso irracional de outros medicamentos também representa riscos importantes para a saúde. Analgésicos, anti-inflamatórios, ansiolíticos e corticoides podem causar efeitos colaterais graves se utilizados sem orientação médica.
O uso excessivo de anti-inflamatórios, por exemplo, pode levar a problemas renais, gastrite e aumentar o risco de sangramentos. Já o consumo inadequado de medicamentos para ansiedade ou insônia pode gerar dependência química e afetar o funcionamento do sistema nervoso central.
Por isso, a recomendação é clara: todo medicamento, mesmo aqueles considerados comuns, deve ser usado com responsabilidade e sempre com acompanhamento profissional.
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