Trabalhadores de aplicativos como Uber e 99 devem ficar atentos às regras da Receita Federal para não caírem na malha fina. Mesmo os que atuam como Microempreendedores Individuais (MEI) precisam declarar os rendimentos caso se enquadrem nos critérios de obrigatoriedade. Para 2025, quem recebeu mais de R$ 33.888 ao longo do ano deve prestar contas ao Leão.

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O Carnê-Leão é a principal ferramenta para comprovar a atividade destes profissionais, que são considerados autônomos pela Receita. A recomendação é registrar mensalmente os rendimentos obtidos com as corridas para facilitar o cálculo do imposto devido e evitar surpresas na hora da declaração. Essa organização também ajuda no preenchimento da ficha correta do IR, garantindo que os valores sejam reportados corretamente.

Uma das vantagens para os motoristas de app é que apenas 60% do rendimento total está sujeito à tributação, ou seja, os 40% restantes devem ser informados na ficha de “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”. Esse benefício existe porque o órgão fiscalizador reconhece que parte dos ganhos é destinada a custos operacionais, como combustível, manutenção e taxas das plataformas.

Mesmo aqueles que contribuem como MEI devem declarar o Imposto de Renda caso atinjam o limite de rendimentos estabelecido. O registro como microempreendedor não isenta a obrigação de declarar os valores recebidos, especialmente quando há outros rendimentos, como carteira assinada ou aplicações financeiras, que podem impactar no cálculo do imposto devido.

Segundo um levantamento da fintech GigU, anteriormente conhecido como StopClub, a renda líquida dos motoristas varia conforme a cidade e a carga horária semanal. Em São Paulo (SP), por exemplo, um profissional que trabalha 60 horas por semana tem lucro médio de R$ 4.252,24 após deduzir custos como combustível e IPVA. No Rio de Janeiro (RJ), o valor é de R$ 3.304,93 para uma jornada de 54 horas, enquanto em Belo Horizonte (MG), o lucro fica em torno de R$ 3.554,58 na mesma carga horária. “É uma jornada de trabalho que exige bastante, mas a autonomia e a rentabilidade, que supera algumas ocupações tradicionais, acabam sendo grande atrativo”, diz Luiz Gustavo Neves, co-fundador e CEO da plataforma.

Diante disso, é importante acompanhar os prazos de pagamento do Carnê-Leão, que devem ser quitados até o último dia do mês seguinte ao recebimento. O não pagamento pode gerar multas e juros. Para evitar problemas com o Fisco, motoristas devem organizar seus comprovantes, como extratos bancários e relatórios das plataformas, e preencher corretamente a declaração do Imposto de Renda 2025.

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