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Quinta Revolução: até onde a Inteligência Artificial irá nos levar?

*Por Rodrigo Pereira // Um dos assuntos mais comentados nas últimas semanas trouxe à tona a preocupação crescente com o desenvolvimento e a implantação de Inteligências Artificiais (IAs) avançadas.

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Personalidades influentes como Elon Musk e Steve Wozniak, dono do Twitter e co-fundador da Apple, respectivamente, endossaram uma carta aberta pedindo a suspensão temporária do desenvolvimento de IAs poderosas, a fim de estabelecer protocolos de segurança e supervisão adequados.

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Essa discussão me remete ao livro Sapiens – uma breve história da humanidade, de Yuval Harari. Um dos melhores que já li.

No conteúdo, são destrinchadas as grandes revoluções anteriores pelas quais a humanidade passou, as adversidades sofridas e a forma como a sociedade se adaptou a um novo estilo de vida provocado por estas etapas da história, que vai de 10.000 a.c. até às Revoluções Industriais ocorridas entre os séculos XVI e XX.
De forma resumida, Harari descreveu os desafios da humanidade com estas revoluções, que mudaram definitivamente o modus operandi da sociedade em diferentes épocas. A humanidade enfrentou várias revoluções que transformaram profundamente a sociedade e que deixaram suas marcas positivas e negativas.

Começando pela Revolução Agrícola, ocorrida por volta de 10.000 a.C., ela possibilitou a domesticação de plantas e animais, a criação de assentamentos permanentes e o aumento da população. No entanto, também gerou desigualdades sociais e a propagação de doenças.

Em seguida, tivemos a Revolução Científica, entre os séculos XVI e XVII, que trouxe grandes avanços no conhecimento, como a descoberta do método científico, mas também enfrentou a resistência daqueles que a temiam em função de crenças religiosas já estabelecidas.

Além destas, tivemos a primeira e a segunda Revolução Industrial, que ocorreram aproximadamente entre 1760 e 1914, levando à mecanização da produção, à urbanização e ao crescimento econômico.

Contudo, também resultaram em condições de trabalho precárias, poluição e desigualdades acentuadas. Em cada revolução, a sociedade enfrentou críticas e desafios, mas definitivamente se adaptou e evoluiu.

Trazendo o tema para os tempos atuais, alguns já insinuam que estejamos vivenciando uma suposta Quinta Revolução, impulsionada pela tecnologia, automação e Inteligência Artificial. Só que uma das principais diferenças entre essa revolução e as anteriores é a rapidez com que tudo está ocorrendo.

Se fizermos um comparativo com o passado, as revoluções duraram séculos para serem concretizadas, enquanto a Inteligência Artificial teve um pouco mais de 70 anos para mudar a história, tendo em vista que foi criada em meados de 1950.
Assim como as revoluções anteriores, esse novo marco histórico também levanta preocupações e polêmicas. E a carta mencionada logo no início do texto é um bom exemplo disso. Diante do fato, a pergunta que não se cala é: será que parar completamente o desenvolvimento da IA seria a melhor solução?

Sobre isso, no meu ponto de vista, não. Precisamos enfrentar e discutir os desafios apresentados no momento, ao mesmo tempo em que continuamos a evoluir e a nos adaptar a essa nova realidade.

Para isso, é fundamental endereçar as questões éticas e encontrar maneiras de maximizar seus benefícios, enquanto minimizamos seus riscos.

Isso pode incluir o estabelecimento de regulamentações e normas internacionais, a promoção da pesquisa em IA segura e responsável e a inclusão de uma ampla gama de perspectivas no debate sobre o desenvolvimento da tecnologia, como o desenvolvimento de algoritmos e sistemas que sejam imparciais e justos, bem como a garantia de que as comunidades sub-representadas e marginalizadas possam participar e se beneficiar dos seus avanços.

Isso só será possível se tivermos transparência e colaboração genuína entre governos, setor privado e comunidades acadêmicas.
São diversos os caminhos para serem explorados.

Mas, em suma, acredito que assim como aconteceu com as revoluções anteriores, a dita Quinta Revolução e o avanço da Inteligência Artificial trarão mudanças profundas para a sociedade, com aspectos positivos e negativos.

E, no futuro, quando olharmos para trás, entenderemos melhor os impactos dessa revolução e tudo o que ela trouxe de bom e de ruim para a sociedade.

Dentro deste aspecto, certamente teremos evoluído novamente, adaptando-nos às mudanças trazidas pela IA e, esperançosamente, criando um mundo mais justo, igualitário e sustentável para todos.

A Quinta Revolução é apenas mais um capítulo nessa longa e complexa evolução, e cabe a nós escrevê-lo com sabedoria e responsabilidade.

*Rodrigo Pereira é CEO da A3Data, consultoria especializada em dados e Inteligência Artificial.