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Bleachorexia: entenda a compulsão por clareamento dental

  • Créditos/Foto:DepositPhotos
  • 07/Fevereiro/2025
  • Da Redação, com assessoria

O clareamento dental é um dos procedimentos mais procurados nos consultórios odontológicos. Tanto é que o Conselho Federal de Odontologia (CFO) divulgou, em 2019, que a frequência de realização do procedimento teve aumento de 30% entre aqueles que mais cresciam no setor. No aspecto econômico, a empresa de pesquisa Technavio apontou no cenário mundial uma movimentação de milhões de dólares no mercado global entre 2021 e 2024. Por outro lado, com todo esse avanço, surgiram casos de pessoas com comportamento obsessivo em clarear os dentes, termo que recebeu o nome de Bleachorexia.

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Com objetivo de esclarecer e alertar sobre o comportamento de quem tem Bleachorexia, o presidente da Câmara Técnica de Dentística do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Sérgio Brossi Botta, explica que os sintomas da compulsão são semelhantes aos do transtorno dismórfico corporal, que é caracterizado por uma preocupação em um defeito imaginário na aparência. Pacientes com essa característica tendem a ter nove vezes mais chances de considerar fazer clareamento dental.

Diagnóstico

“É de suma importância realizar uma avaliação abrangente do paciente. Dentistas devem se comunicar abertamente e ouvir atentamente as preocupações e necessidades de seus pacientes. Uma avaliação completa do histórico odontológico e médico, discussão de expectativas e motivações para clareamento dental e avaliação de tendências dismórficas corporais podem fornecer insights valiosos sobre possíveis comportamentos viciantes”, esclarece o especialista.

Botta alerta que o exagero no clareamento dental pode causar erosão dos dentes, sensibilidade dental, irritações na gengiva e na mucosa oral. O uso excessivo de peróxido de hidrogênio ainda pode causar quebra de proteínas da dentina, provocando danos irreversíveis à estrutura dental.

O papel do cirurgião-dentista é importante para diagnosticar o desvio de comportamento do paciente e orientá-lo sobre os riscos à saúde bucal que o vício em clareamento dental causa. Os pacientes com transtorno disfórmico corporal apresentam cinco vezes mais probabilidade de estarem insatisfeitos com seu tratamento odontológico mais recente, aponta pesquisa da The British Dental Journal.

Tratamento da Bleachorexia

O presidente da Câmara Técnica de Dentística explica que o clareamento chega a um ponto em que há apenas estruturas incolores hidrofílicas, chamadas de ponto de saturação, considerado o ponto limite de clareamento do paciente. Desta maneira, não ocorrerá maior branqueamento. Para qualquer estratégia de clareamento (clareamento caseiro, clareamento de consultório ou técnica mista), o reaparecimento de cor é comum, em decorrência de questões fisiológicas.

“A atuação multiprofissional entre dentistas, psiquiatras e equipes multidisciplinares é importante no tratamento da Bleachorexia. Os profissionais podem trabalhar juntos para abordar os fatores psicológicos e emocionais associados ao comportamento viciante, fornecendo suporte e desenvolvendo um plano de tratamento personalizado”, esclarece Botta.

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