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Resumão da Semana: O Sequestro do Cabeleira Errado

- Créditos/Foto:DepositPhotos
- 21/Fevereiro/2025
- Sérgio Vinícius
Há enganos e enganos.
Esses dias, fiquei sabendo que a Azealia Banks tem mania de pegar no sono com um ventinho quente soprando em seu rosto. Em uma viagem ao Brasil, ela pediu para conseguirem um secador de cabelo, para dar um cochilo com um bafinho de mormaço na cara.
Achei que era invenção, piada ou algum engano.
Mas quem me contou também teve que sair perambulando, às pressas, por São Paulo atrás do eletrodoméstico. Conseguiu alugar em um cabeleireiro. A moça ficou tão feliz que até o presenteou com um sabonete de clareamento anal (fabricado pela empresa que ela é proprietária e que faturava R$ 15 mil por dia há alguns anos).
Ele acabou usando no rosto mesmo. Parece que até irritou o pescoço.
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O caso acima, imediatamente, me lembrou de um engano de fato – que virou até uma espécie de sequestro curto.
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Há alguns anos, outro camarada (vamos chamá-lo de Jef, para facilitar a identificação) tinha uma dessas picapes pequenas – como Strada ou Montana. Ele estava de saída de um bar e outros dois amigos pediram carona para uma terceira pessoa, que atendia pelo apelido de Cabeleira.
– Rola levar o Cabeleira? São só uns quarteirões. Ele vai na caçamba mesmo, já que é rapidinho e a cabine tá cheia.
– Opa.
O bar estava meio confuso e muito lotado. Havia diversas pessoas na calçada, outras já invadindo a rua. Jef nem sabia quem era o tal Cabeleira, mas – como é de seu feitio – nem ligou e nem se preocupou muito com isso. Era só dirigir e largar o cidadão dali três quarteirões.
Da Montana (ou Strada), ao olhar no espelho retrovisor, ele vê os dois amigos – que pediram carona para o Cabeleira – despejando o dito cujo na caçamba. A cena foi meio bisonha, porque aparentemente eles pegaram o rapaz pelas costas e o desovaram na picape.
Jef deu a partida.
Lá na esquina de baixo, ao parar no farol, o Cabeleira saltou e saiu correndo, sem nem agradecer. Jef foi para casa.
Anos depois, ele descobriu que o Cabeleira não era o Cabeleira e os dois amigos que o jogaram na caçamba simplesmente acharam que fosse o Cabeleira. Por conta disso, o pegaram de costas e arremessaram para dentro do compartimento.
Mas era um desconhecido.
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Aqui, se faz necessária uma breve explicação.
Havia mesmo um Cabeleira que iria a pé até alguns quarteirões de onde estava. Os dois amigos – solícitos como só os bêbados são quando não é necessário e vendo Jef quase saindo do bar com a picape – ofereceram carona terceirizada.
Cabeleira aceitou.
Os dois amigos, após conversarem com Jef já dentro do carro, voltaram para o meio da confusão do bar, que já alcançava a rua e viram, de costas, alguém que eles acreditavam ser o Cabeleira. Em vez de, civilizadamente, avisar que estava tudo certo, que era só subir na caçamba, resolveram pegar um atalho.
Agarraram o Cabeleira pelas costas e o jogaram na caçamba.O problema é que era o Cabeleira Errado – alguém que, de costas, parecia com ele.
Em tese, e na prática, foi o sequestro mais curto do mundo. O Cabeleira Errado não deve ter entendido nada (se fosse hoje, deveria estar torcendo para ser um sequestro do roubo de rim, só para acordar em uma banheira de gelo em meio a essa calorão).
O Cabeleira Certo ficou sem carona – e ele nem queria tanto assim. Enganos acontecem.
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Além de todo tipo de engano no mundo, existem ainda os equívocos.
Por exemplo, esses dias, um norte-americano disse, no BlueSky (aliás, já segue a gente lá?), que era vergonhoso “Brasil e Coréia do Sul terem democracias mais fortes que os EUA”. O comentário dele era em cima do indiciamento de Bolsonaro e sua trupe de golpistas aloprados.
Imediatamente, uma horda de brasileiros invadiu a postagem explicando por A + B como o Brasil é civilizado, diferentemente dos EUA. Daí, eis o primeiro equívoco do rapaz: mexer com a gente em rede social.
Nessa discussão maluca, o melhor argumento, a meu ver, foi o da pessoa que postou a figurinha abaixo e nada mais.

Daí, papo vai, papo vem, descobrimos que águia americana pia mais fajutamente que um pato de borracha. A HARPIA, por sua vez, deve ter a voz daquela senhora fumante que comentava salto ornamental no SporTV – já que essa ave, de fato, fuma um bom Hollywood vermelho depois de almoçar um curumim inteiro.
O som que imaginamos ser da águia é do falcão mesmo, como mostra este vídeo. A confusão é por conta dos filmes americanos, que dublam a pobre careca. Eis o segundo equívoco.
E há ainda um terceiro equívoco em relação aos EUA. Muitas pessoas dizem que o país não tem nome, dado que Estados (o que eles são) Unidos (a forma como estão) da América (o local onde ficam) não significa uma nomenclatura decente. É quase fato.
O que as pessoas não sabem é que “o nome popular do país é ‘estados unidos da américa’, mas esse não é o NOME nome formal. ele ficou conhecido assim por conta de longa tradição de união desde a época da guerra revolucionária e q foi cimentada pós-guerra civil. mas esse não é o nome. o nome real é… Robson“.

Ou é isso então estamos muito equivocados.
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E escrevi tudo porque, relendo os textos desta semana do 33Giga, me deparei com alguns enganos e outros equívocos que cometemos eventualmente por aqui. Abaixo, alguns deles.
Já que o Whatsapp é essa praga – e também feito por pragas – por que não deixá-lo mais cafona?
Qualquer lista (qualquer uma mesmo) que o Omar, de The Wire, não esteja no topo é cilada – ou engano
Listinha do Oscar que fizemos em formato de álbum para ganhar uns cliques (não caia nessa)
Mais uma lista safada, mas do YouTube – mesmo porque o melhor vídeo da plataforma não tá na relação (é esse, no caso)
Mais um teste de relógio inteligente baratinho e que cabe no bolso (o gato ou o Quico?)
Utilidade pública: silencie essa desgraça de Gemini do Gmail
Testamos um celular que dá para dormir em cima e atende, também, pelo nome de colchão
E é isso.
Ah, perdeu algum Resumão da Semana? Tá na hands.
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