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Deepfake em 2023: os três principais cenários de ameaças

  • Créditos/Foto:DepositPhotos
  • 02/Junho/2023
  • Da Redação, com assessoria

Os deepfakes são um tipo de fraude com alto custo e que exige grande investimento – como visto em pesquisa anterior da Kaspersky. Na darknet, os preços por minuto podem começar em US$ 20 mil. Se alguém que não possui conhecimentos em tecnologia encontrar um software na internet e tentar criar esse tipo de material enganoso, o resultado será irreal e óbvio ao olho humano, pois as pessoas perceberão defasagens nas expressões faciais ou borrões no formato do queixo.

Além da estrutura financeira, os cibercriminosos precisarão de uma enorme quantidade de dados (fotos, vídeos e áudios) da pessoa que desejam personificar, até diferentes ângulos e expressões faciais. Tudo isso demanda uma enorme quantidade de recursos, disponíveis apenas para um pequeno número de golpistas. Com isso em mente, a Kaspersky separou três dos principais cenários de ameaças com deepfake em 2023 e como eles funcionam.

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1. Fraude financeira

Os deepfakes podem ser usados para engenharia social, no qual criminosos usam imagens avançadas para representar celebridades e atrair as vítimas para seus golpes. Por exemplo, um vídeo de Elon Musk criado artificialmente que prometia grande retorno de um esquema duvidoso de investimento em criptomoeda viralizou no ano passado, fazendo com que muitos usuários perdessem dinheiro. Para criar conteúdos como esse, os golpistas usam filmagens de celebridades ou juntam vídeos antigos e fazem streamings ao vivo em plataformas de mídias sociais, prometendo dobrar qualquer pagamento em criptomoeda enviado a eles.

2. Deepfakes de pornografia

Outro uso que envolve a violação da privacidade da pessoa com deepfake em 2023. Houve um caso em que surgiram vídeos falsos de celebridades que mostravam seus rostos sobrepostos a corpos de atrizes pornô em cenas explícitas. Consequentemente, nesses casos, as vítimas dos ataques tiveram sua reputação prejudicada e seus direitos violados.

3. Riscos de negócios

Muitas vezes, os deepfakes são usados para atingir empresas para crimes como extorsão dos administradores, chantagem e espionagem industrial. Por exemplo, há um caso em que cibercriminosos conseguiram enganar um gerente de banco nos Emirados Árabes Unidos e roubar US$ 35 milhões usando um falsificador de voz – apenas uma pequena gravação da voz do chefe do funcionário foi suficiente para produzir um deepfake convincente. Em outro caso, o executivo do Binance ficou surpreso quando começou a receber mensagens de agradecimento referente a uma reunião no Zoom da qual não participou. Com suas imagens disponíveis publicamente, os criminosos conseguiram reproduzir a técnica e utilizá-la com êxito em uma reunião online, falando em nome do executivo.

“Nem sempre o roubo de dados corporativos é a pior ameaça que os deepfakes representam para as empresas. Às vezes, os riscos à reputação podem ter consequências muito graves. Imagine se for publicado um vídeo em que seu executivo (aparentemente) faz declarações polarizadas sobre questões delicadas. No caso de grandes corporações, isso pode causar um colapso imediato nos preços de ações. Porém, embora o fato de que os riscos de uma ameaça desse tipo sejam altos, a chance de você sofrer um ataque dessa maneira continua sendo baixa por causa do custo de criação dessas mentiras e do fato de que poucos golpistas são capazes de criar deepfakes de alta qualidade”, comenta Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise para a América Latina da Kaspersky.

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Para se proteger de ameaças relacionadas ao deepfake em 2023, a Kaspersky recomenda:

– Verifique as práticas de cibersegurança em vigor em sua organização, não apenas na forma de software, mas também em termos das habilidades de TI desenvolvidas.

– Reforce o “firewall humano” de sua empresa. Garanta que os funcionários entendam o que são deepfakes, como funcionam e os desafios que podem apresentar. Realize programas contínuos de conscientização e treinamento para ensinar os funcionários a identificá-las.

– Consulte fontes de notícias de boa qualidade. A ignorância continua sendo um dos maiores fatores de proliferação de mentiras. É importante conhecer as principais características dos vídeos que devem ser observadas para evitar se tornar uma vítima: movimentos irregulares, alterações na iluminação de um quadro para outro, mudanças no tom da pele das pessoas, piscadas estranhas ou ausência de piscadas, lábios não sincronizados com a fala ou artefatos digitais na imagem.

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