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Resumão da Semana

Mais confuso do que Djavan explicando suas letras

  • Créditos/Foto:Divulgação / Galinha Pintadinha
  • 24/Outubro/2025
  • Sérgio Vinícius

Certa feita, em um carro com mais três pessoas, Camila e eu começamos a debater se os nomes das ruas haviam sido atualizados de acordo com a esdrúxula nova ortografia (que já tem uns duzentos anos e de nova já tem bem pouco).

Entre várias dúvidas, discorremos se nomes de ruas com nomes próprios também seriam alterados (já que nome é nome e cada um inventa como quer e é por isso que vemos cada vez mais nomes com dois kás e muito y por aí, quando o correto seria nenhum ká e só um i).

E assim batemos o recorde da palavra nome em um único parágrafo na história da nova ortografia.

 

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Nome, nome, nome, nome, nome. Nome, nome, alcunha, apelido e nome. Nome, nome, nome, nome, nome. Nome, nome, alcunha, apelido e nome.

Agora temos um novo recorde. Mas, por ora, vou parar de competir comigo mesmo.

Outra questã que nos abateu foi se nome de rua, qualquer que seja – como rua Panaceia ou avenida Gengebreia – teriam seus nomes atualizados de acordo com a nova ortografia ou não, dado que nome de rua pode bem ser nome próprio – nome de rua próprio, mas não deixaria de ser nome próprio.

O debate já ganhava lá seus 40 minutos até que um dos outros três ocupantes do carro – mudo de tédio até então, assim como os outros dois – nos interrompeu com um: “vocês são sempre assim? Quando estão sozinhos conversam esse tipo de coisa?”.

Não soubemos o que responder.

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Foi mais ou menos como no dia que apareceu um pedreiro na obra de um amigo meu e, depois que o homem foi embora, eu quis saber se ele era o autor da “surra de cação”. Meu amigo afirmou e seguimos a conversa. Como estávamos em três, um terceiro amigo, assustado, perguntou “que caralho é uma surra de cação?”.

“O peixe”, respondemos.

– Sim, mas que surra de cação?

– Isso, ele deu uma surra de cação em não sei quem.

– Como assim?

Não soubemos o que responder, dado que a informação que tínhamos era somente que aquele pedreiro havia se envolvido em uma briga e usou um cação como arma, pelo visto.

 

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Mas, às vezes, é melhor pegar só parte da história e imaginar o restante.

Como da vez em que um amigo – que inclusive estava na história do cação – foi encontrado dormindo dentro de um freezer em um bar na frente de uma balada gay em São Paulo. Se eu fosse um comediante ruim de stand up (pleonasmo, claro), diria que ele não saiu do armário, entrou no freezer.

De qualquer forma, aparentemente, estava tão confortável no freezer (horizontal, pelo menos) que até dormiu. Quando o encontrei lá dentro, chegando a roncar, fiquei abismado. Ao me contarem como tudo aconteceu (a ideia de entrar no freezer, etc), passou a fazer tanto sentido (tá, nem tanto) e até perdeu a graça.

Por exemplo, isso aqui. Não é muito melhor não saber o contexto de Furry Integralista respondendo ao Xandão?
Por exemplo, isso aqui. Não é muito melhor não saber o contexto de Furry Integralista respondendo ao Xandão?

 

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Esse meu amigo ficou mundialmente conhecido por participar de uma competição para ver quem consumia mais farofa e cachaça e bebia mais água de piscina na sequência. Ele ganhou. Por conta disso, creio, as coisas se encaixam naturalmente dentro de uma surrealidade própria que é a vida de Rogéria.

É importante notar que, nessa competição, só havia um competidor: obviamente, esse meu amigo, a Rogéria. E o prêmio também era bem suy generis: o título de mais bobo do local. E s

Ele ganhou com méritos, é importante dizer. Sei porque tenho lugar de fala.

Certa feita, participei de uma competição para ver quem comia mais esfiha dentro de um copo de cerveja (com a bebida dentro) o mais rapidamente possível. Depois de 6 rodadas, consegui um honroso empate com o outro duelista – isso não foi, de longe, a coisa mais idiota que ambos já fizemos na vida ou mesmo naquela noite.

Tentar – e fracassar – içar ao palco do Ramones Cover um cadeirante uma pessoa em cadeira de rodas – que foi nossa juiza na competição de esfiha e cerveja, aliás – na base da força bruta, do álcool e da fé, talvez, tenha sido mais estúpido.

Acabamos todos os três agonizando no meio do passeio público (do show) e (quase) morrendo no contrapiso atrapalhando o tráfego.

Mas comecei contando tudo isso – o lance da nova gramática – porque queria falar sobre um dos meus hobbies de sempre: acompanhar crimes aleatórios e, se estapafúrdios, melhor.

Eu costumava dizer, quando me perguntavam, que eu havia feito jornalismo porque odiava matemática. A verdade é que isso é uma meia verdade. Fiz porque queria ser como o Márcio Canuto ou o Otávio Mesquita.

Sempre quis gritar na orelha dos outros, raspando no bullying e elogiando a ridícula gravata do entrevistado e ganhar dinheiro para isso. Ou, talvez, apresentar programas noturnos com zero audiência – assim como a graça deles – e rir das minhas próprias piadas, já que ninguém faria isso por mim.

Não deu.

Acabei caindo em tecnologia, automóveis e impermeabilização. Mas com passagens por páginas policiais, mesmo sem querer. Creio que foi dessa época que herdei a obsessão por crimes bisonhos.

Cheguei a cobrir chacina em Diadema? Sim. Entrevistei a tuma do Marcola? Por certo. Mas nada bate escrever uma reportagem sobre uma dupla que, em cima de uma charrete, tentou assaltar um pobre cidadão e não escapou porque a mulinha (sim, era uma mula, não um cavalo) empacou.

 

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Esses dias, por motivos que fogem à minha compreensão, estava explicando à minha professora de espanhol o conceito de “arrastão durante congestionamento monstro na via Anchieta, sentido Santos, no feriado de Ano Novo”. É tudo muito difícil de definir considerando que ela é uruguaia e vive em um mosteiro budista em uma cidadezinha pacata no Rio Grande do Sul.

Já seria complicado desenhar isso para pessoas que simplesmente não são brasileiras. No caso dela, é quase contar ficção científica – e, ainda por cima, no meu espanhol de rua.

Sei que fui desenrolando, desarollando e, quando vi, estava fazendo uma analogia com o conceito de emboscada na Serra do Mar depois que o seu time perdeu um jogo. aí, vi que estava complicando mais.

Ao final, ela disse que havia entendido o que era arrastão e arrematou com “é tipo uma porção de batata?”.

Disse que sim, mas essa porção seria roubada do seu carro parado por horas em uma estrada super tumultuada por uma turma má intencionada em caso de arrastão.

Ela achou tudo muito bárbaro e poético e quis saber porque alguém roubaria uma porção de batata fria, dado que o carro já estava parado por horas na tal Lanchineta.

Como eu não tinha uma boa resposta, mudei de assunto, mas ela insistiu. E perguntou se eu conseguiria fazer alguma analogia com batatas fritas e eu bem que tentei e, quando vi, estava na base do “açaí guardiã zum de besouro um ímã branca é a tez da manhã”.

De novo, comecei a me perder no fio e eu só queria falar sobre esse crime da moça que envenena todo mundo – cachorro, milk shake, feijoada, ex-namorados e bolo. Com ela não tem tempo ruim. Tem gente, tem comida e tem veneno, ela topa.

Pois bem, esses dias, me peguei pensando em como a polícia chegou a ela e tals. Daí, a BBC, lendo meus pensamentos fez a reportagem ‘Serial killer de Guarulhos’: como polícia desvendou caso de Ana Paula Veloso Fernandes – BBC News Brasil.

 

Resumidamente, ela apareceu muito na delegacia para dar queixas e mais queixas e o delegado e o escrivão ficaram com a pulga atrás da orelha. E começaram a investigar.

Aí, você pensa: “nossa, são Sherlocks que leram O Corpo Fala”. Mas aí, mais para a frente, a reportagem mostra que a polícia tem um Google próprio que basta colocar o nome da pessoa e mostra as ocorrências que ela está envolvida.

Aí, a gente vê como são as coisas. A dupla dinâmica foi mesmo é lenta. Isso porque nem precisava analisar a moça, ouvir as histórias. Era dar um Google CSI Guarulhos e pimba: ela já tinha se envolvido com uns três casos que pessoas que morreram envenenadas.

Ou seria muita coincidência (e aí era o caso de jogar no Avestruz) ou tava na cara que ela é uma espécie de Dona Palmirinha do Veneno de Rato.

A história é tão boa que rendeu umas das melhores aspas do ano. No caso, do advogado da Dona Poisonrinha (mal aê!) que tentou desqualificá-la como serial killer. Ele é tipo da Chiquinha defendendo o seu Madruga.

 

POLICIA

 

Ou, ainda, o Kaká defendendo o Ronaldo e o seu famoso “no Brasil, é só um gordo na rua”. (Que título: Kaká diz que Ronaldo é ‘só um gordo andando pela rua’ no Brasil e mais valorizado na Europa)

Eu queria falar mais sobre crimes estúpidos, como o do rapaz que foi contratado para matar a moça e se arrependeu. Aí, resolveu encenar o crime para mandar uma foto aos mandantes. Foram a um matagal, a amarrou, meteu ketchup Elefante sobre a dona, colocou um facão na axila (tal qual um termômetro), fez a foto e se deu por feliz.

Mas quase chegou a hora da chuva de links e é o que termos.

– Quem estará nas trincheiras ao teu lado?

– E isso importa?

– Mais do que a própria guerra.

– Aquela ali não é a Galinha Pintadinha?

GALINHA

 

 

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Semana que vem, tem mais. Até lá.