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Resumão da Semana

Meu primo gueixa

Já não me bastava o Brasil ser populado por bolsonaristas e influencers, agora ele também é povoado por IA. Daí, o pior dos mundos se encontra e temos influencers que usam IA para fazer postagens imbecis sobre assuntos estúpidos.

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Mal aê a vibe Dilma on Fire, mas é o que temos para esses dias tão árduos.

 

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Por exemplo, esta aqui de baixo (não vou linkar, sinto muito).

 

Por que não deixar a Billings no volume morto para ensinar um tapado a fazer uma coisa que só um tapado não sabe fazer sozinho (escolher qualquer roupa)?

 

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Tem uma outra que me chocou um tanto.

A moça quer falar com a mãe ao telefone. Mas, ao que o casal deduz, a mãe está sem internet. A filha, sem crédito no telefone.

Aí, o sabichão resolve ensinar um negócio revolucionário: digitar uma palavra no Google (o nome de um programa altamente suspeito). E seguindo, seguindo, ela consegue fazer a ligação.

O problema é que entre começar e terminar o “tutorial”, ela troca de roupa, alisa o cabelo e, nessa confusão, ainda chama a própria mãe de filha ao mesmo tempo que manda um “funciona mesmo”.

Tudo isso deve deixar a mãe, do outro lado da linha, altamente preocupada com a sanidade da própria filha. Isso, claro, se já não estiver preocupada com o amarelo icterícia que ela – e todos os desenhos de IA – exala.

Abaixo, a primeira e a última cena dessa obra de arte IAlística.

 

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Se a IA não consegue fazer uma sequência simples de desenho com lógica e nem o camarada que deu os comandos para tal sabe se comunicar ou revisar, por que eu iria confiar nele?

Os exemplos beiram o infinito (mesmo porque, uma vez clicando nesse tipo de assunto, o Instagram entende que você gosta muito desse tipo de bobajada e enfia essas postagens até no seu cu, queira você ou não).

Tem o idoso usando chinelos diferentes (um em cada pé, só faltou um na cabeça) e doidinho para cair enquanto uma médica olha para um capacho.

Na cena, chama ainda a atenção a dona estar com outra médica em sua cacunda – e essa segunda médica ser uma espécie de gêmea má da primeira. É algo no esquema daquele livro antigo A Vida Fora da Matéria, mas mais amarelado.

 

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Nessa pegada sobrenatural, tem outra de um Puro Osso impedindo uma criança de usar uma camisa velha como pano de chão (o mundo era tão melhor quando a culpa era só dos móveis de acordo com o Feng Shui).

O motivo: as roupa tem as energias da criança e tals (como se Candida não matasse tudo, até energia de curumins).

 

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Ou a moça que não quer estudar lendo um mero PDF e a ensinam a transformar o documento em vídeo. E, ao final, manda um “isso vai salvar minha vida nos estudos”.

Spoiler: não vai. Se tem preguiça de ler, a não ser que ela esteja estudando algo do Jardim III, dificilmente vai longe. Spoiler II: aparentemente, ela está estudando algo ligado à medicina e o vídeo ainda não sabe nem escrever hipertensão corretamente.

Spoiler III: ela ia gostar dessa news, cheia de imagem sem pé nem cabeça de IA. Ia salvar a vida dela nos estudos. Último comentário: acho muito estranho eles olharem o computador por trás da tela.

 

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Tem o camarada que ensina – de novo – a moça a procurar a capivara toda dela no Google.

O problema mesmo – tirando a cara de tonta da mulher que, aparentemente, saiu de alguma parte do cérebro da Carla Zambelli – é que ele escreve seu com c.

 

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Tem também o rapaz que quer saber como se faz um carrossel tão rápido no Instagram e a dona que vai ajudar não é honesta. A resposta correta seria: porcamente. Mas, em vez disso, ela indica alguma IA marmota do demônio e semi alfabetizada.

 

6A

 

No final das contas, só Rafael Salimena salva. Agora, com link, porque o homem, sim, merece.

 

7

 

Aí, falando em história sem graça, meu primo gueixa estava refrescando nossa memória sobre a surra de cação que citei semana passada. De fato, ela só é boa se a gente não souber o contexto. No todo, vira tragédia.

Mas como de desgraça já basta a vida, não estou a fim de rememorá-la. Vou resumir tudo em uma montagem com emoji, que ilustrou nossa conversa sobre o assunto.

 

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E por falar nela – minhe prime gueixe –, estávamos comentando também sobre uma newsletter muito boa que assinamos. Do nada, entretanto, o camarada que a escreve resolveu pedir para ilustres desconhecidos listarem 10 coisas que amam e que odeiam.

A ideia ficou tão ruim que, em duas semanas, o menino da newsletter tirou a seção do ar (por que alguém se interessaria em algo que algum caculé gosta ou não?).

E eu, provando que não sei o que faço, resolvi usar do artifício com alguns personagens desta news aqui. Sempre bom conhecer mais as pessoas.

Para começar, minho primo gueixo mesmo, autor da frase que mais uso na vida como se fosse minha (“O legista vai ter que ser muito bom para saber do que eu morri”).

Abramos aspas.

Não sei se ficou muito “quadrada” a minha lista ou atende a proposta. 

Amo

– Minha pia limpa e sem louça pra lavar

– Aprender algo novo

– Acordar cedo e aproveitar a manhã

– A energia do público num jogo ou show lotados

– Caminhar no Ibirapuera e jogar futebol

– O silêncio

– Vender coisas que comprei e não uso

– Ter dinheiro na conta e não me preocupar com nada

– Churrasco e doce de leite, mas separados

– Joaquim e Maria Teresa, meu filhos

 

Odeio

– Gente que reclama demais

– Tomar más decisões

– Ser explorado

– Pessoas fazendo coisas erradas e querendo “ter razão”

– Repetir erros

– Quem tem orgulho de ser imbecil

– Tomar calote

– Perder a hora ou estar atrasado

– Abobrinha e cenoura cozida

– Sentir ódio

Nas próximas semanas, mais alguns ilustres desconhecidos com listas aleatórias, viu, Marcella?

Se quiser, eu até começo por você. De ódio, traço de IA, desenho de IA, IA pedindo para reescrever seu texto, Jordanópolis. De amor, pão de Jordanópolis, ganhar discussão imaginária, franquia de rodízio de salada de fruta, Sleep Tolkien (sabe Deus o que é isso).

 

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Daí, ainda para ficar neste tópico, esses dias estávamos conversando ali no grupo do Corinthians – em tempos de data FIFA, as desgraças haviam cessado momentaneamente – sobre a volta da Revista Impermeabilizar.

(Sim, é uma revista sobre impermeabilização. Sim, está no número 152. Sim, é um projeto desenvolvido pela Agência Entre Aspas, voltado a engenheiros e, modéstia às favas, ficou excelente. Sim, em 1998, ganhei o prêmio de melhor repórter de impermeabilização do Brasil. Em 2025, Marcella Blass levou.)

Daí, para a turminha começar a relembrar publicações temáticas ou exóticas foi um pulo. Mi primi gueixi lembrou dos tempos – há 20 anos – que trabalhou na revista O Papel, que ainda existe e é, como o nome indica, sobre papel.

 

Abre aspas novamente.

“Era confuso falar para as pessoas que eu trabalhava numa revista de Papel. As pessoas achavam meio óbvio e que eu tinha problemas cognitivos.”

Fecha aspas.

Bom, papo vai, papo vem, lembramos de quando Camila trabalhou em uma revista sobre unhas decoradas – e entrevistou o Zé do Caixão. Tércio quis saber se existe a revista A Borracha e se a O Papel tinha alguma questão filosófica envolvida ou se seria só sobre papel mesmo.

 

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Mas aí apareceu Costela e relembrou que, em uma editora que trabalhou, havia a renomada revista O PODER DA BERINJELA. Com isso, creio que esgotamos o assunto já que é o caso de declarar o famoso “e não liguem mais, já temos um vencedor”.

E assim chegamos à conclusão que o ser humano acabou com as redes sociais. As grandes corporações, com a internet. A morte, a discórdia, a ganância e a guerra, com as revistas segmentadas (mas enquanto houver papel e impermeabilização, tem flecha por aqui e seguiremos resistência com Impermeabilizar e O Papel).

 

Já a IA, carcomeu o cérebro humano mesmo.

 

Por sorte, ainda há locais seguros contra essa imbecilidade toda e eles estão, em sua maioria, em grupos do (veja você) Facebook.

 

Para encerrar essa newsletter que tem mais imagens que o homem da cobra, algumas capturas dos meus refúgios favoritos da web atualmente – as comunidades Chuveiros Feio e Loucos por Tijolo.

Apreciem antes que a IA acabe com tudo.

 

Chuveiros feio

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Loucos por Tijolo

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Agora, antes dos links da semana, mais uma figurinha para resumir tudo o que está aí em cima (com link de crédito).

 

ULTIMA

 


Seguem os links

Semana que vem, tem mais. Até lá.