As aulas extracurriculares de programação e robótica nos mais variados graus de complexidade podem estimular o ensino de outras disciplinas na grade curricular de crianças e adolescentes. As aulas de TI aumentam o desempenho em matemática (6,4%), ciências humanas e sociais (5%), e linguagens (4,5%), segundo um estudo feito pelo Serviço Social da Indústria (SESI).

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“Ao aprender a linguagem de programação, os alunos são ensinados a pensar de forma estruturada, desenvolvendo raciocínio lógico, crítico e analítico, em vez de apenas decorar fórmulas matemáticas ou datas históricas para passar nas provas. Quando o aluno aprende a organizar melhor suas ideias, ele também consegue desenvolver a capacidade de escrever com facilidade”, analisa Henrique Nóbrega, diretor fundador da Ctrl+Play, rede de ensino de tecnologia e inovação.

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O executivo complementa que a programação é considerada a linguagem do futuro. Essa competência estimula o aprendizado de inglês — todos os códigos são escritos neste idioma — e de matemática, pois se uma sequência de códigos não for desenvolvida corretamente, o projeto não pode ser concluído.

“Aprender sobre programação e robótica também pode contribuir para o desenvolvimento profissional, pois oferece as habilidades que o jovem precisa para entrar no mercado de trabalho, seja para trabalhar com tecnologia ou em qualquer outra área em que a automação de tarefas e análise de dados seja uma realidade”, complementa o executivo da Ctrl+Play.

Por exemplo, jovens que estudam robótica podem desenvolver conhecimentos em programação de robôs, visão computacional, inteligência artificial, controle de movimento, design mecânico e eletrônica, que podem ser usados em automação industrial, área da saúde, segmento da educação e pesquisa, ou mesmo em logística e armazenamento. Segundo um levantamento feito pelo Boston Consulting Group (BCG), o mercado global de robótica pode alcançar faturamento de até US$ 260 bilhões em 2030.

Já a programação se tornou uma habilidade indispensável com a digitalização de diversos setores e atividades laborais, deixando de ser apenas usada na área de tecnologia. Henrique explica que um jovem com background em programação pode trabalhar em profissões de desenvolvimento, análise, administração e consultoria.

Além dos benefícios técnicos, o aprendizado em programação e robótica contribui para o desempenho dos alunos por ajudá-los a entender conceitos complexos com facilidade, organizar informações com coerência, além de desenvolver maior capacidade de concentração, comunicação e de trabalho em equipe — soft skills essenciais na vida adulta.

“Programar envolve identificar desafios, testar soluções e ajustar estratégias. Para isso, é necessário escuta ativa e habilidades de resolução de problemas, bem como pensamento crítico, criatividade e escuta ativa. Tudo isso faz do jovem uma pessoa e um profissional ainda mais completo e autônomo, pronto para lidar com todos os tipos de obstáculos”, conclui Nóbrega.