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Fake News: por que a cultura das notícias falsas cresce no Brasil e o que você pode fazer para identificá-las

Créditos: Reprodução Internet
30 janeiro, 2018
Bianca Bellucci

Fake News, literalmente, significa “notícias falsas” em português. O termo, que ganhou força após a campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, é usado para classificar aquela notícia que se espalha pela internet, mas que não tem fontes, data ou comprovação de que é verdadeira.

“Essa cultura de Fake News ganhou força no Brasil por conta de três fatores. Primeiro, a inclusão digital. Ela é ótima, mas boa parte das pessoas ainda está aprendendo a usar a tecnologia. Segundo, o aumento das fontes de informação. Com a publicidade online aberta a todos, muitos se motivam a criar conteúdo sem conhecimento técnico. Estão apenas atrás de cliques. Por fim, a polarização e crise política. Para ganhar discussões, os internautas apostam em diferentes armas. Entre elas, as notícias falsas”, explica Edgard Matsuki, criador do site Boatos.org.

O maior problema das Fake News, entretanto, não é apenas espalhar notícias falsas pela internet. Alguns rumores criados no ambiente online acabam saindo do mundo digital e invadindo o offline, trazendo uma série de consequências consigo.

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Consequências das Fake News

A mais “leve” dessas consequências é reforçar o pensamento errado sobre determinada notícia. Em um nível mais elevado, porém, o usuário pode destruir a reputação de uma pessoa, prejudicar alguém e até contribuir com uma tragédia.

Em 2014, um boato do Facebook acabou matando uma mulher no Guarujá, no litoral de São Paulo. Dezenas de moradores espancaram Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, após confundirem a dona de casa com uma sequestradora de crianças. A publicação na rede social alegava que a tal mulher utilizava os pequenos em rituais de magia negra.

O compartilhamento desenfreado também é um problema em época de eleições. “A quantidade de boatos aumenta exponencialmente neste período. Na maioria das vezes, os rumores giram em torno de quem está ganhando nas pesquisas. Um simples boato pode derrubar toda uma campanha”, afirma Gilmar Lopes, fundador do site E-Farsas.

O mais interessante é que, para evitar a disseminação de notícias falsas, os internautas não precisam ser experts virtuais. Na verdade, basta seguir alguns poucos indícios e, principalmente, não espalhar o que não passa credibilidade.

Como ser um Sherlock Holmes virtual

Algumas características típicas ajudam o internauta a identificar as Fake News. A principal delas é a falta de fontes ou pessoas que não podem ser checadas, tipo o amigo do primo que é policial. “Mas existem também criadores de boatos que gostam de citar nomes de instituições e celebridades. Tudo para trazer mais credibilidade ao assunto”, conta Lopes.

Estas notícias também costumam não ser datadas, assim podem voltar a circular meses depois como se fosse uma fresquinha. E mais: sempre trazem um caráter alarmista no começo, com palavras como “urgente”, “atenção” e “alerta”, além de muitos pedidos de compartilhamento.

Caso esteja em dúvida se um conteúdo é real, uma boa dica é verificar se a notícia apareceu em vários portais importantes. “Mas tome cuidado. Até alguns sites sérios, às vezes, caem nas pegadinhas virtuais e publicam um hoax sem saber”, alerta Lopes. “A errata aparece alguns dias depois bem pequenininha, no cantinho do portal. Isso quando aparece”, completa.

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Exemplos de Fake News

Um novo dia, um novo boato. É mais ou menos assim que as coisas funcionam na internet. Entre as muitas notícias que já circularam online, Matsuki destaca sua favorita: o mês que terá cinco sextas-feiras, cinco sábados e cinco domingos e que será o seu período de sorte. “Isso não acontece a cada 823 anos. Para desmentir essa, é só olhar o calendário na parede da cozinha”, diz.

Lopes afirma também que os assuntos que estão em alta sempre tendem a gerar Fake News. Um deles, por exemplo, é a Coreia do Norte. “Lembro de uma vez que se espalhou uma notícia afirmando que Kim Jong-un teria aprovado uma lei exigindo que todos os homens cortassem o cabelo igual ao seu. Essa notícia apareceu até em telejornal”, conta o criador do e-Farsas.

No álbum, o 33Giga relembra outras farsas que já foram veiculadas pela web. Relembre!

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