Segurança
Como escaneamento de íris funciona e por que World enfrenta proibições

- Créditos/Foto:DepositPhotos
- 06/Fevereiro/2025
- Da Redação, com assessoria
A World, liderada por Sam Altman, CEO da OpenAI, está no centro de um debate global após a Alemanha determinar a exclusão de dados de íris coletados na União Europeia. A decisão da BayLDA, autoridade de proteção de dados da Baviera, é um exemplo de como a coleta de biometria está saindo do campo da ficção científica para impactar diretamente a vida das pessoas.
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Segundo a European Data Protection Board (EDPB), 70% dos europeus consideram a coleta de dados biométricos invasiva, destacando preocupações sobre como essas informações são usadas e armazenadas.
Alan Nicolas, especialista em inteligência artificial para negócios e fundador da Academia Lendár[IA], alerta que o impacto dessa decisão vai muito além das fronteiras europeias. “A utilização de dados biométricos já não é uma questão do futuro. As pessoas precisam entender que, ao cederem esses conteúdos, elas estão colocando em jogo sua privacidade e segurança pessoal. A regulação deve ser mais clara para proteger os indivíduos”, salienta.
O que está em jogo com o escaneamento de íris
A decisão da BayLDA obrigou a World a excluir os dados de escaneamento de íris, alegando que não havia base legal suficiente para a coleta. Embora a empresa afirme que os códigos já foram excluídos voluntariamente, a ordem exige novos procedimentos para garantir a conformidade com as regras europeias.
Damien Kieran, Chief Privacy Officer da Tools for Humanity, enfatizou a necessidade de uma definição mais precisa de anonimização na União Europeia. Ele garante que as imagens de íris não são armazenadas, mas os críticos à prática levantam dúvidas sobre o rastreamento e uso desses códigos.
Por que isso importa para todos
No Brasil, a World ativou 20 pontos de coleta em São Paulo, onde já houve escaneamento de íris de mais de 189 mil pessoas. Embora a empresa prometa anonimato, especialistas apontam que os dados biométricos são altamente sensíveis e podem ser explorados para finalidades não autorizadas. “O debate é essencial, porque estamos lidando com informações que podem ser usadas para controle ou vigilância, algo que afeta a todos, independentemente de estarem na Europa ou no Brasil”, comenta Nicolas.
Em outros países, como Espanha e Quênia, o projeto também enfrentou barreiras legais. No caso espanhol, a coleta foi interrompida após a Agência de Proteção de Dados considerar que as práticas violavam normas de privacidade.
Da ficção para a realidade
Nicolas explica que, há poucos anos, o uso de dados biométricos para criar identidades digitais era tema de filmes de ficção científica. Hoje, é uma realidade que influencia desde a autenticação em sites até o combate a perfis falsos e deepfakes. “Não se trata mais de ficção. A questão agora é como garantir que essas tecnologias beneficiem as pessoas sem comprometer sua privacidade. Como sempre, a tecnologia não é a vilã. O que precisa de cuidados é a forma como os indivíduos a utilizam”, ressalta.
A decisão alemã demonstra que a regulação precisa acompanhar o avanço da inteligência artificial e das tecnologias biométricas. “O maior desafio é educar as pessoas sobre os riscos e garantir que governos e empresas trabalhem juntos para criar regras claras. Infelizmente, a legislação de nenhum lugar do mundo dá conta de acompanhar os avanços e questões éticas levantadas por essas novas possibilidades. Nos resta contar com a educação tecnológica de todos, assim terão consciência dos potenciais e perigos de cada ferramenta”, conclui Nicolas.
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